SONETOS
I.
Eu fui pedir à Natureza,
um dia,
Que me desse um consolo
a tantas dores;
Desalentado e triste,
pressenti-la
Cansada e triste como os
sofredores.
Encaminhei a porta da
Agonia,
Corroído por
chagas interiores,
Buscando a
morte que me aparecia
Como o termo
anelado dos dissabores,
Desvendando
esse trágico segredo
Que a alma
decifra, pávida de medo,
Com ansiedade e temores dos galés...
Mas ah! Que atroz
remorso me persegue!
Choro,
soluço, clamo e ele me segue
Nesse abismo
que se abre ante os meus pés.
BATISTA
CEPELOS.
Poeta paulista, desencarnou no Rio
de Janeiro, em 1915, atribuindo-se a suicídio o encontro do seu corpo entre
pedras de uma rocha, na rua Pedro Américo. Esta versão parece confirmar-se
agora nestes sonetos. Olavo Bilac, ao prefaciar-lhe Os Bandeirantes, exalta-lhe
o estro espontâneo, original e simples.
Fonte: PARNASO DE ALÉM -
TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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