TÍTULOS.
Os títulos que exornam a
personalidade terrestre decorrem de concessões do Senhor, sem que lhes possamos
menoscabar a respeitabilidade inconteste.
Não fosse a hierarquia natural que
lhes preside os valores a governança dos povos não teria ultrapassado a
barbárie; a ciência não se erigiria em tutora da civilização; o trabalho não
poderia dignificar-se nos quadros do mérito e a universidade não surgiria entre
as nações, orientando-lhes o passo, na direção da Vida Maior, tanto quanto a
justiça terrena, ainda que incompleta ou fragmentária, não asseguraria o
socorro da ordem nos caminhos do mundo, que não passaria, então, da pousada
inóspita de selvageria no caos.
Todos os títulos que enobrecem o
homem e a coletividade são oportunidades de serviço que devemos honrar na faixa
de ação a que fomos chamados para aprender e servir.
Não, é pois, a fortuna que deslustra
o seu detentor, mas sim a desmedida ambição com que as mãos cobiçosas se
apropriam do ouro.
Não é o poder público que desfigura
aquele que o mantém, muitas vezes, com sacrifício. É a crueldade, com que, em
certos casos, vem a ser exercido pela inteligência insensata que o maneja à
distância da verdadeira equidade.
Recordemos que em todas as
circunstâncias da vida, constituíam-se elas de abastança ou de carência, de
comando, ou subalternidade, compete-nos a obrigação de usar os empréstimos do
Senhor com respeitosa humildade, empregando-os no bem de todos que é o bem de
nós mesmos, enobrecendo o caminho humano e iluminando-o onde estivermos, na
certeza de que título é matrícula no trabalho da humanidade e do próprio Deus,
porquanto, no painel mais simples da senda cotidiana, recebe o espírito encarnado,
o título de homem como degrau primário de introdução à Cidadania Celeste.
Fonte: Livro Linha 200, - autor Emmanuel, Francisco C.
Xavier, - 2 ª. edição, - Editora Cultura Espírita União (C. E. U.), - São
Paulo, SP, - 1981. –
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