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terça-feira, 31 de maio de 2016

- MENSAGEM PARA OS JOVENS. - N º. 182. - ESCLARECENDO AS DÚVIDAS DOS JOVENS! - CRUCIFICAÇÃO DE JESUS E O LADRÃO... - REVISTA INFORMAÇÃO.

ESCLARECENDO AS DÚVIDAS DOS JOVENS!

      CRUCIFICAÇÃO DE JESUS E O LADRÃO...

 Na crucificação, Jesus falou para um dos ladrões: - Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. A qual paraíso o Mestre se referia? Será que aquele espírito tornou-se anjo, passando a viver junto de Deus com Jesus?

            “As religiões cristãs, de um modo geral, têm uma visão bem diferente do Espiritismo, porque elas fazem outra idéia do que seja paraíso e de quem seja o próprio Jesus. Por isso, elas atribuem a Jesus – que é considerado a encarnação de Deus – o poder miraculoso de “salvar as almas” da condenação, ou seja, do fogo do inferno. Para elas, certamente, naquele momento em que Jesus se dirige ao ladrão, proferindo aquelas palavras, praticamente estava assegurando o paraíso ou o Céu, ou a felicidade perene àquele homem. Como esse ladrão consegui isso, que méritos ele reuniu para tanto, ninguém sabe! O Espiritismo, como dissemos, aborda a questão de uma forma racional, uma vez que um dos seus princípios é a fé raciocinada. Pesquisando os Evangelhos, podemos verificar, primeiramente, que a Doutrina de Jesus girava em torno da idéia de que ele chamou de Reino de Deus. H. G. Wells, na sua História Universal, volume 5, afirma de forma peremptória que essa ideia do Reino de Deus “é certamente uma das mais revolucionárias doutrinas que agitaram e mudaram o pensamento humano. Não é para admirar que o pensamento daquele tempo não tivesse percebido a completa significação, mas ainda assim tremesse de horror ante a própria meia compreensão da idéia e do extraordinário desafio que essa ideia lançava aos hábitos e instituições estabelecidos da humanidade”. O Reino de Deus, de que Jesus falava, confundia-se, naturalmente, com a ideia de paraíso ou de um lugar aprasível de completa felicidade, também conhecido como Céu, que já fazia parte dos conceitos religiosos de alguns povos. Mas, Jesus utilizou muita essa expressão, de modo que podemos verificar que ela assume conotações diversas, conforme o local e a circunstância em que foi utilizada. A primeira idéia, que acorria ao povo, estava naturalmente associada à ideia de um paraíso, que não estaria neste mundo, mas no outro mundo, além da morte, para onde iriam as almas dos justos, que foram “salvos” pela fé, na forma como muitas seitas religiosas ainda sustentam.
A segunda ideia do Reino de Deus, que podemos encontrar nos Evangelhos, refere-se a um estado futuro da própria Terra, com a volta de Jesus para instalar aqui o seu Reino, agora num mundo completamente transformado.
E a terceira ideia de Reino de Deus é a de um estado espiritual íntimo que a criatura humana pode conquistar, mesmo neste mundo, que é a da felicidade de comungar com os ideais mais altos da humanidade e, a partir da qual, essa criatura também vai agir no sentido de mudar o mundo, transformando-o para melhor.
            Dessa forma, podemos constatar vários conceitos do Reino de Deus nos Evangelhos e aplicá-los conforme o nosso entendimento. Dentro dos princípios basilares da Doutrina Espírita, porém, somos levados a uma compreensão mais ampla possível do Reino de Deus, entendendo tratar-se, primeiramente, da conquista de ideias e ideais superiores de vida, na transformação do homem e do mundo, razão pela qual Jesus afirmou de forma categórica: Procurai o Reino de Deus e sua Justiça e tudo o mais vos será acrescentado. O historiador H.G.Wells considera com muita lucidez: “Não era só uma revolução moral que Jesus proclamava: é evidente, em mais uma dezena de indicações que o seu ensino tinha sentido político da mais clara espécie. É verdade ter dito que o seu Reino não era deste mundo, que a sua sede era o coração dos homens e não um trono; mas é igualmente claro que onde e na medida em que se fundasse o seu Reino no coração dos homens, o mundo exterior, nessa medida em que se fundasse o seu Reino no coração dos homens, o mundo exterior, nessa medida, se revolucionaria e nasceria de novo”.
            Muitos anos antes, Allan Karcec afirmara: O maior dos milagres de Jesus, aquele que atesta verdadeiramente sua superioridade, é a revolução que seus ensinamentos operaram no mundo, apesar da exigüidade de seus meios de ação; concluiu: Se, um lugar oferecer princípios sócias regeneradores, fundados sobre o futuro espiritual do homem, ele não tivesse a oferecer à posteridade senão alguns fatos maravilhosos, hoje mal seria conhecido pelo nome. (“A GÊNESE”, cap. XV, 63). Desse modo, a fala de Jesus para o ladrão, se é que aconteceu precisamente naqueles termos, deve referir-se  ao estado de consciência que aquele individuo passava a assumir, a partir daquele momento, face à doutrina que Jesus vinha ensinando.

Pergunta elaborada por: Jessé Tenório Cavalcanti. – Ilha de Itamaracá - PE.

Fonte: Revista Informação – Ano XV – Nº. 179. - Outubro de 1991.

                        RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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