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sexta-feira, 18 de maio de 2012

- PRECES ESPÍRITAS. - APOLOGIA DA PRECE. - PROVAS TEÓRICAS EFICIÊNCIA DA PRECE. - PRIMEIRA PARTE.


                   APOLOGIA DA PRECE.

                                   PRIMEIRA PARTE. 

  PROVAS TEÓRICAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE.

1

UMA PERGUNTA CURIOSA, A COMUNHÃO COM DEUS. PATENTE NA PRECE A MUNIFICIÊNCIA DIVINA. PESSOAS QUE DESDENHAM A PRECE. PEDIR E SABER PEDIR.

Vale a pena orar?
Esta pergunta nos fez um homem bastante instruído, mas em quem o problema religioso não despertara ainda nenhum interesse. 
Nós lhe respondemos: Vale a pena, sim; vale a pena orar.
A prece é uma elevação da alma para Deus. É o meio de comunicação entre a criatura e o Criador. Tudo que o homem possa realizar de mais sublime, não se compara ao ato da prece, pelo qual, nesse maravilhoso instante, ele se põe em comunhão com Aquele que lhe deu o ser, ”Quem, pois ora com fervor e com fé, quem ora compreendendo o alto significado e o extraordinário valor da prece, realiza o mais belo, o mais fecundo e o mais completo fim do pensamento”.
Em muitas ocasiões, torna-se palpável a mimificência de Deus, quando a alma necessitada a Ele se dirige com unção e humildade. Fatos numerosos confirmam os efeitos tangíveis da prece, e, esses fatos, alguns dos quais relataremos, rebatem e esmagam completamente o arrazoado dos que a julgam desnecessária.
Realmente, há homens que desdenham a prece, que a acham banal e ridícula. “Esses - observa Léon Denis - jamais oraram, ou talvez nunca tenham sabido orar. Ah! Sem dúvida, se só se trata de padre-nossos proferidos sem convicção, de responsos tão vãos quanto intermináveis, de todas essas orações classificadas e numeradas, que os lábios balbuciam, mas nas quais o coração não toma parte, podem-se compreender tais críticas; porém nisto não consiste a prece”.
Veremos mais adiante como se deve orar.
Por outro lado, não são poucos os que em vão têm batido, e continuam a bater às portas do Céu. Desiludidos, já não acreditam no socorro que possa vir através da prece, e mesmo assim sentem-se presos a um velho hábito que adquiriram na infância.
Esses não oram - rezam, com os lábios como quem despreocupadamente canta um samba. - pedem e não obtêm, diz São Tiago, porque não sabem o que pedem ou desejam obter para dissipar nos seus deleites... (Tiago, 4:2-4)
Na verdade, Deus é a Providência Suprema, razão pela qual os pedidos Lhe dirigimos deixam de ser desferidos, quando nossos desejos são insensatos. Convenhamos que uma coisa é pedir e outra é saber pedir. E coisa mais importante a ainda é saber o que se deve pedir, para que, por falta de conteúdo, nossas rogativas não fique sem resposta. Estulto, por exemplo, é quem roga lhe sejam concedidos os tesouros da terra e o remédio que o isente da dor. Ora, a dor é necessária ao desenvolvimento de nossa inteligência e à elevação do nosso espírito. “Os males que desejaríamos afastar de nós - escreve judiciosamente um filósofo Frances - são muitas vezes a condição necessária do nosso progresso. Se fossem suprimidos, o efeito disso seria tornar estéril a nossa vida. De outro modo, como poderia Deus atender a todos os desejos que os homens exprimem nas suas preces? A maior parte destes seria incapaz de discernir o que convém, o que é proveitoso. Alguns perdem a riqueza, ignorando que esta, dando um vasto campo às suas paixões, seria uma desgraça para eles”. Peça, pois, cada qual a Deus que lhe infunda bom ânimo e resignação para não vir a sucumbir sob o fardo de suas provas. Quantos nas suas orações solicitam riqueza, glórias, bem estar, saúde, colocam o que é material e perecível acima do que é espiritual e duradouro!   
Para Prentice Mulford, a melhor oração será a que pedir acima de tudo a maior dose de sabedoria, pureza e elevação da alma, e, sobretudo, a maior caridade. É evidente que Deus só concede aos seus filhos o que é merecido e útil. Negando-lhes algumas coisas, é que estas não lhe trariam proveito real. Nós mesmo, a despeito de nossa ignorância e atraso no terreno do bem, obramos da mesma maneira em relação aos nossos familiares. Naturalmente não satisfazemos a todas as vontades dos nossos filhinhos, embora lhes causemos desgosto e pranto, justamente por preservá-los de sofrimentos que a satisfação de seus gostos acarretaria. Por espírito de previdência, devemos evitar os prazeres que causam dor. Qual o pai ajuizado que anuiria ao pedido de seus filhos em idade infantil, para se banharem num rio caudaloso? Ou os deixaria livres de brincar em frente à residência onde houvesse intenso trânsito de veículos? Os infantes, coitadinhos, não sabem o que pedem a seus pais humanos, e nós, adultos, também somos quais crianças sem juízo a encher de pedidos frívolos ou insensatos ao Pai Celestial que tudo prevê e provê para o nosso bem.

Fonte: Livro Apologia da Prece - autor Alfredo Miguel - 2a.Edição - Livraria Espírita “Alvorada” Editora - Salvador, Bahia - 1972.


RHEDAM .(rhedam@gmail.com)

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