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terça-feira, 29 de maio de 2012

- ARQUIVOS ESPIRITUAIS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. - No. 2. - HERMÍNIO C. MIRANDA.


                ARQUIVOS ESPIRITUAIS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

            Continuando com a transcrição da magnífica exposição do autor Hermínio C. Miranda, do capítulo um, do seu livro “REENCARNAÇÃO E IMORTALIDADE”, da Editora FEB, denominado de “ARQUIVOS ESPIRITUAIS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

            Hermínio C. Miranda, nos elucida brilhantemente dizendo:
            - Chegou, afinal, o momento em que a terra brasileira deveria adquirir maioridade política. O país estava maduro e a opressão se tornará insuportável. Era grande a miséria do povo, esmagado ao peso de impostos desumanos, numa terra em que tanta riqueza podia dar para todos. A fim de lançar a trágica semente, a ser regadas com sangue e lágrimas muitas, é convocado o espírito valoroso de um antigo inquisidor arrependido e desejoso de resgatar suas faltas. Esse homem foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder de um grupo de intelectuais que, reunidos em Vila Rica, atual Ouro Preto, sonharam com a libertação do Brasil, não só dos laços políticos que o prendiam à Corte Portuguesa, mas de suas dores e angústias, de sua pobreza no meio da opulência, da tristeza de seu povo na imensa paisagem de belezas indescritíveis. O movimento aparentemente fracassou, com a “liquidação” dos sonhadores pela denúncia de Silvério dos Reis. Tiradentes, enforcado e esquartejado, regressou à pátria espiritual redimido, não antes de passar pela minuciosa devassa inquisitorial que em tempos passados ele dirigia, sentado na cadeira imponente de inquisidor.
            Ismael recebe-o de braços abertos, declarando que ele acabará de redimir suas antigas faltas e que passaria a ser “um símbolo para a posteridade, com o seu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores”. Qual novo gênio - diz-lhe Ismael - surge para espargir bênçãos sobre a Terra do Cruzeiro em todos os séculos do seu futuro”.
            É por isso que, vimos nos cartazes comemorativos do Sesquicentenário da Independência a frase que a intuição ditou: “Tudo começou com ele...” E continua com ele, poderíamos acrescentar.
            Para o crescimento da jovem nação, tudo é aproveitado sabiamente pelo atento mundo espiritual. Quando Napoleão invade Portugal, por intermédio de Junot, D. João VI traz, na fuga para o Brasil, preciosos impulsos políticos, culturais e econômicos. Ainda na Bahia, abre os portos brasileiros ao comércio mundial. No Rio, mais tarde, fundaria a Escola de Medicina, o Real Teatro São João, o Banco do Brasil. Organizam-se instituições que se tornariam respeitáveis e tradicionais, como a Academia da Marinha, o conselho Militar, a Biblioteca Real. Com D. João veio também à imprensa e, portanto, o livro, terreno fértil onde tanta sementeira é realizada. Até mesmo esboços de indústrias, hoje poderosas, como a siderurgia, surgiram naqueles recuados tempos.
            Mas D. João VI tinha que retornar a Europa, porque assim o exigia a inquietação dos súditos portugueses. E voltou, embora muito a contragosto. Deixou seu filho Pedro no Brasil, para viver missão histórica das mais importantes, que a sua acuidade política pressentiu claramente. Chegou mesmo a aconselhar ao filho que, se surgisse, como esperava qualquer movimento separatista, ele, Pedro, tomasse logo a coroa para si, evitando que o país caísse em mãos de aventureiros.
            Os trabalhadores invisíveis reconhecem as fraquezas do jovem regente, mas se utilizam prudentemente do lado positivo da sua personalidade ainda imatura. Para contrabalançar muitas de suas imprudências, está ao lado do Príncipe a figura serena de Leopoldina, a quem o autor espiritual do livro dedica às expressões de maior carinho e grande admiração, dado que foi “trazida ao Brasil de acordo com as determinações do mundo invisível, para colaborar na realização dos elevados projetos de Ismael e dos seus mensageiros”. “Somente o seu coração doce e submisso - prossegue Humberto - poderia suportar resignadamente as estroinices do esposo, em um dos períodos mais delicados da sua vida, sem provocar escândalos que acarretariam atraso na marcha dos acontecimentos previstos”.
            O texto evidencia que Leopoldina foi o poder moderador, arauto do mundo espiritual junto ao Príncipe. Amou o Brasil à primeira vista e a Historia registra, fielmente, o seu admirável trabalho em favor da Independência. Dá testemunho disso o grande José Bonifácio de Andrade e silva, o Patriarca. O momento era de extrema tensão e fortes paixões estavam desatadas. Para as tropas portuguesas aqui residentes, aqueles que a História consagrou como heróis da Independência eram simples rebeldes, inclusive o Senhor Regente. No mundo invisível, Tiradentes trabalha ativamente. A certa altura, consulta Ismael sobre senão teria chegado o momento decisivo. Sentia que era preciso aproveitar a exaltação patriótica dos ânimos. “As possibilidades estão dispersas, mas poderíamos reunir todas as forças, para o fim de derrubar as últimas muralhas que se opõem à liberdade da Pátria do Evangelho”, diz ele.
            Ismael aconselha a prudência e moderação, assegurando, não obstante, que a libertação do Brasil não vinha longe. Achava ele que era preciso “difundir a educação individual e coletiva, dentro das nossas possibilidades, formando os espíritos antes das obras”. Além do mais, era preciso servir-se da autoridade do Príncipe - elemento de que dispunha o mundo espiritual. Para isso, D. Pedro seria envolvido nas “claridades fraternas da nossa assistência espiritual. Povoemos suas noites de sonhos de amor à liberdade, desenvolvendo-lhe no espírito as noções da solidariedade humana”.
             A independência tinha que ser obtida sem sangue. A 9 de janeiro, já no ano da emancipação, “D. Pedro, diante da massa de povo, sente a assistência espiritual dos companheiros de Ismael, que o incitam a completar a obra da emancipação política da Pátria do Evangelho, recordando-lhe, simultaneamente, as palavras do pai no instante das despedidas”. Foi assim o dia do “Fico”.
            Houve depois um momento de extrema tensão, a 11 de janeiro, quando as tropas fiéis à Corte Portuguesa passaram a considerar a próprio D. Pedro como rebelde, desobediente á ordem de regressar à Europa. O povo brasileiro juntou-se aos soldados que apoiavam D. Pedro, dispositivos a enfrentar os portugueses no Campo de Santana. A inflação é grande no mundo espiritual. Ismael mais uma vez interfere e, “sem um tiro, o chefe português obedeceu, com humildade, à intimação do Príncipe D. Pedro, capitulando a 13 de janeiro e retirando-se com as suas tropas para a outra margem da Guanabara, até que pudesse regressar com elas para Lisboa”.
            Há lutas, porém, inevitáveis, na Bahia. Num desses episódios dolorosos, sacrificou-se a valorosa e querida Joana de Angélica, que hoje, do mundo espiritual, derrama sobre todos nós a ternura do seu coração afetuoso em mensagens repassadas de amor ao Mestre.
            Nesse ínterim, o centro nevrálgico do movimento desloca-se para São Paulo, onde também se reúnem os trabalhadores invisíveis, no Colégio Piratininga, sob a direção de Ismael. Ultimavam-se as providências para formalizar a separação. Entende Ismael que a independência do Brasil já se encontrava definitivamente proclamada, e que desde 1808 “ninguém lhe podia negar ou retirar essa liberdade”. Mas eram precisos um gesto heroico e uma data. Tiradentes é mais uma vez chamado à ação direta, com a incumbência de acompanhar D. Pedro no seu regresso ao Rio. De São Paulo devia partir o brado libertador. “O grito da emancipação - diz Ismael - partiu das montanhas e deverá encontrar aqui o seu eco realizador”.
            Em seguida a vasta assembleia entra em prece “pelo bem do Brasil”.
             Tiradentes segue atentamente a figura do Príncipe, até o ponto em que “ele deixa escapar o grito de “Independência ou Morte”, sem suspeitar de que era dócil instrumento de um emissário invisível, que velava pela grandeza da pátria”.
            “Eis pó que - prossegue Humberto - o 7 de setembro, com escassos comentários da história oficial que considerava a independência já realizadas nas proclamações de 1o. De agosto de 1822, passou a memória da nacionalidade inteira. Como o Dia da pátria e data inolvidável da sua liberdade. Esse fato, despercebido da maioria dos estudiosos, representa a adesão intuitiva do povo aos elevados desígnios do mundo espiritual”.
            Era, pois, o toque pessoal de Tiradentes na formalização da Independência do Brasil.

            Aqui finda a segunda parte do trabalho do Hermínio C. Miranda, da filosofia da História do Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

          Fonte: Livro “REENCARNAÇÃO E IMORTALIDADE” - Autor Hermínio C. Miranda - 1 a. Edição - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ - 1976..


                                 RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
                                         

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