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quarta-feira, 16 de março de 2011

DEUS - PARTE I.

                                                 - DEUS - PARTE I.

            A religião caminha para Deus, ensinando; a ciência caminha para as novidades de Deus, estudando”.
                                                                                              Chico Xavier.

            Desde a nossa mais tenra idade ouvimos falar de Deus. Sempre nos ensinaram que Deus é Pai, é bondoso, que ama seus filhos, porém, que quando erramos Deus nos castiga e, as penas deste castigo podem ser parciais, cumpri-las no purgatório, ou a condenação eterna no inferno. Assim, a grande maioria das religiões Cristãs ensinou e ensina os seus adeptos.
            Também humanizaram a imagem de Deus. Criaram privilégios oferecidos por Deus para alguns seguidores dos credos que se denominam donos da verdade, mostrando o caminho da salvação criado por teólogos humanos através dos estudos de vocábulos da língua pátria, para conduzirem o rebanho de crentes para a “dita salvação”, através do ato de decorar os textos bíblicos, sem sua devida compreensão e aplicação prática racional, estimulando-os a competição entre eles na escolha do melhor método a seguir.
            Assim, deixando-os incompreensíveis os ensinamentos moral do Cristo, Jesus, o filho de Deus, e estimulando através de fantasias irreais, o medo do inferno, ou, o céu para os filhos venturosos desses agrupamentos religiosos, para eles, essa salvação, independe da sua responsabilidade moral diante da humanidade.
            Seria Deus Parcial?
            Em outros casos divulgam promessas salvacionistas esquecendo-se de ensinar o cumprimento das Leis Naturais de Deus, ou seja, o “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Não exprimem a validade do conhecereis a verdade, que nada mais é a nossa subjugação as Leis de causa e efeito, diante da nossa livre escolha de pensar e agir, que receberemos o que nos for devido para que ela se a cumpra diante de Deus e dos homens, somos sabedores, que as nossas atitudes nos responsabilizam ou nos isentam dos seus efeitos.
            Há casos que seres por terem sido influenciados por esses ensinamentos e como as promessas que não se cumpriram se deixaram levar pela incredulidade da existência de Deus, da sua bondade, da magnânima justiça. Tornaram-se descrente no Amor de Deus, cultivando de dentro de si o materialismo, aplicado com egoísmo, orgulho e vaidade.
            Afinal Deus Existe?
            Na Gênese, no capítulo II, Allan Kardec, escreveu o seguinte comentário sobre a “Existência de Deus”.
            “Nem sempre, pois, se faz necessário vejamos uma coisa, para sabermos que ela existe. Em tudo, observado os efeitos é que se chega ao conhecimento das causas.
            Pois bem! Lançado o olhar em torno de si, sobre as obras da natureza, notando a providência, a sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, reconhece o observador não haver nenhuma que não ultrapasse o limite da mais portentosa inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são produto de uma inteligência superior a Humanidade, a menos se sustente que há efeitos sem causa.
            As forças orgânicas da Natureza são puramente automáticas.
            Tudo isso é verdade; mas, essas forças são efeitos que hão de ter uma causa e ninguém pretende que elas constituam a Divindade. Elas são materiais e mecânicas; não são de si mesmo inteligente também isso é verdade; mas, são postas em ação, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma inteligência que não é dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente. Ocorre com o mecanismo do Universo, Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras.
            A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, crêem instintivamente na exigência de um poder sobre-humano. "Eles vêem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um Ente superior à Humanidade”. (5 a)
             No Livro dos Espíritos Kardec nos transmite as seguintes informações sobre a existência de Deus. “A prova da existência de Deus podemos encontrar num axioma que aplicamos as nossas ciências: não há efeito sem causa. Procuremos a causa de tudo que não é realização do homem e teremos a resposta.
            Para crermos na existência de Deus, basta lançar os nossos olhos para as obras da criação. O Universo existe; ele tem, portanto, uma causa.  Duvidar da existência de Deus é duvidarmos que todo efeito tenha uma causa, e desse modo é pensar, crer que o nada pode fazer alguma coisa.
            A intuição da existência de Deus, que todos os homens pressentem desde as mais remotas eras é que Ele existe. É o princípio de que todo efeito tem uma causa.
            Se esse sentimento da existência de Deus fosse causa de uma educação religiosa, porque os selvagens também têm esse sentimento, além do mais ele é Universal e nem existiria.
            Julga-se o poder de uma inteligência pelas suas obras. Como nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz, a causa primária há de estar numa inteligência suprema, Superior, à Humanidade.
            Com essas informações fica claro para um raciocínio lógico de que existe uma causa Superior a inteligência humana, que é a criadora de todas as Leis naturais que regem a vida do Universo e seus habitantes.
            Continuando com os ensinamentos do Codificador no Livro Obras Póstumas, nos números 1 a 3 encontramos a seguinte citação: -“ um Deus inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.        
            Vemos constantemente uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, pois que a Humanidade é impotente para produzi-los, ou, sequer, para explicá-los. A causa está acima da humanidade. É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Fo-Hi, Grande Espírito, etc.
            Tais efeitos não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do menor inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no Espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. “A causa é, pois, soberanamente inteligente”. (6.a.)
            Nós seres humanos queremos sempre saber quem é o autor dos atos conhecidos e dos desconhecidos que se apresentam para nós no Planeta. Mas nesse caso após as elucidações anteriores não devemos questionar quem é Deus, pois, não existe ninguém com capacidade que pudesse descrevê-lo. O que devemos então questionar nas nossas meditações?
            No Livro dos Espíritos, no capítulo primeiro, Kardec pergunta aos Espíritos, “O Que é Deus”?
            “É a inteligência suprema causa primária de todas as coisas.
            Deus é infinito nas suas perfeições, mas o infinito é uma abstração; dizer que Deus é infinito é tomar o atributo de uma coisa por ela mesma, definir uma coisa, ainda não conhecida, por outra que também não o é.
            O homem não pode compreender a natureza íntima de Deus, para tanto lhe falta um sentido. O dia em que o homem não estiver mais obscurecido pela matéria e pela sua evolução aproximar-se da perfeição, então ele verá e compreenderá o mistério da Divindade. No atual grau de sua evolução, devido a sua inferioridade moral e de suas faculdades não lhe é permitido conhecer a Natureza íntima de Deus.
            Como não podemos conhecer a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de suas perfeições, isso ocorre quando o homem se eleva acima da matéria, ele entre vê pelo pensamento.
            Do nosso ponto de vista quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, temos uma idéia completa dos seus atributos. Pois, cremos abranger tudo, mas há mais perfeições de Deus, que estão acima das inteligências mais inteligentes que possam conceber, porém, a nossa linguagem é limitada, às nossas idéias as nossas sensações, não dispõe de expressões para classificá-las. A nossa racionalidade nos diz que Deus tem esses atributos em grau supremo de suas expressões, caso uma dessas perfeições tivesse algo de menos e não fosse infinita o seu grau, Ele não seria Superior a tudo e, por conseguinte não seria Deus.  
            Deus não está sujeito a vicissitudes e não tem nenhuma imperfeição que a nossa imaginação possa conceber. (1)
            Não é dado ao homem sondar a Natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Mas, se não se pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhes os atributos necessários porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser. (5 b)
            Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de orientá-las, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.  (5 b)
            Deus é a suprema e soberana inteligência. É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até o infinito. (5 b).
            Deus é eterno. Se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade. (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é imutável. Se ele estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade. (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é imaterial. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma ele não seria imutável, estando sujeito a transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos; a mão de Deus, a boca de Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. São ridículas essas imagens em que Deus é representado por um ancião de longas barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente de rebaixar o Ente supremo até as mesquinhas proporções da humanidade. Daí a lhe emprestarem as paixões humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso não vai mais que um passo.  (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é único. Se houvesse muitos deuses, não haveria unicidade de vistas nem de poder na organização do Universo.
            A unicidade de Deus é conseqüência do fato de serem infinitas as perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre elas a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e então não seria Deus. Se houvesse entre os dois igualdade absoluta, isso equivaleria a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria a autoridade soberana.  (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é todo-poderoso. Onipotente. Porque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obras de outro Deus. (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.
            O fato de ser infinita uma qualidade exclui a possibilidade de uma qualidade contrária, porque está reduziria ou anularia a outra. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conterem a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo um objeto não pode ser negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco, nem branco absoluto com a menor nuança de preto.
            Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho de sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom.
            A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em conseqüência, já não seria soberanamente bom.   (1 - 5.b - 6.a.)
            Deus é infinito em todas as suas perfeições. Se supuséssemos imperfeito um só dos atributos de Deus, se lhe tirássemos a menor parcela de eternidade, de imutabilidade, de imaterialidade, de unicidade, de onipotência, de justiça e de bondade, poderíamos imaginar um ser que possuísse o que lhe faltasse e esse ser, mais perfeito do que ele, é que seria Deus. É impossível conceber Deus sem o infinito de suas perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo.
            Sendo infinito, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. (5.b - 6.a.)
            “Se tirarmos a menor parcela de um só dos atributos de Deus, não teremos mais Deus, pois poderia existir um ser mais perfeito.” (4)
            Santo Agostinho nos deixou a seguinte mensagem: -“Deus ama os simples de espírito, o que não quer dizer os simplórios, mas aqueles que fazem abnegação de si mesmo e que vêm a Ele sem orgulho”.
            “Lembrai-vos de que, um dia, o mundo pode ter o olhar sobre vós; fazei, pois, que nada ofusque a claridade das boas coisas que sairão do vosso seio; é por isso que vos recomendamos orarem a Deus para vos assistir”. (3 I).

Pesquisador e compilador: Carlos Gilberto Zanetti Mäder
                                                                                  Piracicaba, 04 de Março de 2011.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA:
1º. Livro dos Espíritos: Questões: De 1 a 13.
2º. (a) Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. I - pag.: 15 e 16 - (b) - pag.: 39 a 41.
3º. Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 3. i. - pág. 429 - Editora IDE - Araras. SP.
4º. O Céu e o Inferno: Pág. 106. nº 4.
5º. A Gênese: (5 a) - Capítulo II. - nº. 1 a 7.   pág. 53 a 56 - (5 b) - nº. 8 a 19. pág. 56 a 60.
6º. Livro Obras Póstumas: 6.a. - nº. 1 a 3. - Pág. 31 e 32 - 6.b. - nº 9 a 15.- Pág.35 e 37.

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