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quarta-feira, 7 de março de 2012

- PROBLEMAS DE DROGAS EM SUA FAMÍLIA OU AMIGOS? - PROCURE O NAR-ANON. - No. 22. - O QUE O NAR-ANON FEZ POR MIM.


                “O QUE O NAR-ANON FÊZ POR MIM!”


                                 TERCEIRA PARTE.

Por que? A vergonha de termos um mau caráter em nosso convivio, nos torna impotente diante de todos familiares e da sociedade em todas as situações.
O maior obstáculo a este processo é a vergonha. A vergonha é uma desculpa para nos odiarmos e nos protegermos, diante da nossa consciência. Hoje somos réus dos nossos próprios julgamentos, porque pensamos sermos culpado por algo que fizemos ou deixamos de fazer no passado. 
Em uma mente cheia de vergonha não há lugar para aceitar o fato de que fizemos o melhor que podíamos na ocasião, nem conseguimos aceitar que como seres humanos estamos sujeitos a cometer erros.
O que é a Vergonha, segundo o Dicionário da Língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda é: “Uma Desonra humilhante. Sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem. Sentimento de insegurança provocado pelo medo do ridículo, por escrúpulos, etc., obscenos, indecoroso, vexaminosos. Sentimentos de sermos atingidos no brio, na dignidade, na honra, no pudor, nas atitude éticas e morais. 
E nós?
Precisamos saber “O QUE” fazer?
Precisamos saber “A ONDE” fazer?
Precisamos saber “COM QUEM PROCURAR” fazer? 
  Precisamos saber “COMO” fazer?
Nessa hora precisamos desvestirmos a máscara de lobos famintos, de juizes autoritários donos da verdade, implacáveis, agindo para conosco como agíamos quando aplicávamos as penas, quando esses fatos horrendos abalaram outras famílias. Precisamos vestir a máscara de cordeiros indefesos, impotentes, envergonhados, para nos achegarmos a esses infelizes que sofreram primeiro do que nós, essas tristes experiências e perguntar: 
- “O QUE”, “A ONDE”, “COMO”, “QUEM PROCURARAM”, para viverem com os seus problemas?
Esperançosos de ouvirmos uma fórmula mágica, da matemática, da física, da química, ou de qualquer outra ciência simplesmente ouvimos:
- “Nós fomos a uma sala do Nar-Anon!
- O que é o Nar-Anon?
- Os Grupos Familiares Nar-Anon são uma irmandade de parentes e amigos de dependentes de drogas, que compartilham entre si suas experiências, forças e esperanças, a fim de lidar melhor com os problemas que têm comum.
A dependência química é uma doença, reconhecida pela Organisação Mundial da Saúde. A família é atingida, porque todos os membros são afetados emocionalmente e, às vezes, fisicamente.
Acreditamos que uma mudança de nossas atitudes pode ajudar na recuperação e que podemos nos desligar dos seus problemas enquanto continuamos a amá-lo.
O Nar-Anon não está ligado a nenhuma seita, religião, movimento político, organização ou instituição; não se envolve em qualquer controvérsia, nem endossa ou se opõe a qualquer causa. Não existem taxas para ser membro. O Nar-Anon é independente financeiramente, através das contribuições voluntárias de seus próprios membros.
O Nar-Anon tem apenas um propósito: prestar ajuda a familiares e amigos de adictos. Fazemos isso, Praticando os Doze Passos de Nar-Anon, adaptados dos Alcoólicos Anônimos (A.A.), nós mesmos, encorajando e compreendendo nossos parentes adictos, bem como acolhendo e proporcionando alívio a familiares de adictos.
Obs.: Retirado do Opúsculo: “Nar- Anon, Um Programa espiritual”. 
Com essas informações, fomos orientados por uma pessoa que participa do Grupo, que seria importante a nossa participação.  A partir deste momento fomos ao encontro, do que pensávamos ser a “varinha de condão” que resolveria o problema do nosso adicto
No Acolhimento,  na noite do dia vinte de dezembro de dois mil e seis, fomos muito bem recebidos, esclarecidos, e informados que ali não encontraríamos a solução do problema do nosso enfermo, e sim a nossa transformação pessoal diante de tal situação criada por alguém que sofre de uma enfermidade incurável de comportamento que contamina toda a família e pessoas do seu convívio.
A pessoa que nos recebeu fez a seguinte declaração que é um “Lema”,   PARA REFLETIR DIARIAMENTE: “A recuperação de uma pessoa pode ter um forte impacto na família inteira. Quando cuido de mim mesmo, posso estar fazendo muito mais do que penso para ajudar aqueles que amo e que sofrem desta doença familiar.
“Se uma pessoa melhorar, a situação da família inteira melhora”.
A partir dessa primeira reunião fomos assimilando os princípios, lentamente, fomos mudando as nossas atitudes e começamos a estudar, pois, temos uma caracteristica de que só podemos aprender uma ciência, uma filosofia de vida, estudando-a, como fazemos com a nossa profissão e as nossas especialidades.
Fiz um histórico da situação em que vivia e encontrei vários fatores que me dificultariam o aprendizado teórico e aplicação prática do Programa Espiritual Nar-Anon, classificamos, a seguir: 
1º. Situações Desfavoráveis:
a. - Negação ... do problema que vivemos com o nosso adicto.
b. - Vergonha ... embora há muitos anos admitíamos o problema com o nosso adicto.
c. - Impotência ... éramos impotente diante das situações criadas por ele. 
d. - Medo ... que ele sofresse ou causasse algum atentado físico, sempre fomos responsáveis, e qualquer atitude injusta que provocasse, teria obrigatoriamente de responder por ela.
e. - Aceitação ... do caso e da participação no Grupo Nar-Anon, pelos familiares, aceitarem e participarem junto. Alguns encontravam-se em viagem.
f. - Limites ... precisam ser impostos para que a vida do adicto, não prejudicasse a família de todas as formas, física, material, financeira, moral e espiritual.
g. - Atitudes ... de todos nós diante dele, para faze-lo entender que deveria ter responsabilidades. Todos menos um familiar, entendemos a informação, que a nossa mudança faria ele despertar para a realidade. Se continuássemos a fazer o que estávamos fazendo, ele continuaria fazer o que sempre fez.
h. - Superproteção ... de um familiar, ele era intocável,(até hoje ela duvida, julga e culpa os outros), criava um situação de vítima para protege-lo.
i. - Companhias ... não aceitávamos, mas éramos impotentes e incapazes de convencê-lo a mudar as suas companhias.
j. - Namorada ... vivia a mesma situação em constante desequilíbrio, muitas vezes agredindo-o fisicamente. Aceitá-la em nosso meio foi duro.
k. - Mentira ... esse fator era constante, para ele mesmo. Um familiar mentia para protegê-lo, encobrindo suas atitudes.
l. - Jogo Duplo ... de um familiar para ele era um tipo informação, para o restante da família era diferente.
m. - Confiança ... nele há muito não existia. Éramos acusadosnós pais, diante dos demais familiares e somos até hoje, ditos, como coniventes.
n. - Discursos ... Dele e de um familiar, falava-se muito, mas não cumpria-se o combinado.
o. - Prejuízos ... financeiros, saldando dívidas para evitar um confronto com a esposa e com o restante da família. Mais uma vez éramos acusados de conivente. 
p. - Fisicamente ... tínhamos conquistado quatro enfartes, uma embolia pulmonar, uma trombose, e 137 kg de peso.
q. - Emocional ... uma baixa na autoestima, falta de entusiasmo para trabalhar e viver, esperava a morte devido a um agravamento dos problemas físicos, fiquei recluso no tempo e no espaço, trabalhando sem qualquer objetivo de vida, sem o mínimo otimismo.
r. - Outros ... eram conseqüências desses, ou uma somatória deles.
  
2º. Dificuldades que encontrei para freqüentar, estudar e praticar o Programa Nar-Anon:
A. Pessoal:
a. - Problema Pessoal e ou Familiar: ... as opiniões que expressava na sala, eram desvirtuadas por julgamentos e suposições irreais de interesse personalístico, segundo alguns, queria eu dominar pessoas, ou causar temor à outras. O que foge da realidade, pois, aqui “somos todos necessitados de auxílio”, carentes de amor físico, emocional, e espiritual. Quando aqui chegamos, vivíamos uma situação como aquela do marinheiro, perdido numa noite escura, em alto mar, num barco a remo, sem bússola e sem as estrelas para guiá-lo. Infelizes d’àqueles que desse modo me julgaram.
b. - Antipatia e rejeição para com a pessoa do adicto.
c. - Falta de diálogo com a pessoa do adicto.
d. - Falta de confiança na pessoa do adicto.
e. - Falta de expressar e amar o adicto.  
f. - Combater comportamentos inaceitáveis do adicto dentro do lar.
g. - Discordar de atitudes de terceiras pessoas em prol do adicto.
h. - Descontrole do adicto e de outras pessoas diante das crises e das situações criadas por ele.
i. - Pré- julgamento das pessoas que se relacionam com o adicto.
j. - Viver em constante angústia, imaginado e supondo o que as pessoas e familiares que nos conheciam pensavam e falavam a respeito, da situação, de nós e do adicto.
k. - Meditava diuturnamente para tentar descobrir a onde erramos e o grau de culpabilidade com relação as ações do adicto. 
l. - Agia de uma forma que pensava favorecer o seu desligamento da adicção, e ao contrario, nestas ações criava meios facilitadores para a continuidade da enfermidade.
m. - As desavenças entre os familiares devido a atitudes tomadas ou não diante do adicto.
n. - Desgaste, físico, emocional, espiritual e, familiar, nos relacionamentos dos pais e irmãos do adicto. Chegamos a um passo do rompimento da família devido as atitude de alguns diante do adicto.
o. - As lesões emocionais e sentimentais nos relacionamentos dos pais e irmãos e amigos do adicto, poderão um dia ser curadas?
p. - Julgar o “Adicto” como o único culpado, transferindo todos os meus defeitos de caráter, as minhas frustrações, os meus problemas para sua responsabilidade. Creio que este foi um dos principais erros que cometi.
q. - Muitas e variáveis são as outras causas, que conforme passa o tempo, dia após dia vamos identificando-as. ...

                                   AGRADECIDO.

                                   Eu sou o Carlos mais um Nar-Anon em recuperação.


                                                  RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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