- POEMAS ESPÍRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - A SEPULTURA. - CRUZ E SOUZA. (CHICO XAVIER.)

             A SEPULTURA.

Como a orquídea de arminho quando nasce,
Sobre a lama ascorosa ressurgindo,
A brancura das pétalas abrindo,
Como se a neve alvíssima a orvalhasse;

Qual essa flor fragrante, como a face
Dum querubim angélico sorrindo,
Do monturo pestífero emergindo,
Luz que sobre negrumes se avistasse;

Assim também do túmulo asqueroso,
Evola-se a essência luminosa
Da alma que busca o céu maravilhoso;

E como o lodo é o berço vil de flores,
A sepultura fria tenebrosa
É o berço das almas - senda de esplendores.

CRUZ E SOUZA.

Catarinense. Funcionário público, encarnou em 1861 e desprendeu-se em 1898, no Estado de Minas. Poeta de emotividade delicada, soube, mercê de um simbolismo inconfundível, marcar sua individualidade literária. Sua vida foi toda de dores.

                  Fonte: PARNASO DE ALÉM . - CRUZ E SOUZA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.


                                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)