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sábado, 1 de março de 2014

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA N º. 17. MÉDIUM E MEDIUNIDADE. - ANEXO N º. 104. - MEDIUNIDADE E EVANGELHO. - CONVERSÕES SÉRIAS. - ODILON FERNANDES. (CARLOS A. BACCELLI.)

           MEDIUNIDADE E EVANGELHO.

                       CONVERSÕES SÉRIAS.

                        “Falai ao coração, é por aí que fareis mais conversões sérias. Se credes útil, para certas pessoas, agir pelos fatos materiais, apresentai-vos menos em circunstâncias tais que não possam dar lugar a nenhuma interpretação falsa e, sobretudo, não vos afasteis das condições normais desses fatos, porque os fatos apresentados em más condições fornecem argumentos aos incrédulos, em lugar de convencê-los”. (Cap. V – Segunda Parte Item 98)

            A mensagem de Erasto, discípulo de Paulo que Kardec inseriu no capítulo V da segunda parte de O Livro dos Médiuns, merece acuradas considerações. Pena que aqui, a fim de não fugirmos no objetivo a que nos propomos, não possamos examinar-lhe mais do que o trecho que transcrevemos acima.
            O tema “conversões sérias” enseja-nos algumas reflexões. O Espírita, seja ou não médium atuante, não deve preocupar-se com a adesão de “pessoas importantes” ao Espiritismo, tratando-as com uma deferência que não dedicam às pessoas de menor projeção social; não deve fazer a essas pessoas de destaque concessões que habitualmente não faz aos mais simples...
            Numa reunião espírita todos os participantes devem merecer o mesmo tratamento e ter as mesmas oportunidades de acesso a essa ou aquela atividade.
            Outrora, as portas de quase todos os templos religiosos escancaravam-se para receber os que pudessem doar mais, concedendo-lhes privilégios e títulos honoríficos. Sabemos, infelizmente, no que isto vei a dar. Muitos “santos” canonizados pela Igreja compraram a peso de ouro a auréola de sua santidade que ostentam na Terra, nos altares de pedra...
            O princípio de autoridade deve ser respeitado, mas respeito não bajulação e servilismo.
            É preciso que todos compreendam que o Espiritismo é uma doutrina séria que se interessa por adeptos sérios, que queiram ser respeitados pelos seus dotes morais e não pela posição que transitoriamente ocupam.
            Meditemos no exemplo do Cristo espalhando a mensagem da Boa Nova entre os pescadores, os marginalizados e as prostitutas que, segundo ele, haveriam de preceder muita “gente boa” no Reino dos Céus...
            Foi com os chamados “pobres de Espíritos” que Jesus triunfou com o Evangelho. Só pouco a pouco, as inteligências mais cultas, como Gamaliel e Paulo de Tarso, foram se rendendo as evidências. Os que testemunharam a fé cristã nos circos romanos eram gente simples do povo... Os maiores discípulos do Cristianismo saíram do mais completo anonimato.
             Quando o espiritismo surgiu na França, foram os operários os que primeiros tiveram a sensibilidade para abraçá-lo. Os principais médiuns que assessoram  Kardec na obra gigantesca da Codificação eram procedentes de famílias humildes.
            “Falai ao coração...”, concita-nos Erasto. O sofrimento tem sido o maior instrumento de conversão dos homens à Doutrina, porque, em sua feição consoladora, somente ela satisfaz, ao mesmo tempo, aos anseios do coração e às exigências da razão.
            Embora possa haver boa intenção, é inútil que companheiros de ideal queiram ganhar adeptos importantes, conduzindo-os a reuniões especiais com o intuito de convencê-los; essas reuniões especiais “arranjadas”, não raro, acabam funcionando de forma negativa, porque desejosos de “mostrar serviço” os médiuns perdem a espontaneidade tão necessária à produção dos fenômenos mais sérios.
            Outra coisa: as pessoas, embora estimem ser tratadas à altura da dignidade dos títulos e posições que ocupam, possuem um sentimento de justiça que lhes é inato e não aprovam que outros sejam preteridos por sua causa...
            Só se converte realmente quem se transforma, e só se transforma quem verdadeiramente foi “tocado” no íntimo, aceitando, de iniciativa própria, o Cristo no coração.
            Ainda em sua mensagem, afirma Erasto: “Quanto aos incrédulos, e aos sábios piores do que os incrédulos, não vou procurar convencê-los, não me ocupo deles; serão, um dia, convencidos pela força da evidência...”
            Que os médiuns se acautelem, portanto, dando de graça a todos, em parcelas iguais, o que todos de graça, em iguais parcelas, têm recebido de Deus.

Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..


                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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