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terça-feira, 6 de agosto de 2013

- VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES. - N º. 40. - 39 º. Parte. - SILVIO BRITO SOARES.

  VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.

            39 º. Parte. – O jornal Gazeta de Notícias, em sua edição de 22 de abril de 1897, inseriu em suas colunas o seguinte:
            “Meu caro Max. – A nossa incipiência tem encontrado sempre conforto em vossa palavra inspirada e respeitada mesmo pelos ortodoxos da fé; desde, pois, que assumistes uma tal autoridade, a vossa opinião, sem que a embarace a vossa reconhecida modéstia, é segura orientação para os que entretêm Grupos Espíritas, e, nestas circunstâncias, revelareis que vos peçamos em conselho: podemos tomar os livros publicados pelo Dr. Sayão como normas a seguir em nosso Grupo? “Um discípulo.”
            Bezerra prontamente acudiu à solicitação feita, enviando a esse periódico uma carta que dizia:
            “Bem se vê que o consultante é realmente um incipiente, pois que eleva nossa individualidade a umas alturas que estamos muito longe de atingir; entretanto, por corresponder à sua confiança, dir-lhe-emos, com toda a lealdade e sinceridade, o que pensamos sobre os livros do Dr. Sayão.
            “O Espiritismo não é, como julgam os padres ser a revelação messiânica, a última palavra sobre as verdades que Deus, em seu amor pela humanidade, faz baixar do Céu à Terra.
            “Enquanto o homem não chegar ao último grau de perfeição intelectual, o de penetrar todas as leis da criação, a revelação não chegará a seu termo, pois que ela é progressivamente mais ampla, na medida do desenvolvimento da faculdade compreensiva do homem.
            “O Espiritismo, pois, tendo dado mais do que as anteriores revelações, muito terá ainda que dar, porque muito terá ainda que progredir a humanidade terrestre.
            “Allan Kardec, Espírito preposto por Jesus par reunir em um corpo de doutrina ensinos confiados, pelo mesmo Jesus, ao Espírito de Verdade, constituído por uma legião de Altíssimos Espíritos, só apanhou o que estes deram – e estes só deram o que era compatível com a compreensão atual do homem terreal.
            “Mas o homem, como já se disse, não cessa de desenvolver a sua faculdade compreensiva e, pois, os principais fundamentos da revelação espírita, compreendidos nas obras fundamentais de Allan Kardec, tendem constantemente a se alargar em extensão e compreensão, como ele mesmo veio alarga os princípios fundamentais do ensino ou revelação messiânica – e com esta veio alargar os da revelação moisaica.
            “A Allan Kardec sobrevivem outros missionários da verdade eterna que, sem destruir a obra feita, porque esta é firmada na Lei e a Lei é imutável, darão mais luz, para mais largo conhecimento das faces mais obscuras daquela verdade.
            “Eis aí que já apareceu Roustaing, o mais moderno missionário da lei, que em muitos pontos vai além de Allan Kardec, porque é inspirado como este, mas teve por missão dizer o que este não podia, em razão do atraso da Humanidade.
            “Não divergem no que é essencial, mas sim no modo de compreender a verdade, porque esta, sendo absoluta, nos aparece sob mil faces relativas – relativas ao nosso grau de adiantamento intelectual e moral, que um não pode dispensar o outro, como as asas de um pássaro não se podem dispensar o outro, como as asas de um pássaro não se podem dispensar, para o fim de ele se elevar às alturas.
            “Roustaing confirma o que ensina Allan Kardec, porém adianta mais que este, pela razão que já foi exposta acima.
            “É, pois, um livro precioso e sagrado o de Roustaing; mas o autor, não possuindo, como homem, a vantagem que faz sobressair o trabalho de Allan Kardec, de clareza e concisão, torna-o bem pouco acessível às inteligências de certo grau para baixo.
            “Seria obra do meritório valor dar, à sua exposição de princípios relevantíssimos, a concisão e a clareza que sobram no mestre e que lhe faltam bem sensivelmente.
            “Foi esta, no fundo, a obra de Sayão.
            “Em ligeiros traços resumiu, sem lesar, longas exposições – e em linguagem didática clareou e pôs ao alcance de todas as inteligências o que era obscuro à maior parte.
            “o livro de Sayão é um resumo do de Roustaing, com as vantagens de Allan Kardec.”
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            Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”  - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.


                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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