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sexta-feira, 10 de junho de 2011

PARNASO DE ALÉM - TÚMULO.


                  À VIRGEM.

   Vós soi no mundo a estrela da esperança,

   A salvação dos náufragos da vida;

   A custódia das almas sofredoras,

   A consolação e paz dos desterrados

   Do venturo aprisco das ovelhas

   De Jesus Cristo, o Filho muito amado!

   Final radioso aos pobres degredados,

   Anjo guiador dos homens desgarrados

   Do Evangelho de luz do Filho vosso

   Virgem formosa e pura de bondade,

   Providências dos fracos pecadores,

   Astro de amor na noite dos abismos,

   Clarão que sobre as trevas da cegueira

   Expulsa a escuridão das consciências!

   Virgem da piedade e da pureza,

   Estendei vossos braços tutelares
  
   A Humanidade inteira, que padece,

   Espíritos na treva das angústias,

   No tenebroso báratro das dores,

   Mergulhados nas tredas tempestades

   Do mal, que lhes ensombra a mente e a vista;

   Cegos desventurados, caminhando

   Em busca de outras noites mais escuras,

   Legião de penitentes voluntários,

   Afastados do amor e da verdade

   Fujitivos do amor que os esclarece!

   Anjo da caridade e da virtude,

   Estendei vossas asas luminosas

   Sobre tanta miséria e tantos prantos.

   Daí fortaleza àqueles que fraquejam,

   Apiedai-vos dos frágeis caminhantes,

   Iluminai os cérebros descrentes,

   Fortalecei a fé eos vacilantes,

   Clareai as sendas obscurecidas

   Dos que se võ nos pântanos dos vícios!...

   Existem akmas miseras que choram

   Amarrada ao potro da tortura,

   E corações farpeados de amarguras...

   Enxugai-lhes as lágrimas penosas!

   Virgem imaculada de ternura,

   Abençais os mansos e os humildes

   Que acima de européis enganadores

   Põem o amor de Jesus, eterno e puro!

   Dulcificai as mágoas que laceram

   Pobres almas aflitas na voragem

   Das provações mais rudes e amargosas,

   Estendei, virgem pura, o vosso manto

   Constelado de todas as virtudes,

   Sobre a nudez de tantos sofrimentos

   Que despedeçam almas exiladas

   No orbe da expiação que regenera...

   Ele será a luz resplandecente

   Sobre a miséria dos padecimentos,

   Afastando amarguras, concedendo

   Claridades a estradas pedregrosas...

   Conforto às almas tristes deste mundo,

   Porto de segurança aos viajantes,

   Clarão de sol nas trevas mais espessas,

   Farol brilhante iluminando os trilhos

   De todos os viajores que caminham

   Pela mão de Jesus, doce e bondosa;

   O pão miraculoso, repartido

   Entre os esfomeados e os sedentos

   De paz, que os acalante e os conforte!

   Virgem, Mãe de Jesus, anjo de amor,

   Vinde a nós que na luta fraquejamos,

   Ajudai-nos a fim de que a vençamos...

   Vinde, piedosa Virgem de bondade,

   Cremos em vós, na vossa alma divina!

   Vinde!... daí-nos mais força e mais coragem,

   Derramai sobre nós o eflúvio santo

   De vosso amor, que ampara e que redime...

   Vinde a nós! Nossas almas vos esperam,

   Almas de filhos míseros que sofrem,

   Atendei nossas súplicas, Senhora,

   Providência da pobre Humanidade!...
 

                                                                            BITTENCOURT SAMPAIO.
            SERGIPANO, nascidos na cidade de Laranjeiras, em1de fevereiro de 1834, desencarnou no Rio de Janeiro em 10 de outubro de 1895. Foi político ativo, deputado por sua província em duas legislaturas e Presidente do Espírito Santo. Diretor da Biblioteca Nacional e jornalista de mérito.
             A fonte de onde respiramos estes dados aponta Poesias (1859) e Flores Silvestres (1860), mas omite a maior das suas obras, que é A divina Epopéia, ou seja o Evangelho de João, em magníficos versos brancos, tais como estes. Mas... É que Bittencourt Sampaio foi, no último quartel da vida terrena, um dos mais brilhantes e destemerosos paladinos da Revelação Espírita. E, como Jesus perante a Cristandade, verdadeiro poema em prosa, Reformador, de 1937 publicou-lhe a biografia.

                                                                            RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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