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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

- APRENDENDO COM CHICO XAVIER. - N º. 219. - UMA VIDA COM AMOR XV. - FAMA E HUMILDADE II. - UBIRATAN MACHADO.



 CHICO XAVIER POR ELE MESMO.

         UMA VIDA COM AMOR XV.


            FAMA E HUMILDADE II.

                                                          
                                               UBIRATAN MACHADO.
  
         Em 30 de julho de 1937, Chico Xavier teve a oportunidade de exibir seus dons de psicografia a Agripino Grieco. Católico convicto, admirador da Igreja e de seus grandes santos, Grieco era também um crítico implacável, não deixando passar ocasião para fazer uma frase sarcástica, ou apenas irônica. Temor de certos escritores que só ajeitavam o nó da gravata diante daqueles espelhos de aumento.
         Naquela data, Chico encontrava-se na casa do professor Cícero Pereira, na Rua Bonfim, 360, em Belo Horizonte, quando foi procurado por um amigo, Bady Curi. Esse disse que Agripino Grieco estava a sua espera, pois desejava vê-lo em atividade psicográfica. Chico ponderou que não se devia forçar ninguém a acreditar nos fenômenos mediúnicos. Mas o amigo insistiu tanto que a recusa se tornou impossível.
         Com a mesma habilidade, os amigos de Chico seduziram o crítico e o encontro deu-se num centro espírita da capital mineira. Salão lotado, Grieco sentou-se ao lado do médium, que não lhe deu nenhuma impressão de inteligência fora do comum. “um mestiço magro, meão de altura, com os cabelos bastante crespos e uma ligeira mancha esbranquiçada num dos olhos”, observou.
         O orientador do trabalho solicitou que Grieco rubricasse 20 folhas de papel destinadas à escrita do médium. Logo, “com uma celeridade vertiginosa”, o lápis de Chico deslizou pelo papel, “com uma agilidade que não teria mais o mais desenvolto dos escrivães de cartório”.
         A medida que as folhas iam sendo preenchidas, sempre em grafia legível, o critico ia verificando o conteúdo da mensagem. Primeiro, surgiu um soneto de Augusto dos Anjos. Em seguida, antes mesmo do médium concluísse a crônica e apusesse a assinatura do espírito, Grieco já percebera “que estava em jogo, bem patentes, a linguagem e meneio das idéias peculiares de Humberto de Campos”.
         Entrevistado por jornais mineiros, Grieco não escondeu seu aturdimento, respondendo com toda honestidade:
         “Se é mistificação, parece-me muito bem conduzida. Tendo lido as paródias de Albert Sorel, Paul Reboux e Charles Muller, julgo ser difícil (isso digo com a maior lealdade) levar tão longe a técnica do pastiche. Não sei como elucidar o caso. Fenômeno nervoso?  Intervenção extra-humana? Faltam-me estudos especializados para concluir”.
         A entrevista de Grieco teve intensa repercussão, mas critico e médium nunca mais se viram, cada um seguindo seu rumo.

            Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São Paulo, SP, - Outubro de 1994.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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