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segunda-feira, 28 de março de 2016

- POEMAS ESPÍRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - ANJINHOS. - (CASSEMIRO CUNHA.)



                                  ANJINHOS.

Ó mães que chorais na vida
Os vossos ternos anjinhos,
Que quais meigos passarinhos
Cindiram o espaço azul,
Deixando-vos sem conforto,
O peito dilacerado,
O coração desolado,
A alma tristonha e exul,

Reconhecei que na Terra
Só se conhecem as dores,
Os prantos, os amargores,
As frias noites sem luz;
E os vossos filhinhos ternos,
Quais centelhas luminosas,
São as flores mais formosas
Das moradas de Jesus.

São mensageiros felizes
Nas radiantes alturas,
Em meio das luzes puras,
De outras rútilas esferas,
Resplandecendo imortais
Nos espaços deslumbrantes,
Quais reflexos brilhantes
Das celinas primaveras.

Visitam os vossos lares
Como gênios protetores,
Ofertando-vos as flores
Do seu afeto eternal;
Osculam-vos ternamente,
Insuflando-vos coragem,
Ao transpordes a voragem
Do abismo negro do mal;

Alegrai-vos, pois, ao verdes
Quando partem sorridentes,
Venturosos, inocentes,
Como fúlgidos clarões;
Eles farão despertar
As alvoradas formosas,
De luzes esplendorosas
Dentro em vossos corações.

Casimiro Cunha

POETA vassourense, nasceu aos 14 de abril de 1880 e desencarnou em 1914. Pobre, ao demais espírita confesso, não teve maior projeção no cenáculo literário do seu tempo, mau grado à suavidade da sua musa e inatos talentos literários. Há, na sua existência terrena, uma triste particularidade a assinalar, qual a de haver perdido uma vista aos 14 anos, por acidente, para de todo cegar da outra aos 16. Órfão de pai aos 7 anos, apenas freqüentou escolas primárias. Era um espírito jovial e forte no infortúnio, que ele sabia aproveitar no enobrecimento da sua fé. Se tivesse tido maior cultura, atingiria as maiores culminâncias do firmamento literário.

            Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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