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quarta-feira, 26 de junho de 2013

- VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.- N º. 45. - 33 º. Parte. - SILVIO BRITO SOARES.

VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.

            33 º. Parte.     - UMA CARTA DE BEZERRA.
            Essa missiva é, sem favor, uma página de erudição, uma verdadeira aula de História comparada das religiões. Explana de maneira sintética, mas com profundeza, sobre a doutrina dos brâmanes e do Buda; sobre os Vedas, livro sagrado dos hindus; sobre o Bagavat-Gita, no Shastah e no código de Manu; sobre o Masdeismo, que se distancia do Bramanismo por não admitir a origem divina do mal, etc., etc.
            Faz igualmente, oportunas citações de idéias e pensamentos de filósofos, escritores respeitáveis, pensadores eméritos e mesmo de religiosos. Cita, por exemplo Pitágoras, Sócrates, Platão, Luiz Ménard, Schutz, Caussette, Bonniot, Duhamel, Carlos Bonnet, Dupont de Nemours, Ballache, Frederico Schlegel, Saint-Martin, Balzac, Constant Savy, Fourier, La Codre, Pelletan, Jouffroy, Franck, Callet, João Reynaud, Flammarion, Berraut, De Enfantin, Luís Gourdan, Vergílho, Plotino, Porfírio, Jâmblico, Orígenes, Santo Agostinho, enfim, muitos outros, cuja enumeração seria fastidiosa, para demonstrar, de maneira eloq6uente e convincente, que o Espiritismo foi aceito na antiguidade por vultos do alto gabarito, cujo nomes ainda hoje honra e dignificam o saber humano; que ele não era um herege nem louco, que sabia perfeitamente em que terreno estava pisando, que continuaria sendo cristão, mas cristão envolvido, cristão que quebrara as algemas do fanatismo, da escravidão à letra que mata, para banhar-se na luz esplendente do espírito que vivifica; que seu espírito, por muito amar, respeitar e venerar o Cristo de Deus, não podia continuar rastejando no lamaçal dos dogmas, criados pelos interesses das casta religiosas, os quais aberram do bom senso, da lógica e do respeito que devemos ter às sábias. Justas e luminosas leis divinas! Que ele não abdicaria de sua nova crença, porque ela o fazia ver em Jesus uma entidade muito superior àquela que a religião a que pertencera apresentava com as mesmas inferioridades dos pobres criaturas humanas. 
            E diz, então a seu irmão:
            “Se eu não fosse cristão – e cristão convencido, pensa você que haveria consideração mundana que me fizesse suportar calúnias as calunias injuriosas de que tenho sido Vítima?! Deus sabe quanta energia me tem sido precisa para conter os ímpetos de minha natureza fogosa, nessas dolorosas conjunturas em que em que me tenho visto”.
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            “Que vale mais? Não ir à missa, nem confessar-se, e cuidar de corrigir, trabalhando dia e noite, as ruins inclinações de seu espírito – ou ir todos os dias á missa, confessar-se todas as semanas – deleitar-se em maus pensamentos – e dar largas ao descomedimento da língua – e irritar-se pelas ofensas ao ponto de procurar vingar-se – e pagar mal por mal – e, finalmente, não cuidar de afeiçoar a alma à pura moral de Jesus-Cristo?”
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“Em relação à missa, recomendada pela Igreja em seus mandamentos, penso que  grande é o seu valor como prece erguida pelos filhos ao Pai. E nunca em  minha vida manifestei desprezo por esse gênero de preces, que respeito e acato. Entendo, porém, que prece por prece, mais vale a recomendou Jesus no Sermão da Montanha, do que a recomendada pela Igreja. Sabe você que o Divino Mestre disse: “Quando orardes, retira-vos ao vosso quarto, fechai a porta e orai em segredo”.

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“O fanatismo religioso afasta o homem da pura e verdadeira religião. O fanatismo religioso foi o que perdeu o sacerdócio hebreu, repelindo as verdades do novo ensino, pelo simples fato de modificarem o ensino mosaico”.

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            Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”  - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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