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segunda-feira, 15 de abril de 2013

- GOTAS EVANGÉLICAS. - ESTUDANDO O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. - CAPÍTULO II. - MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. - O PONTO DE VISTA. - ITEM Nº. 5. - ALLAN KARDEC.


                                CAPÍTULO II.

                        MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO.

                                       O PONTO DE VISTA.

            5. A ideia clara e precisa que se faz da vida futura dá uma fé inabalável no futuro, e essa fé tem enormes conseqüências sobre a moralização dos homens, uma vez que muda completamente o ponto de vista sob o qual encaram a vida terrena. Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que uma passagem, uma curta permanência em um pais ingrato. Os reveses e as amarguras da vida terrena não são mais do que incidentes que recebe com paciência, pois sabe que são de curta duração e devem ser seguidos por um estado mais feliz. A morte não tem mais nada de assustador; não é mais a porta do nada, mas a da felicidade e da paz. Sabendo que está num lugar temporário e não definitivo, recebe as precauções da vida com mais tolerância, resultando daí, para ele, uma calma de espírito que suaviza a amargura.
            Sem certeza da vida futura, o homem concentra todos os seus pensamentos na vida terrena. Incerto quanto ao futuro, dedica tudo ao presente. Não enxergando bens mais preciosos do que os da Terra, faz como a criança que não vê outra coisa além de seus brinquedos. Eis porque tudo faz para conseguir os únicos bens que para ele tem valor. A perda do menor de seus bens é um doloroso desgosto. Um descontentamento, uma esperança frustrada, uma ambição não satisfeita,uma injustiça de que é vítima, a vaidade ou orgulho feridos constituem os tormentos que fazem de sua vida eterna angústia, entregando-se assim, voluntariamente, a uma verdadeira tortura todos os instantes. Sob o ponto de vista terrena, no centro do qual o homem está colocado, tudo toma, ao seu redor, enormes proporções. O mal que atinja, assim como o bem que toque aos outros, tudo adquire aos seus olhos uma grande importância, tal como para aquele que está no interior de uma cidade, tudo parece grande: os homens que ocupam altos cargos e também os monumentos; mas, ao subir uma montanha, homens e coisas vão lhe parecer bem pequenos.
            Assim ocorre com aquele que encara a vida terrena do ponto de vista da futura; a Humanidade, como as estrelas do firmamento, perde-se na imensidão. Parece, então, que grandes e pequenos se confundem como formigas sobre um monte de terra; que proletários e soberanos são da mesma estrutura, e lamenta que essas criaturas frágeis e transitórias se preocupem tanto para conseguir um lugar que os eleve tão pouco e que por tão pouco tempo conservarão. Assim é que a importância atribuída aos bens terrenos está sempre na razão inversa da fé na vida futura.

            Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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