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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

- HISTÓRIA ESPIRITUAL DO BRASIL. - BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO. - No. 12. - OS NEGROS DO BRASIL.

                                          OS NEGROS DO BRASIL.

               No livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO”, o autor espiritual HUMBERTO DE CAMPOS, através da psicografia do médium FRANCISCO CANDIDO XAVIER, nos relata a seguinte passagem espiritual, histórica, sobre “OS NEGROS DO BRASIL“.

               Portugal sofria sob o domínio espanhol, as conseqüências da suas desídias e imprevidência. A Espanha tornava-se um império resplandecente e maravilhoso. Suas frotas poderosas navegam por todos os mares, carregando os tesouros do México, Peru, Brasil e das Índias, levavam para Madrid a mais elevada percentagem de ouro do mundo inteiro.
               Nesse tempo, a terra do Evangelho deixa de se chamar Santa Cruz, e passa a denominação de Brasil, devido que comerciantes de suas madeiras. Os missionários protestaram, porém Ismael permitiu que mudasse o nome, para evitar as terríveis crueldades que anteriormente aconteceram na Baia de Guanabara, e com isso resguardava a Terra do Cruzeiro dos perigos da Inquisição, que na Europa fomentava os mais hediondos movimentos em nome do Senhor.
               A situação, no Brasil, como da metrópole portuguesa, sob todos os pontos de vista era dolorosa e cruel, embora governada por funcionários de Lisboa.
               A raça aborígene e a raça negra sofriam todos os tipos de humilhações e vexame. Os índios procuraram o Norte, para encontrar os seus amigos franceses que se encontravam no Maranhão tentando formara França Equinocial, desde que foram expulsos por Men de Sá, preocupavam as autoridades da colônia. A situação era deplorável, Ismael e seus colaboradores sofrem intensamente em seus trabalhos árduos e quase improfícuos, na organização do Instituto sagrado da família nas florestas inóspitas, onde os brancos não dispensavam consideração as leis humanas e as divinas, na condição de superioridade que se atribuíam.
                Os céus recebiam aflitivos apelos dos obreiros invisíveis:
                - Ismael, exclamava; - Senhor! Estendei até nós o manto da vossa infinita misericórdia. Enviai-nos o socorro de vossas bênçãos divinas, para que as nossas vozes sejam ouvidas pelos espíritos que aqui procuram edificar uma Pátria nova. Sofremos com os quadros deploráveis às nossas vistas. Em todos os lugares encontramos sofrimentos das raças flageladas e sofredoras.
               Ouve-se uma voz suave e meiga vindo do Infinito.
               - Ismael, nas tuas obrigações e trabalhos, considera que a dor é a eterna lapidária de todos os espíritos e que o Nosso Pai não concede aos filhos fardo superior as suas forças, nas lutas evolutivas. Na sagrada extensão dos territórios do país do Evangelho, abrigam-se todos os infortunados e infelizes. No meu coração ecoam as súplicas dolorosas de todos os sofredores, que agrupam-se nas regiões inferiores dos espaços próximos da Terra. Agasalha-os neste solo bendito, irradiado pelo símbolo estrelado, alimentando-os com o pão substancioso dos sofrimentos depuradores e das lágrimas que lavam todas as manchas da alma. Estende a essas coletividades espirituais, sinceramente arrependidas do seu passado obscuro e delituoso, a tua bandeira da paz e de esperança, ensina-lhes a ler os preceitos da minha doutrina nos códigos dourados do sofrimento.
                Ismael sente a presença das luzes que lhe visitam o coração, e vai com seus companheiros, em busca dos planos da erraticidade mais próximos da Terra. Neste plano encontram-se, trabalhadores das cruzadas, senhores feudais da idade Média, padres e inquisidores, espíritos rebeldes e revoltados, perdidos nos caminhos cheios da treva das suas consciências polutas. O emissário do Senhor desdobra nessas grutas do sofrimento a sua bandeira da luz, como uma estrela Dalva, assinalando o fim da profunda noite.
                Ismael, diz: - Irmãos, as vossas suplicas chegaram até o coração do Divino Mestre, para o socorro espiritual. Ordena o Senhor, com sua misericórdia, que as vossas lágrimas sejam enxugadas para sempre. Apresentam-s uma nova oportunidade de trabalho para redenção de vossas almas, desviadas dos desfiladeiros do remorso e do crime. Há uma terra nova, em que Jesus implantará o seu Evangelho de caridade, de perdão e de amor indefiníveis. No futuro, essa Pátria, será a terra da promissão para todos os infelizes. Dos seus celeiros inesgotáveis sairá o pão de luz para todas as almas, mas, preciso se faz nos voltemos para o seu solo virgem e exuberante a construir-lhe as bases com os nossos sacrifícios e devotamentos. Ali encontráreis, nos caminhos dolorosos que depura e santifica, a porta estreita para o céu, aquela que nos falava Jesus. Aprendereis, no livro dos padecimentos salvadores, a gravar na consciência os sagrados parágrafos da virtude e do amor, na epopéia da luz as solidariedades, na expiação e no sofrimento. Sabei que todas as aquisições da filosofia e da ciência terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem calor e sem vida, quando não se tocam das claridades do sentimento. Aqueles que entre vós desejarem o supremo caminho venham para nossa oficina de amor; de humildade e redenção.
               E aí, observaram-se nas estradas escuras e tristes da angústia espiritual, falanges imensas, ansiosas extasiadas, avançam com fervorosa coragem para as clareiras abertas naquela mansão de dor e de sombras. Todos, nos eu testemunho de agradecimento, queriam beijar a bandeira sacrossanta do mensageiro do Senhor. O Seu emblema - deus, Cristo e Caridade - refulgia agora nas penumbras, iluminando todas as coisas e clarificando os caminhos. Todos aqueles seres, com suas vibrações de esperança, formavam uma luz que aclarava todas as sendas e abria todos os entendimentos para a compreensão das finalidades, das determinações sublimes do alto.
               As entidades desenvolvidas pela ciência, mas pobres de humildade e de amor, atenderam os apelos de Ismael e vieram construir as bases da terra do Cruzeiro. Elas abriram os caminhos na terra virgem, sustentando nos ombros feridos o peso de todos os trabalhos. Neste filão de claridades interiores, buscaram as pérolas da humildade e do sentimento com se apresentaram mais tarde a Jesus, no dia, que lhe raiou, de redenção e de glória. Este o motivo da incorporação dos negros no Brasil à raça nova, formando um dos baluartes da nova nacionalidade. Com as suas abnegações santificantes e os seus prantos abençoados, fizeram brotar as alvoradas do trabalho, depois das noites primitivas. Na Pátria do Evangelho tem sido eles estadistas, médicos, artistas, poetas e escritores, representando as personalidades mais eminentes. Em nenhum lugar do planeta alcançaram, ainda a elevada e justa posição que lhes compete junto de outras raças do orbe, como acontece no Brasil, onde vivem nos ambientes da mais pura fraternidade, É que o Senhor lhes assinalou o papel na formação da terra do Evangelho e eles se deram desde o princípio de sua localização no país, os mais extraordinários exemplos de sacrifício à raça branca. Apresentaram todos os grandes enchimentos que nobilitam as almas humanas e o coração deles, dedicado ao ideal de solidariedade humana, ensinou aos europeus a lição de trabalho e da obediência, na comuna da fraternidade de Palmares, onde não havia ricos e nem pobres, onde resistiam com seus esforços e sua perseverança, por mais de setenta anos, escrevendo, com a morte pela liberdade, o mais belo poema dos seus martírios nas terras americanas. O Brasil tem um pleito de gratidão, pois os seus maiores filhos se criaram para a grandeza da Pátria, no generoso seio africano.

              Fonte: Livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, - autor espiritual “HUMBERTO DE CAMPOS” - psicografia Francisco C. Xavier, - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ.


                                                       RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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