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domingo, 30 de outubro de 2011

- TEMAS SOBRE A FAMÍLIA. - DENTRO DA PRÓPRIA CASA. - HILÁRIO SILVA.

     
                              DENTRO DA PRÓPRIA CASA.

                                                                                                  Hilário Silva.

              Abastado fazendeiro fluminense, de idéias espíritas, vinha do sítio à cidade, a fim de entender-se com o Juiz de Menores sobre o comportamento reprovável de um filho. O Jovem da catorze anos fizera-se malfeitor. A princípio, subtraía valores em casa. Em seguida, passou a escandalizar parentes. Supunham-no enfermo. Levado ao facultativo, recebeu conselho, medicação.

               Ainda assim, não se emendou. A pequena mão leve preocupava.
               Por último, era apontado como sendo o autor do desaparecimento de grande soma de residência vizinha. O pai, aflito, marcara encontro com a autoridade e, de passagem por Nilópolis, parou num posto de gasolina. Um companheiro reconheceu-o. Abraços. E, de imediato, a roda de amigos. Assunto vai, assunto vem.
               José Luís do Espírito Santo, ferroviário espírita, humilde e abnegado, está no círculo. Ouve a conversa com discrição. De quando em quando, atende a esse ou àquele necessitado. É um coração materno a rogar auxílio. Um velinho a pedir café. Um doente que lhe apresenta o semblante triste. Essa ou aquela criança tentando amparo. O dinheiro é pouco, mas José Luís saca do bolso, sem exauri-lo. Para cada um tem o auxílio como resposta.

                A certa altura, o fazendeiro itinerante observa, conselheiral:
               - Meu amigo, tenho muita simpatia pela Doutrina Espírita, mas creio que o exagero da caridade é um abuso. Ajudar a torto e a direito de criar vadios.

               O ferroviário esboçou o gesto de quem fora surpreendido em falta e justificou-se:
               - Dou alguma coisa, doutor. Um homem, como eu, conta apenas migalhas. De fato, o senhor tem razão. É possível que a gente ajudando possa, aqui e ali, ver surgir vadios. Mas sempre noto que a gente, acumulando muitos bens sem proveito, faz também os ladrões.

                E sem saber que tocava fundo na chaga do homem:
                - E às vezes fazemos ladrões dentro da própria casa.

                Fonte: Livro “A VIDA ESCREVE”. - psicografia de FRANCISCO C. XAVIER - EDIÇÃO FEB.



                                                          RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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