CHICO XAVIER POR ELE
MESMO.
UMA
VIDA COM AMOR XXIV.
UBERABA,
A CAPITAL DO ESPIRITISMO V.
UBIRATAN
MACHADO.
Os cronistas esportivos exaltam o Brasil como a terra do futebol.
O povo diz que Deus é brasileiro. Já os espíritos consideram nosso pais como a
terra da Boa Nova. Daqui estaria destinado a partir um novo conceito de
civilização, baseado no amor, mas tendo a filosofia espírita por base. Pode-se duvidar disso. Mas o que ninguém pode
negar é a crescente difusão do espiritismo brasileiro em países vizinhos, como
o Uruguai e a argentina por exemplo.
Nestes países, também aceita-se a predestinação histórica do
Brasil. O número de maio/junho de 1963 da revista argentina Conocimento de la
Nueva Era foi inteiramente dedicado ao nosso espiritismo. Significativamente,
intitulava-se El Milagro Espiritual del Brasil. Num dos artigos da revista,
Humberto Mariotti, então vice-presidente da Confederacion Espiritista Argentina,
diz:
“De fato, a nação brasileira está representando o mesmo
papel histórico desempenhado pela antiga Israel por ocasião da vinda do Cristo.
É este fato que nos permite compreender o progresso espiritualista naquele país
e a causa de tantos feitos metapsíquicos e mediúnicos que estão comovendo, em
primeiro lugar, a ciência positivo-materialista e, em seguida, as diversas
escolas espirituais e religiosas de diversas correntes. Hoje, o Brasil é o país
eleito para a Nova Revelação. Dali partem já poderosas irradiações psíquicas
que estão influenciando a maioria dos países latino-americanos, como também a
América do Norte.”
E este fato segundo o articulista, foi reconhecido pela
famosa Helen Blavatsky, e confirmado pela International Spiritualist
Federation, de Londres, e pela Revue Spirite fundada por Allan Kardec. Essa
crença seria mais uma vez reafirmada durante a longa viagem empreendida por
Chico Xavier em 1965.
Em maio daquele ano, Chico partiu para os Estados Unidos.
Viagem de recreio, de difusão e para tratamento de saúde. Com o agravamento do
problema da vista, o médium iria unir o indispensável ao agradável, consultando
um centro oftalmológico em Nova Iorque e difundindo o espiritismo à brasileira
nos Estados Unidos.
Baseado no sadio princípio de que sempre temos algo a
ensinar e muito a aprender, Chico e seus companheiros (entre os quais fgrava o
médium Waldo Vieira), mal chegado aos Estados Unidos, resolveram visitar um
Centro Espírita, lá denominado de Templo Espiritualista. Dirigiram-se ao Templo
Espiritualista dos Dois Mundos e, como convinha a desconhecidos que chegavam a
um ambiente estranho, sentaram-se no último banco.
“Foi uma das experiências que mais me comoveram. Éramos
quatro brasileiros, e chegamos sem qualquer aviso prévio à The Chuech of The
Two Worlds, sediada em 3038 Q Street, em Washington, e dirigida pelo médium
ministro Gordon Burroughs. Quando chegamos, o serviço estava começando. Ninguém
ali nos conhecia.”
No final da reunião a médium encarregada de transmitir as
mensagens ao público subiu a tribuna. Começou dirigindo-se ao publico. Em
seguida, indicou os quatro brasileiros, dizendo que eles, irmãos de um outro
país, estavam ali para levar aos Estados Unidos uma tarefa de renovação
espiritual e de aproximação fraterna.
“A médium acrescentou que o trabalho iniciado reclamava
tempo e sacrifício, mas que deveríamos prosseguir, que não faltaria amparo de
Jesus e seus enviados.”
Pouco depois em transe, a médium anunciava a presença, ao
lado dos brasileiros, de um professor e um médico. Tratava-se de Emmanuel e
André Luiz, cuja presença Chico e Waldo Vieira já havia captado.
Dias depois, os brasileiros seguiram para a Pensilvânia,
onde conheceram o Campo Espiritualista de Silver Belle, e dela para Nova
Iorque, onde foram recebidos no Templo Benéfico Espiritualista, e no Templo
Espiritualista Universal.
Desde logo, constatou-se a imensa diferença entre o
espiritismo norte-americano e o brasileiro. Ora, parte essencial da missão de
Chico e seus companheiros era difundir lá o espiritismo evangélico, tal como se
pratica no Brasil. O kardecismo nos Estados Unidos estava apenas engatinhando.
Por isso, Chico e Waldo fundaram em Washington o Christian Spirit Center,
destinado a manter os serviços iniciais de difusão da Doutrina Espírita, como é
entendida e praticada nos Brasil. Nessa infiltração, estaria um primeiro passo
rumo à concretização daquela crença que vê o Brasil predestinado a difundir um
novo conceito de civilização?
Imediatamente, o Christian Spirit Center iniciou seus
trabalhos, dirigindo impressos com mensagens psicografadas no Brasil. Nas
sessões realizadas, Chico psicografou várias mensagens em inglês, mais tarde
reunidas em livro no Brasil e publicadas com o título de Entre Irmãos de Outras
Terras.
O fruto mais importantes da viagem de Chico, porém, foi o
lançamento do tradução norte-americana do Ideal Espírita. Editado pela Philosophical
Library, de Nova Iorque, com o título de The World of the Spirit, numa tiragem
de 50 ml exemplares, o livro esgotou em menos de um mês. Logo depois, via
edição inglesa, seria traduzido para o árabe. O romance Paulo e Estevão, ditado
por Emmanuel, tambem fo traduzido pouco depois.
O espiritismo evangélico a brasileira, implantado no
Christian Spirit Center, encontrava imediata receptividade nos Estados Unidos.
Em Nova Iorque foram fundados dois cultos de Evangelho, e na cidade de Elon
College, na Carolina do Norte, surgiria o núcleo mais promissor, graças à
dedicação e à extraordinária mediunidade de Mrs. Phyllis Haddad.
O fato mais pitoresco (para a imprensa) da viagem de Chico
ocorreu quando o médium psicografo a entrevista realizada pelo espírito de
Humberto de Campos (irmão X) com Marilyn Monroe, no cemtério Memorian Park, de
Hollywood. Na entrevista, bastante difundida na época, a atriz defendia-se da acusação
de suicídio que lhe faziam, fato que parece ter sido confirmado por pesquisas
posteriores.
A viagem prosseguiu até a Europa, incluindo no roteiro
Portugal, França e Inglaterra, onde Chico e seus companheiros mantiveram
contato com espíritas daqueles países. Em seguida, a volta a Uberaba e à rotina
de todos os dias.
Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele
Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São
Paulo, SP, - Outubro de 1994.
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