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domingo, 10 de julho de 2011

ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. N. 16.

DIA: 00.00.00. 16º.AULA. SONO E SONHOS.

          “O repouso, se não está acompanhado de estudo, é a morte e o sepultamento em vida do homem. “
                                                                                                          Sêneca.

                                                         O SONO.
          Entre nós e os espíritos desencarnados há perfeito intercâmbio de idéias, de ensinamentos e de auxílio.
           Esse intercâmbio se processa comumente através do sono.
          Durante as horas de sono, podemos passar para o mundo espiritual e estarmos juntos com os espíritos desencarnados.
          Duas são as finalidades do sono: proporcionar ao corpo oportunidade de recuperar energias e libertar parcialmente nosso espírito, facultando-lhe novas experiências. Enquanto dormimos, nosso espírito pode afastar-se de nosso corpo, ficando preso a ele apenas por laço fluídico.(1º)

            POSIÇÃO DO ESPÍRITO ENCARNADO DURANTE O SONO.
         Uma vez que o sono nos liberta parcialmente da matéria, abrindo-nos as portas do mundo espiritual, é importante que aproveitemos bem estas horas de liberdade.
          Vejamos em quais posições pode colocar-se o espírito, nas horas em que seu corpo dorme.
          Há espíritos que, parcialmente libertos do corpo pelo sono, conservam toda lucidez; compreendem que estão no mundo espiritual e dedicam estas horas a estudos e a trabalhos espirituais; assim ganham tempo, porque quando desencarnarem encontrarão prontos esses trabalhos.
          Outros espíritos continuam durante o sono a tratarem de seus negócios e a preocuparem-se com seus problemas materiais, exatamente como quando acordados. Esses espíritos em nada se beneficiam dos momentos de liberdade espiritual que o sono lhes concede.
           Alguns espíritos ficam perturbados, sonolentos e não se afastam do pé do leito onde repousam seus corpos.
           Enfim, há espíritos que dão azo a seus instintos baixos e procuram os lugares do vício e mesmo do crime.
           O sono favorece o encontro dos espíritos encarnados com os desencarnados. Assim o encarando pode encontrar-se com seus entes queridos já desencarnados, de cujo encontro lhe advém grande consolo.
           Os doentes que sofrem sem esperanças de cura para seus corpos, e muitas vezes segregados do convívio de seus familiares, nas horas de sono haurem forças para suportar seus padecimentos com paciência e resignação.
           Os encarnados, enquanto seus corpos dormem, podem perfeitamente procurar a companhia de espíritos mais elevados, os quais lhes ensinarão os meios de se regenerarem e corrigirem seus erros; desse modo ganharão tempo, pois que, verificarão mais tarde terem executados grande parte do trabalho regenerativo.
           A nós, espíritos encarnados desejosos do progresso espiritual, o sono concede excelentes oportunidades. Instrutores espirituais mantêm escolas onde congregam, todas as noites, um número considerável de espíritos encarnados semilibertos pelo sono, e lhes ministram lições, ensinamentos e conselhos.(1º)

                               PREPARAR-SE PARA BEM DORMIR

           É útil que nós nos preparemos para bem dormir. Um bom sono concede maior liberdade ao nosso espírito, permitindo-nos aproveitar melhor nossa estada no mundo espiritual.
Para termos um bom sono, isto é, um sono que ajude o nosso espírito desprender-se com facilidade do corpo, é preciso que prestemos atenção no seguinte: o mal e os vícios seguram o espírito preso à Terra.  
           E quem se entregar ao mal e aos vícios durante o dia, embora seu corpo durma à noite, seu espírito não terá forças para subir; e ficará perambulando por aqui, correndo o risco de ser arrastado por outros espíritos viciosos e perversos.
           A excessiva preocupação com os negócios materiais também dificulta o espírito a desprender-se da Terra; e mesmo enquanto o corpo dorme, continua o espírito a pensar exclusivamente em seus problemas materiais, alheio ao proveito espiritual que poderia conseguir naquelas horas de liberdade.
          O bem e a virtude nos levarão, através do sono, às colônias espirituais onde fruiremos a companhia de mentores elevados; receberemos bom ânimo para a luta diária; ouviremos lições enobrecedoras; e poderemos dedicar-nos a ótimos trabalhos.
           Compreendemos agora que é de grande valia a maneira pela qual passaremos o dia; cultivemos bons pensamentos, falemos boas palavras e pratiquemos bons atos; cumpramos rigorosamente nossos deveres; não alimentemos ambições excessivas, nem desejos de realização difícil; evitemos a ira, o rancor, o ódio, a maledicência; conservemo-nos tranqüilos, cheios de confiança na Providência Divina.   
           E assim preparados, contentes, iremos à noite ao mundo espiritual. E de manhã, ao retomarmos nosso veículo físico, elevemos ao Senhor nossa prece agradecida pela noite que nos concedeu de repouso ao nosso corpo e de liberdade ao nosso espírito.(1º)

                                                     O SONHO.

            Praticamente vivemos duas vidas: uma quando nosso corpo repousa e outra quando ele está em atividade.
           O espírito, semiliberto pelo sono, recebe impressões: vê, ouve, fala, age, move-se, usando de facilidades, tais como: maior visão, maior percepção mental, maior compreensão; por vezes, maior lembrança do passado, maior mobilidade; possibilidade de encontros em espíritos que conheceu em encarnações anteriores; assiste a cenas que desenrolam em esferas espirituais próximas à Terra; vai alugares aos quais só pode ter acesso como espírito; e executa tarefas de seu interesse.
           Contudo, ao regressarmos ao nosso corpo físico, esquecemos os nosso atos espirituais, ficando a nossa memória adormecida com relação à nossa vida de semiliberdade. Isto se deve a que nosso corpo funciona como um redutor da capacidade perceptiva do espírito, particularmente o cérebro, em virtude de suas lentas e pequenas vibrações.
           Para termos uma idéia aproximada da capacidade perceptiva do espírito, figuremos uma escala de percepções espirituais, graduada de zero a cem.
          Quando acordados, isto é, inteiramente ligados ao corpo, nossa capacidade de percepção espiritual se reduz a zero; raros encarnados conseguem perceber alguma coisa do mundo espiritual que os cerca.
           Quando semilibertos do corpo pelo sono, nossas percepções espirituais se ampliam , variando na escala de um a noventa e nove, dependendo de nosso maior ou menor adiantamento espiritual.
           E finalmente quando desencarnamos e passamos a viver definitivamente como espíritos, nossa percepção espiritual será completa.
           De nossas atividades no mundo espiritual enquanto nosso corpo repousa, geram-se os sonhos, das quais são uma lembrança perfeita.
           Nem sempre sonhamos, isto é, nem sempre guardamos a lembrança do que se passou conosco durante o sono. Isto porque ao reentrar no corpo, ficamos com nossa capacidade de percepção espiritual reduzida a zero e, por conseguinte, não podemos lembrar-nos do que houve conosco, quando estávamos fora do corpo.
           Os sonhos, cuja lembrança nítida guardamos, são raros; comumente nos ficam fragmentos deles e muitas vezes visões que não conseguimos compreender.
           Para melhor compreensão dos sonhos e de seus fragmentos, agrupemos nosso comportamento como espíritos enquanto nosso corpo dorme, em oito categorias:
1º. - Conselhos que recebemos de nossos amigos espirituais.
2º. - Trabalhos enobrecedores que executamos no mundo espiritual.
3º. - Estudos, viagens.
4º. - Reuniões com amigos espirituais.
5º. - Encontro com inimigos espirituais, se os tivermos.
6º. - Continuação do trabalho material.
7º. - Satisfação de baixas paixões e de vícios.
8º. - Estado de entorpecimento.

            1º Conselhos que recebemos de nossos amigos espirituais:
           Semilibertos do corpo, recebemos com facilidade as impressões espirituais. Dessa oportunidade se valem nossos amigos do espaço para dar-nos conselhos e sugestões úteis ao desenvolvimento de nossa encarnação. Procuram afastar-nos do mal, fortalecem-nos moralmente e apontam-nos a maneira certa de respeitarmos as leis divinas. Ao despertarmos, embora não nos lembremos deles, ficam contudo, no fundo de nossa consciência, em forma de intuições, como que idéias inatas.

           2º Trabalhos enobrecedores que executamos no mundo espiritual:
           Podemos dedicar os momentos de semiliberdade à execução de tarefas espirituais, sob a direção de elevados mentores. A vantagem para os encarnados que assim aproveitam as horas de sono é grande: ganham forças para os embates da vida, além de, ao desencarnarem, encontrarem muita coisa pronta, o que lhes permitirá um progresso mais rápido.
            Acontece muitas vezes acordamos com uma deliciosa sensação de bem estar, do contentamento e da alegria. Isto acontece por termos sabido usar bem de nossa estada no mundo espiritual, executando trabalhos de real valor; daí é que provém essa satisfação íntima.
            Contudo, não raras vezes despertamos tristes e com uma espécie de ressentimentos no fundo do nosso coração. O motivo desta tristeza sem causa aparente é que nos são mostradas as provas e as expiações que nos caberão na vida, as quais teremos de suportar. E conquanto, sejamos confortados por nossos bem feitores, não deixamos de nos entristecer e ficarmos um tanto apreencisvo.

            3º Estudos e Viagens:
            Há espíritos encarnados que, ao penetrarem no mundo espiritual através do sono, entregam-se ao estudo de sua predileção; e por isso têm sempre idéias novas no campo de suas atividades terrenas. Outros valem-se da facilidade de locomoção para realizarem viagens de observação, não só na terra, como também às esferas espirituais que lhe são vizinhas.

            4º Reuniões com amigos espirituais:
           Assim como visitamos nossos amigos encarnados, também podemos ir visitar nossos amigos desencarnados e com eles passarmos momentos agradáveis, enquanto nosso corpo físico repousa; disso nos resulta grande conforto.

            5º Encontro com inimigos:
           É comum o sono favorecer o encontro de inimigos para explicações recíprocas. Esses inimigos podem ser da encarnação ou de encarnações antigas.
Os mentores espirituais procuram aproximar os inimigos, a fim de induzí-los ao perdão mútuo. Extinguem-se assim muitos ódios e grande número de inimigos se tornam amigos, o que lhes evitará sofrimentos. E a maior e melhor percepção de que goza o espírito semiliberto pelo sono, facilita a extinção de ódios e as correção de situações desagradáveis e por vezes dolorosas.

           6º Continuação de Trabalhos materiais:
           Considerável porcentagens de encarnados, ao entregarem seu corpo físico ao repouso,continuam, sono a dentro, com as suas preocupações materiais. Não aproveitam a oportunidade para se dedicarem a um pouco à vida eterna do espírito. E estudam os negócios que pretendem realizar, completamente alheios aos verdadeiros interesses de seus espíritos; e nada vêem e nada percebem do mundo espiritual no qual ingressam por algumas horas.

             7º Satisfação de paixões baixas e de vícios:
             Há encarnados que ao se verem semilibertos do corpo de carne pelo sono, procuram os lugares de vícios, com fito de darem expansão as suas paixões inferiores, na ânsia de satisfazerem seus vícios e seu sensualismo. Outros se entregam mesmo ao crime, perturbando e influenciando perniciosamente suas vítimas, tornando-se instrumentos de perversidade.

              8º Estado de entorpecimento:
             São comuns os encarnados cujos espíritos não se afastam do lado do corpo, enquanto este repousa; ficam entorpecidos junto ao leito, como que adormecidos também.
             Das ocupações a que a nós nos entregarmos durante a semiliberdade que o sono nos concede, depende nosso estado quando acordados. Nós ficamos impregnados com os fluídos que encontrarmos nos lugares onde estivemos como espíritos, durante o sono; se freqüentarmos lugares puros, ou se nos tivermos dedicado a trabalhos nobres, voltaremos impregnados de bons fluídos que nos darão ânimo, saúde, coragem e alegria de viver; porém, se como espíritos semilibertos, freqüentarmos antros de vícios ou se gastarmos o tempo na satisfação de nossos desejos inferiores, voltaremos como nosso perispírito carregado de fluídos impuros que muito influirão sobre a nossa saúde corporal.
            Estamos agora com base para compreendermos a questão dos sonhos: o sonho é uma parte mínima de nossas ocupações como espíritos semilibertos pelo sono, e da qual nós nos recordamos ao despertar.
            Se nós nos lembrássemos inteiramente de como empregamos nossas horas de semi liberdade, verificaríamos que todas as noites sonhamos, isto é, vimos ou fizemos qualquer coisa. A rigor, portanto, sonhamos em todas as horas de nosso sono, uma vez que nosso espírito não permanece inativo.   
            Contudo, damos o nome de sonho apenas à aparte dos acontecimentos que conseguirmos reter ao voltar ao nosso corpo físico.
            Nosso cérebro é um redutor da capacidade perceptiva de nosso espírito, e reduzindo-lhe a zero a percepção espiritual, reduz-lhe também a zero a memória espiritual.
            O cérebro é um instrumento que permite ao espírito a percepção das coisas materiais somente, e guarda-lhes a lembrança; ainda não desenvolveu a parte mediante a qual terá a percepção e a memória das coisas espirituais. Ao voltar o espírito para o corpo, sua memória espiritual deixa de funcionar, para lembrar-se das coisas materiais, isto é, daquilo que lhe chegou através do cérebro. Por esta razão é que não nos lembramos de nossa atividade durante a semiliberdade que o sono nos concede.(1º)

                                                 A LEMBRANÇA DOS SONHOS.

          Sabemos que nem tudo de nossa estada no plano espiritual por meio do sono , fica esquecido ao acordarmos. Freqüentemente trazemos de lá imagens, cenas, fatos e idéias que formam aquilo a que denominamos sonhos. O sonho é, por conseguinte, um reflexo fragmentário de nossa vida fora do corpo e fixamo-lo por analogia, por símbolos e por intuições.
          Entretanto, para que sonhemos, isto é, para que lembremo-nos de qualquer fato que presenciamos no plano espiritual, é necessário que tal fato nos tenha impressionado fortemente a fim de que nosso espírito possa conservá-lo na mente, ainda quando envolto na matéria.

Analogia:
          Quando o espírito semiliberto do corpo pelo sono observa uma cena, um acontecimento, ou nele tomar parte, ao voltar para o corpo trazendo a lembrança, traduz o que viu por imagens que lhe são familiares.
          Procede, nesse caso, como uma criança que ao descrever para um adulto um fato que presenciou, serve-se de reduzida compreensão infantil. Daí as descrições por vezes cômicas, absurdas, incompreensíveis, retorcidas que as crianças fazem. Elas viram o fato mas não possuem recursos para se expressarem convenientemente. Assim o espírito, ao regressar ao corpo, não tem possibilidades de se lembrar fielmente do que viu; e o pouco do que se recorda, que constitui o sonho propriamente dito, sofre a distorção do cérebro e é traduzido pelas imagens comuns ao estado de acordado. Por exemplo, a lembrança da rapidez com que o espírito se movimenta no espaço é reproduzida no cérebro por uma queda de grande altura. Se um inimigo desta ou de outras encarnações nos persegue em nossa semiliberdade, parecer-nos-á que sonhamos termos sido perseguidos por alguém.
          Como a vida de semiliberdade que o espírito vive durante o sono, tem muita coisa que lhe é desconhecida, serve-se da analogia, isto é, procura transformar no que conhece as cenas e fatos presenciados no mundo espiritual.

Símbolos:
           É comum o sonho traduzir-se por símbolos que não conseguimos entender, a não ser quando se dê o acontecimento com o qual o símbolo tem relação.
          Temos amigos espirituais no espaço que se interessam por nós. Quando esses amigos julgam oportuno dar-nos um conselho ou advertir-nos de que, possivelmente, enfrentaremos situações difíceis ou desagradáveis para as quais devemos estar preparados, recorrem eles, comumente aos símbolos. Caso se limitassem a de falar-nos em nosso estado de semiliberdade, ao voltarmos ao nosso corpo físico não nos lembraríamos de suas palavras; ou se nos lembrássemos, seriam fragmentos sem significação.   
          Assim, por meio de símbolos que lhe traduzem o pensamento, procuram impressionar-nos fortemente.  
          Nosso espírito, embora no corpo físico, geralmente consegue recordar-se da forte impressão recebida.  
Para conseguir isso, o amigo espiritual que nos que avisar, à medida que nos vai falando, vai formando em pensamento uma imagem que é refletida em nossa mente. Ao acordarmos, trazemos conosco aquele quadro simbólico, o qual nos intriga, por não o compreendermos no momento; isso só se dará quando acontecer o fato relacionado com ele.
          Vejamos alguns exemplos que ilustram o que acabamos de expor: uma pessoa sonhou certa vez que contemplava um rochedo. Eis que a terra tremeu e o rochedo reduziu-se a pó. Envolvendo-a poeira a ponto de parecer sufocá-la, o medo começou a apossar-se dessa pessoa, quando ouviu uma voz que lhe dizia encorajadoramente: _ Sê forte.
          Acordou e como de pronto não compreendesse o significado do sonho, não lhe deu maior importância.
          Algum tempo depois, essa pessoa sofreu um desastre financeiro; voltou uma tarde para casa carregada de sombrios pensamentos; trancou-se no quarto e, sentada ao pé da cama com a cabeça entre as mãos, entregou-se ao desespero. De súbito ouve distintamente a mesma voz do sonho, que lhe dizia terna e encorajando-o: - Sê forte. O sonho lhe voltou à memória e compreendeu então que um amigo espiritual, pressentindo a situação adversa, quis avisá-la para que se não desesperasse. O bom ânimo instalou-se de novo em seu coração aflito e recebeu novas energias para a luta; costumava dizer depois que esse sonho a livrara de cometer uma loucura.
            A análise de sonho simbólico é fácil. O amigo espiritual representou a situação financeira dessa pessoa, pelo rochedo. O desastre financeiro pelo esfacelamento do rochedo; e recomenda-lhe que seja forte na adversidade. E para que ela compreendesse o significado do sonho, foi preciso que acontecesse o fato ao qual ele se ligava.
           Outra pessoa, em sonhos, viu-se atravessando extensa planície, castigada por sol ardente; de momento a momento, deparavam-se-lhe obstáculos; quando julgou estar no fim da travessia, surgiu-lhe pela frente um monte escarpado e põe-se a subir por ele, de arrastão, ferindo-se nas pedras. Ao terminar a subida, aguardava-a uma surpresa agradável: achou-se num bosque fresco e perfumado, onde cantavam pássaros e zumbiam abelhas; um grupo de amigos e recebeu e puseram-se a passear.
            Acordou e lembrando-se da visão noturna, pôs-se a meditar sobre ela; não encontrando de pronto a explicação, abandonou-a.
            Tempos depois, entrou essa pessoa num período de extremas dificuldades, que se prolongou por anos. Nos momentos em que o desânimo e o desespero a assaltavam, vinham-lhe nítido à memória o sonho que tivera; a travessia da planície ardente e a subida ao áspero monte simbolizavam as dificuldades que experimentava agora; em seguida viriam melhores tempos representados pelo bosque perfumado. De fato, ao período de adversidade, seguiu-se um de paz e felicidades.
            É fácil notarmos que se essas duas pessoas, em lugar dos sonhos simbólicos, recebessem de seus amigos espirituais apenas palavras sobre os acontecimentos que as aguardavam, dado a redução da memória que o espírito sofre ao voltar ao corpo, não se lembrariam delas; ao passo que conseguiram reter os símbolos que as impressionaram vivamente.

Intuições:
            Há manhas em que despertamos com a sensação de termos sorvido calma e felicidade durante a noite. Inexprimível bem-estar se assenhoreia de nosso íntimo; vemos as coisas sob um aspecto otimista; as dificuldades parecem-nos menores.
            Outras vezes sucede o contrário: ao despertarmos trazemos sensações desagradáveis; uma ponta de inquietação como que veio conosco de dentro do sono. E embora nosso corpo tenha descansado, sentimos que o espírito passou uma noite agitada. São as Intuições, isto é, o pressentimento do que vimos, ouvimos ou fizemos em espírito, aproveitando-nos da semiliberdade que o sono nos concedeu.Nós pressentimos, suspeitamos que algo de bom ou de mau se passou conosco, enquanto o corpo repousava.
            É comum tomarmos resoluções completamente diversas daquelas que pretendíamos tomar na véspera; ao acordarmos pensamos de modo diferente daquele que pensávamos ao adormecer. É que durante o repouso do corpo, aproveitamos a oportunidade para consultar nossos amigos espirituais e deles recebermos sugestões e conselhos sobre os assuntos que nos preocupavam; e disso fica-nos a intuição de como agir.
            Tal é o mecanismo do sonho e por aí vemos a dupla vida que vivemos: quando acordados, a vida material; e quando o corpo entra em repouso, a vida espiritual.
            Viver dignamente uma e outra é o objetivo a que devemos colimar.(1º)

EXERCÍCIOS:
1º. O sono é importante para o físico e para o espírito? Por quê?
2º. O que é o sonho?
3º. Como podemos compreender melhor os nossos sonhos com espírito. Enquanto nosso corpo dorme/
4º. O que lembramos dos nossos sonhos?
5º. O que São os símbolos que retemos na imagem quando sonhamos?
6º. Como os espíritos nossos amigos podem nos ajudar em sonhos?

BIBLIOGRAFIA:
1º. Autor: Eliseu Rigonati - O Espiritismo Aplicado - Cap. I - Pág.: 11 a 20. 1º Edição - Editora Pensamento - São Paulo-SP.


                                                                 RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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