EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO XII.
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS.
O DUELO.
11. Só é verdadeiramente grande aquele que,
considerando a vida uma viagem que o há de conduzir a determinado ponto, pouco
caso faz das asperezas da jornada e não deixa que seus passos se desviem do
caminho reto. Com o olhar constantemente dirigido para o termo a alcançar, nada
lhe importa que as urzes e os espinhos ameacem produzir-lhe arranhaduras; umas
e outros lhe roçam a epiderme, sem o ferirem, nem impedirem de prosseguir na
caminhada. Expor seus dias para se vingar de uma injúria é recuar diante das
provações da vida, é sempre um crime aos olhos de Deus; e, se não fôsseis, como
sois, iludidos pelos vossos prejuízos, tal coisa seria ridícula e uma suprema
loucura aos olhos dos homens.
Há crime no homicídio em duelo; a vossa própria legislação o
reconhece.
Ninguém tem o direito, em caso algum, de atentar contra a vida de
seu semelhante: é um crime aos olhos de Deus, que vos traçou a linha de conduta
que tendes de seguir. Nisso, mais do que em qualquer outra circunstância, sois
juízes em causa própria. Lembrai-vos de que somente vos será perdoado, conforme
perdoardes; pelo perdão vos acercais da Divindade, pois a clemência é irmã do
poder. Enquanto na Terra correr uma gota de sangue humano, vertida pela mão dos
homens, o verdadeiro Reino de Deus ainda se não terá implantado aí, reino de
paz e de amor, que há de banir para sempre do vosso planeta a animosidade, a
discórdia, a guerra.
Então, a palavra duelo somente existirá na vossa linguagem como longínqua
e vaga recordação de um passado que se foi. Nenhum outro antagonismo existirá
entre os homens, afora a nobre rivalidade do bem. – Adolfo, bispo de
Argel. (Marmande, 1861.)
Fonte: O Evangelho
Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131 a.
Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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