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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

- CHICO XAVIER. - N º. 218. - UMA VIDA COM AMOR XIV. - FAMA E HUMILDADE I. - UBIRATAN MACHADO.

  CHICO XAVIER POR ELE MESMO.

          UMA VIDA COM AMOR XIV.
                                                          
                 FAMA E HUMILDADE I.

                                                  UBIRATAN MACHADO.

         Gente de todo o pais, inclusive do exterior, se deslocava àquela perdida região das Gerais, desbravada séculos antes pelo bandeirante Fernão Dias Paes em busca de ouro. Os novos bandeirantes, espichados nas poltronas de seus carros ou sentados nos bancos dos velhos trens da Central, iam em busca de outro ouro, que o tempo não desgasta e o ladrão não rouba.
         A responsabilidade de Chico aumentou. Para atender a todos, multiplicou-se. Nas sessões públicas, psicografava cerca de 700 receitas. A maioria delas ditadas pelo espírito do médico Bezerra de Menezes. Todas prescrevendo tratamento homeopático. Sua psicografia apresentava fenômenos raríssimos, como a xenografia (escrever em idioma que o médium ignora) e a escrita invertida (mensagem escrita ao inverso, da direita para a esquerda, legível ao espelho ou contra a luz).
         O fato de psicografar poemas e crônicas de alguns dos principais escritores brasileiros falecidos criou fortes laços entre o médium e os intelectuais. Alguns procuraram conhecê-lo, não escondendo a sua admiração, como o fez Olegário Mariano. Também a crítica, através de seus principais representantes na época, Tristão de Athayde e Álvaro Lins, deteve-se na análise dos livros de Chico. Mas havia também os críticos implacáveis, como o ferino Osório Borba. O autor da Comédia Literária não perdia ocasião de desencar Chico.
         O bicho-homem, porém, é estranho. E sempre acaba irremediavelmente fascinado por aquilo que persegue. O cético Osório Borba que considerava aquilo tudo uma brincadeira, acabou se interessando pelo fenômeno. E, certo dia, anonimamente, assistiu a uma sessão no Centro Espírita Luis Gonzaga. Viu e não se convenceu. Mas apresentado a Chico, convenceu-se de sua absoluta honestidade.
          “Falou-me com bondade que continuava não acreditando que os espíritos escrevessem por mim, e que toda a produção que eu alegava receber do Mundo Espiritual era minha mesmo. Mas que disse que acreditava em minha sinceridade e que eu não enganava os outros porque desejava, mas sim porque era vítima de fenômenos ainda pouco estudados.

            Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São Paulo, SP, - Outubro de 1994.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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