QUANTA VEZ.
Quanta
vez eu fitei essas fronteiras,
Horizontes,
estrelas, firmamentos,
Presa
de sonhos e estremecimentos
De
esperança, nas horas derradeiras!...
Ah!
meus longínquos arrebatamentos,
Amarguras
e dores e canseiras,
Que
vos fostes nas lágrimas ligeiras,
Como
folhas levadas pelos ventos...
Quanta
vez, abafando os meus soluços,
Como
o errado viajor que cai de bruços
Sobre
a íngreme estrada da agonia,
Ensináveis-me
a ler a Bíblia santa
Desta
vida imortal que se levanta
Numa
alvorada eterna de alegria!
Cruz e Souza
CATARINENSE. Funcionário público, encarnou em 1861 e desprendeu-se
em 1898, no Estado de Minas. Poeta de emotividade delicada, soube, mercê de um
simbolismo inconfundível, marcar sua individualidade literária. Sua vida foi
toda dores.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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