RESUMO
DE LIVROS ESPIRITAS.
NOSSO
LAR.
Pelo
espírito de André Luiz.
Psicografado
por Francisco Cândido Xavier.
Cap. 35 – Encontro Singular.
Guardavam-se apetrechos da excursão
e se recolhiam animais de serviço quando a voz de alguém se fez ouvir
carinhosamente ao meu lado:
- André, você aqui? Que agradável
surpresa...
Voltei-me surpreendido e reconheci,
no samaritano que assim falava, o velho Silveira, pessoa de meu conhecimento, a
quem meu pai, como negociante inflexível, despoja de todos os bens.
Justo
acanhamento me dominou, então. Quis cumprimentá-lo, corresponder ao gesto
afetuoso, mas a lembrança do passado me paralisava de súbito. Não podia fingir
que naquele ambiente novo, onde a sinceridade transparecia de todos os
semblantes. Foi o próprio Silveira que, compreendendo a situação, veio em meu
socorro, acrescentando:
- Francamente, ignorava que você tivesse deixado o corpo e estava longe de pensar
que o encontraria em “Nosso Lar”.
Identificando-lhe a amabilidade
espontânea, abracei-o comovido, murmurando palavras de reconhecimento. Quis ensaiar
algumas explicações relativas ao passado, mas não consegui. No fundo, desejava
pedir desculpas pelo procedimento de meu pai, levando-o ao extremo de uma
falência desastrosa. (...)
Muito desconcertado, procurei
Narcisa, ansioso de conselhos. Expus-lhe a ocorrência, detalhando os sucessos
terrenos. Ela me ouviu com paciência e observou carinhosamente;
- Não estranhe o fato. Vi-me, há
tempos, nas mesmas condições. Já tive a felicidade de encontrar por aqui o
maior número de pessoas que ofendi no mundo. Sei, hoje, que isso é uma bênção
do Senhor, que nos renova a oportunidade de restabelecer a simpatia
interrompida, recompondo os elo quebrados da corrente espiritual. (...)
Não mais vacilei. Corri ao encontro
de Silveira e falei-lhe abertamente, rogando perdão ao meu pai e a mim, as
ofensas e os erros cometidos. (...)
Abracei-o, então, em silêncio,
experimentando uma alegria nova em minha alma. Pareceu-me que, em um dos
escaninhos escuros do coração, acendeu uma divina luz para sempre.
Fonte: FEB. Editora. –
WWW.febrasil.org.br
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