CARIDADE
E DOUTRINA ESPÍRITA.
Allan Kardec, depois de aprofundar a meditação em torno
dos Espíritos superiores, que se apoiavam nas claras lições do Evangelho,
concluiu com sabedoria que “Fora da
Caridade não há salvação”, dando início a uma nova concepção religiosa.
É justo, pois, que diante do esfaimado, se aplique a
máxima sublime, dilatando o pão generoso.
Ante o desnudo se alongue a bondade, oferecendo tecido e
agasalho, que lhe guarde a nudez.
Perante o enfermo se agiganta a prodigalidade, ensejando
o remédio refazente.
Encontrando o coração cruciado na dificuldade, se amplie
o curso dos sentimentos e se ofereçam meios que solucionem o problema.
Frente ao que chora, se abra a alma e escute a razão das
lágrimas, doando recursos que as estanquem.
Em face da orfandade em desabrigo, se converta o lar em
reduto que agasalhe, reverenciando a excelente virtude.
Defrontado pela viuvez ou miséria vestidas de vergonha,
se abra a bolsa amiga facultando alegrias e reconforto.
Em toda situação do caminho por onde segues, cantando a
melodia do Espiritismo que te renovou a mente e consolou o coração, ajuda,
distendendo a prodigalidade em homenagem ao anjo caridade.
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Também prescreveu o consolador do Espiritismo após
acuradas elucubrações: “Fé legítima só o é, a que pode enfrentar a razão face a
face, em todas as épocas da Humanidade.”
A caridade tem regime de urgência, mas também o
esclarecimento ao seu lado tem tarefa prioritária, funcionando como combustível
de sustentação.
Pão ao esfaimado como dever imediato, é luz do ensino
espírita, para que a angústia da fome seja dirimida pelo serviço dignificante.
Tecidos ao corpo entanguido como tarefa inadiável; no
entanto, orientação espírita para agasalhar a alma na esperança, livrando-s, em
definitivo, do frio.
Medicamento ao corpo doente como recurso urgente,
todavia, diretriz espírita para que o espírito compreenda as razões profundas
da dor e passa revitalizar-se.
Socorro ao alto nos braços do desespero como obrigação
irreversível; mas, roteiro espírita para que o conhecimento o liberte de toda
treva e agitação.
Ouvindo atento o auxílio rápido ao sofredor como
terapêutica do momento; e também lições espíritas para que a causa das lágrimas
seja removida e o equilíbrio governe a vida.
Amparo ao órfão, no próprio lar, como lição viva de amor;
porém, conduta espírita diante dele, como linha de segurança para o seu
engrandecimento.
Assistência à mulher viúva e auxílio à miséria como
impositivos de ação cristã; todavia, oferta da Doutrina Espírita a fim de que a
revolução da verdade conceda aluz e vida, para que novos enganos sejam
evitados, libertando as mentes das ligações poderosas com o mal.
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A
caridade para ser legítima não dispensa a fé que lhe oferece vitalidade; e esta
para ser nobre deve firmar-se no discernimento da razão como normativa salutar.
O Espiritismo, por isso mesmo, é doutrina de amor; no
entanto, referendado pelos Emissários da Luz, o estudo merece regime de urgência
e consideração especial para que a Doutrina, em si mesma, seja um sustentáculo
à hora da amargura e do desespero, do sofrimento e do desamparo, capaz de
constituir-se fonte preciosa onde o crente, em qualquer época e a todo
instante, encontre a “água viva” a que se referia Jesus, em condições de dessedentá-lo
em definitivo.
Fonte:
- Livro Dimensões da
Verdade - Joanna de Ângelis – Médium Divaldo. P. Franco - 2º. Edição - Livraria
Espírita Alvorada Editora - Salvador BA - 1977.
Excelente descrição do amor ao próximo a través da caridade e da fé. Parabéns.
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