A MULHER E O ESPIRITISMO.
IGUALDADE
DE DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER.
Todos os seres humanos, homens e
mulheres, têm direitos iguais, embora desempenham papéis e funções diferentes
na Terra. O dever de todos é de se ajudarem mutuamente a evoluir e a suportar
as provas e os amargores da vida material. Todo privilégio a um ou a outro
concedido é, pois, injusto. O Espírito pode reencarnar tanto num corpo
masculino como num feminino, não devendo por isso ter maiores ou menores
direitos. Ao espírito cabe progredir em tudo. Cada sexo, cada posição social,
lhe proporciona provações e deveres especiais e, com isso, o ensejo de ganhar
experiência. É, pois, princípio espiritual universal, consagrado pelo
Espiritismo, a absoluta igualdade de direitos entre os seres humanos,
independentemente do sexo, raça, cor, condição social, ideação religiosa,
política ou econômica.
No livro de Léon Denis, “DEPOIS DA
MORTE” no capítulo LV, na página 316, denominado “QUESTÕES SOCIAIS”,
encontramos a seguinte dissertação sobre a visão do autor com base na Doutrina
codificada por Kardec:
(...) A questão social não abrange
somente as relações das classes entre si, abrange também a mulher de todas as
classes entre si, abrange a mulher de todas as ordens, a mulher, essa grande
sacrificada, à qual seria eqüitativo restituir-se os direitos naturais, uma
situação digna, para que a família se torne mais forte, mais moralizada e mais
unida. A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos
na Humanidade. Libertado do jogo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua
voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos,
em breve, desaparecer o flagelo da guerra.
A filosofia dos Espíritos, ensinando-nos
que o corpo não passa de uma forma tomada por empréstimo, que o princípio da
vida reside na alma e que a alma não tem sexo, estabelece a igualdade absoluta entre o homem e a mulher, sob o
ponto de vista dos méritos. Os espíritas conferem à mulher uma grande parte nas
suas reuniões e nos seus trabalhos. Nesse meio ela ocupa uma situação
preponderante, porque é de entre elas que saem os melhores médiuns. A delicadeza do seu sistema nervoso torna-a
mais apta a exercer essa missão.
Os Espíritos afirmam que, encarnando
de preferência no sexo feminino, se elevam mais rapidamente de vidas em vidas
para a perfeição, pois, como mulher, adquirem mais facilmente estas virtudes
soberanas: a paciência, a doçura, a
bondade. Se a razão parece predominar no homem, na mulher o coração é mais vasto e mais profundo.
A situação da mulher na sociedade é,
geralmente, escurecida e, muitas vezes, escravizada; por isso, ela é mais elevada na vida espiritual,
porque, quanto mais um ser é humilhado e sacrificado neste mundo, tanto maior
mérito conquista perante a justiça eterna.
Esse argumento, contudo, não pode
ser invocado por aqueles que pretendem manter em tutela a mulher. Seria absurdo
tirar pretexto dos gozos futuros para perpetuar as iniqüidades sociais. Nosso
dever é trabalhar na medida das nossas forças, para realizar na Terra os
desígnios da Providência.
Ora, a educação e o engrandecimento da mulher, a extinção do pauperismo,
da ignorância e da guerra, a fusão das classes na solidariedade, o
aperfeiçoamento humano, todas essas reformas fazem parte do plano divino, que
não é outra coisa senão a própria lei de progresso. (...)
Sobre esse tema, “IGUALDADE DE
DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER”, Allan Kardec, no “Livro dos Espíritos”, no
capítulo IX, Lei de Igualdade, nas questões de números de 817 a 822, assim nos
relata as respostas dos Espíritos:
– Diante de Deus, o homem e a mulher são
iguais e têm os mesmos direitos. Deus deu a ambos a inteligência do bem e
do mal e a faculdade de progredir.
A origem de inferioridade moral das
mulheres em certos países, está relacionada ao império injusto e cruel que o
homem tomou sobre ela. É um resultados das instituições sociais e do abuso da
força sobre a fraqueza. Entre os homens pouco avançados, do ponto de vista
moral, a força faz o direito.
Indagando os Espíritos, Com que objetivo a mulher é fisicamente
mais fraca do que o homem?
Os Espíritos responderam que é para
lhe assinalar funções particulares. O homem é para os trabalhos rudes, por ser
o mais forte, a mulher para os trabalhos suaves, e ambos para se entreajudarem
nas provas de uma vida plena de amargura.
A fraqueza
física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem. Deus deu ao homem, a força, para
proteger a mulher, o fraco, e não para se servir dela.
Deus conformou a organização de cada ser às funções
que deve cumprir. Se deu a mulher uma força física menor, dotou-a, ao mesmo
tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções
materiais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.
As funções para
as quais a mulher está destinada pela Natureza têm uma importância tão grande
quanto a do homem, e, até maiores; é ela que lhe dá as primeiras noções da
vida.
Os homens e as mulheres, sendo iguais diante da lei de
Deus, devem sê-los, igualmente, da lei dos homens. Esse é o primeiro princípio
de justiça. Não façais aos outros o que não quereríeis que se vos fizessem.
Segundo esses princípios, uma legislação
para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o
homem e a mulher.
De direitos, sim; de funções, não. É preciso que cada
um esteja colocado no seu lugar. Que o homem se ocupe do exterior e a mulher do
interior, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa deve
consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher, pois todo
privilégio concedido a um, ou a outro, é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o progresso
da civilização, sua subjugação caminha para a barbárie. Os sexos, aliás,
não existem senão pela organização física, visto que os Espíritos podem tomar
um e outro, não havendo diferença entre eles, sob esse aspecto, e, por
conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.
Bibliografia Consultada:
Fonte:Manual e dicionário Básico
de Espiritismo - Ariovaldo Caversan e Geziel Andrade - 2a. Edição -
Editora e Gráfica do Interior / ABC do Interior.- Capivari, SP. Outubro de
1988.
Fonte: Livro, DEPOIS DA MORTE, autor
LÉON DENIS, 17 ª edição, Editora F. E. B., Rio de Janeiro, RJ, Novembro de 1991.
Fonte: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” -
Allan Kardec - 54a. Edição - Editora LAKE - São Paulo, SP - 1994.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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