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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

- VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES. - Nº. 13. (1ª. Parte) - SILVIO BRITO SOARES.


                                                         VIDA E OBRA.

            Baseados em notas biográficas de Bezerra de Menezes, publicadas pelo o Paíz, em sua edição de 14 de abril de 1900, e que foram fornecidas por uma comissão da sociedade Propagadora das Belas-Artes, desta Capital, e também no que consta, a respeito de Bezerra, muito embora fosse cearense, em Panteão Fluminense Esboço biográficos – de homens públicos e políticos, nascidos no Estado do Rio, no tempo do Império, de autoria do jornalista e literato Prezalindo Levy Santos, daremos inicio ao nosso ensaio sobre a vida e a obra do Doutor Adolfo Bezerra de Menezes.

            Viviam seus pais adstritos aos mais rígidos princípios do dever e da honra, praticando fervorosamente a religião católica, apostólica, romana. O menino Adolfo foi, portanto, criado nesse clima de severa dignidade, respeito e religiosidade.
            Em 1838 passou a frequentar a escola pública da vila do Frade, e no fim de dez meses aprontou-se na leitura, em escrita e em contas, até onde dava a saber do professor que o dirigiu a primeira fase de sua educação intelectual.
            Em 1842, a família por motivos políticos, sofreu forte perseguição, como liberais que eram, pelo que transferiram sua residência para o Rio Grande do Norte.
            Assim, o garoto foi matriculado na aula pública de latim, que havia na serra do Martins, em vila de Maioridade, hoje cidade Imperatriz.
            Decorridos dois anos, já estava ele senhor dessa língua, em condições de substituir o professor, como de fato se deu  algumas vezes.
            Em 1846, sua família retornou ao Ceará, fixando residência na capital, quando, então Adolfo Bezerra de Menezes passou a frequentar o Liceu ali existente, completando, sob as vistas e direção do seu irmão mais velho, o ilustrado Dr. Manuel Soares da silva Bezerra, os estudos preparatórios, distinguindo-se sempre como o primeiro aluno desse educandário.
            Seu pai era possuidor de bela fortuna, toda ela, por assim dizer, invertida em fazendas de criação.
            O velho capitão das antigas milícias conseguiu formar em Direito os dois filhos mais velhos, enquanto que o terceiro filho, que cursava o segundo ano da Faculdade de Direito de Olinda, foi forçado a interromper os estudos, em virtude da precária situação financeira do pai. É que a política e seu bom coração levaram-no a dar abonos de favor a parentes e amigos que exploravam seus sentimentos de caridade, a tal ponto que em breve se lhe tornou insustentável a situação.
            Constatando, porém, que seus débitos igualavam os seus haveres, procurou os credores, propondo-lhes entregar tudo o que possuía, pois dava para pagamentos integral de sua dívida. Esses credores, no entanto, amigos sinceros, recusaram-lhe os bens, dizendo-lhe que não se preocupasse com o pagamento, o qual seria efetuado quando ele assim o entendesse, de vez que estavam dispostos a arcar com os possíveis prejuízos que lhes pudessem advir mais tarde.
            O velho Menezes insistiu, sem todavia conseguir demover os credores daquela resolução. Tomou, por isso a iniciativa de se considerar simples administrador de que fora sua fortuna, e desde esse momento só lançava mão do estritamente necessário para manter a família, que passou da abundância às privações.
            Entrementes como dissemos, Bezerra completava seu curso preparatório, com o maior prêmio que possa coroar os esforços de um moço.
            O velho, sabendo que o sonho do filho era ser médico, chamou-o, abriu-se com ele, informando-o da resolução que havia tomado, única compatível, disse, com a sua honra, e concluiu por lhe declarar que, embora tivesse de fato com que mantê-lo no curso superior, sua consciência não lhe permitia fazê-lo, porque tudo o que tinha em seu nome era um verdadeiro empréstimo, depósito sagrado. (...)

            Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”  - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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