SEGURANÇA
MEDIÚNICA.
A mediunidade é
um dom, um atributo do Espírito, que nasceu juntamente com a mônada, nos
primórdios da sua delicada existência. A mediunidade não depende de qualidades
humanas para existir na sua função natural. No entanto, há leis que asseguram a
sua posição, no campo em que opera. O médium pode transmitir mensagens de alto
teor educativo e científico, em favor da humanidade, como também servir de
canal para Espíritos zombeteiros ou pseudo-sábios. Essa variação está na
dependência de como o médium leva a vida, seus sentimentos e as condições
espirituais que vibram em seu coração. Para tanto, não basta somente boa
vontade. É necessário ter compreensão do objetivo do seu mandato e trilhar os
caminhos que a ordem e a moralidade impõem, numa vida pautada nas diretrizes da
luz espiritual. O candidato a médium deve suprimir da sua mente toda ordem de
vaidade, todo tipo de impulso que o leva para o orgulho e a prepotência, sempre
se esauecendo das ofensas recebidas.
Esse deve ser o primeiro preparo, pois a agressão certamente virá ao seu
encontro, para testá-lo no que já aprendeu sobre o verdadeiro amor. Podemos
chamar os testemunhos de "marcas do Cristo". Todo aquele que deseja
ser Seu discípulo encontrará espinhos nas Suas pegadas. Não pode existir
mediunidade iluminada, sem fé, que é uma semente divina que haverá de nascer no
coração do instrumento da verdade.
O intercâmbio
com os Espíritos é muito desejado por todos os que chegam à Doutrina Espírita,
sem conhecer o engenhoso processo por que devem passar os companheiros de
aprendizado. Se a mediunidade é fato natural no ser humano, a razão adverte-nos
de que o seu desenvolvimento não pode desobedecer à seqüência da naturalidade.
Toda violência, nesse campo, tem como resposta o desastre e o desequilíbrio
psicossomático.
O erro que se
nota em muitas casas espíritas é a tendência de forçar o desenvolvimento das faculdades
mediúnicas, numa chamada insistente de Espíritos de todas as qualidades, para
que possam se apossar das pessoas presentes às reuniões. Sentam-se à mesa, com
vontade de servir, não resta dúvida, mas se esquecem das conseqüências que
advirão da falta de habilidade, na ânsia de fazer o melhor. Os diretores das
sessões, comumente, são desprovidos de experiências para lidar com o invisível.
Comandam uma reunião, chegando às carreiras, e não despregam os olhos do
relógio para uma volta apressada, queimando, assim, todo o material fluídico
que os Espíritos trazem, por amor e caridade. E aquele magnetismo da pressa
espraia-se pelo ambiente todo, fazendo-o esquecer-se da incumbência que o levou
àquela reunião, cujo objetivo é levar a tranqüilidade a todos e o entendimento
aos Espíritos menos esclarecidos. A base de uma reunião elevada é, pois, a
segurança mediúnica, que se faz através da sabedoria do medianeiro, aliada ao
amor incondicional.
Se és candidato
à mediunidade, se palpita em teus sentimentos a vontade de servir de
instrumento à comunicação dos Espíritos, analisa quem és para saberes com quem
haverás de te comunicar.
Não
podemos deixar de descrever o que se processa, no trabalho mediúnico
desavisado, àquele que desconhece a realidade espiritual: entre dois corpos que
o Espírito usa para comandar o físico, o astral e o etérico, encontra-se
estruturado um filtro, muito parecido com uma tela sutil, altamente trabalhado
pela natureza, em conexão com a Inteligência Suprema, que de nada se esqueceu a
nosso favor. Essa tela etérica, no dizer dos estudiosos das coisas espirituais,
serve de barreira à comunicação constante entre os dois mundos, permitindo
tão-somente o intercâmbio com os Espíritos superiores, já que essa tela dá
passagem aos fluidos puríssimos que provêm das altas esferas. Assim como o
filtro de um lar dá passagem facilmente à água já pura, sem ceder lugar ao
líquido poluído, o mesmo se passa no campo do Espírito. Todavia, é interessante
saber que essa tela etérica pode romper-se. E isso acontece com freqüência. Aí,
o próprio médium, ao desenvolver-se, manifesta desequilíbrio em todos os
setores da sua sensibilidade. Essa tela é feita de átomos espirituais altamente
afins, que se congregam por atração magnética da própria consciência, com o auxílio
dos guias do tutelado. Mas ela se rompe por variadas causas, contrárias às leis
naturais, como o fumo, que se volatiliza, no seu uso exagerado e corrói a tela
sutil desse filtro fluídico que protege o medianeiro. O mesmo ocorre com o
álcool, a carne em demasia e as drogas.
Na parte mental,
vamos encontrar os maiores inimigos dessa segurança mediúnica, que são o ódio,
a vingança, a maledicência, a brutalidade, a usura. Pensamentos que envolvem
tais sentimentos provocam uma espécie de curto-circuito na tela etérica,
rompendo seus delicados filamentos e colocando o médium em estado de
dependência com os Espíritos inferiores. Eis aí a obsessão, desequilíbrio
presente em grande maioria dos medianeiros, em todo o mundo. Ainda existem
outros perigos que mencionaremos depois, quando surgir oportunidade de
conversarmos, pelos meios da escrita e da presença espiritual.
Como já
relatamos, a mediunidade não depende da moral do médium, mas a mediunidade com
Jesus Cristo depende de auto-aprimoramento, nos conceitos do Evangelho. Somente
a vivência dessa filosofia transcendental, ensinada e vivida pelo Mestre,
aparelha o medianeiro para ser um verdadeiro instrumento da verdade, do amor e
da caridade. Quem não deseja modificar o sistema de vida que leva nas hostes do
Espiritismo, condensado por Allan Kardec nos livros basilares da doutrina, é
bom que não tente ser ponte para aqueles que já foram para o mundo espiritual.
O canal sujo
suja a água que vem do céu. E, se atraímos o nosso semelhante pela lei dos
afins, o médium consciente do seu dever sabe a que tipo de entidade estão
servindo as suas faculdades.
Se desejas fazer
o bem a quem caminha contigo, ama muito, mas não te esqueças de instruir,
sempre. Educa, em todos os momentos, mas lembra te, constantemente, de aplicar
a disciplina em teus passos. Fala, nas horas certas, sem te esqueceres de
vigiar o que dizes, para que possas dizer, na amplitude dos teus trabalhos, sem
exigências, como falou o grande apóstolo dos gentios: "0 Cristo em mim é
motivo de glória".
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado
por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG,
- 1998..
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