CHICO XAVIER POR ELE
MESMO.
UMA
VIDA COM AMOR XXII.
UBERABA,
A CAPITAL DO ESPIRITISMO III.
UBIRATAN MACHADO.
Como tanta gente, para chegar até o médium dona Júlia
cumpria uma autentica maratona. O movimento nas proximidades da Comunhão
inicia-se do meio dia, quando começam chegar os mais precavidos. A fila vai se
formando, sob o sol forte do Triângulo. Há gente de todo tipo, cor, condição
social. Desesperados, fiéis, carecidos, curiosos.
Aos poucos a confusão vai aumentando, acabando com a
tranqüilidade do bairro pacato. Centenas de carros de todos os estados buzinam,
em busca de m local para estacionar. Os guardas apitam, procurando orientar os
veículos. Há choro de crianças, lamento de velhos e doentes, pregões de
vendedores. Os quarteirões qe circunda a rua Eurípedes Barsanulfo tornam-se
pequenos para conter a multidão, ansiosa para ver e falar com o médium.
Oito horas da noite. Abrem-se, afinal as portas da Comunhão,
um imenso galpão, onde podem caber de 800 a 1000 pessoas. As imensas filas
começam a se deslocar. Empurrões, atropelamentos. Não fosse a presença mágica
de Chico e a coisa degeneraria em confusão. Mal entram no salão, porém, o entusiasmo
ruidoso se transforma em admiração estática. Chico está sentado na cabeceira de
uma mesa comprida. O traje é formal, terno, camisa esporte abotoada, sem
gravata. As lentes escura dos óculos são muito grossas. O homem é feio, mas
sorri, sorri sempre, e dele parece irradiar-se uma estranha paz.
A euforia se apossa de todos. Os que estão mais atrás na
fila põem-se nas pontas dos pés, esticam o pescoço como gansos. Em geral, o
calor sufoca. Mas ninguém parece sentir nada. A medida que se aproxima o
momento de pegar na mão de Chico, o beijá-lo, se possível, todos se sentem
serenos.
Após a prece e a leitura do Evangelho, Chico vai para uma
saleta psicografar psicografar as receitas dadas pelo espírito de Bezerra de
Menezes. Enquanto isso, dona Dalva Borges, auxiliar de Chico, inicia a sessão
de palestras. A expectativa domina os fiéis, anciosos por receber algumas
mensagem do Além.
O burburinho das preces ainda enche o ambiente quando Chico
retorna ao salão. Senta-se diante da imensa mesa, tira os óculos e começa a se
concentrar.
Ouve-se o silêncio. De vez em quando, o espocar do flash de
algum fotógrafo.
Cabeça baixa, olhos fechados, o médium passa as mãos na
testa, como se estivesse dando um passe em si mesmo. Após alguns minutos de
concentração, cobre os olhos com a mão esquerda e, com velocidade espantosa,
vai enchendo páginas em brando. São mensagens em prosa ou em verso, de conteúdo
filosófico o doutrinário.
Chico reúne as folhas e passa a ler as mensagem numa vozinha
fina, baixinha. Os fiéis aguçam os ouvidos. São quase onze hora da noite. A
reunião já terminou, mas o médium, com sua invencível paciência, fica de pé até
as três horas da madrugada. Respondendo a todos com carinho, distribui abraços
e apertos de mão, sorri para ser fotografado,
Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele
Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São
Paulo, SP, - Outubro de 1994.
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