SEGURANÇA MEDIÚNICA
A posição de um
médium em uma reunião requer muito cuidado e observação, tanto perante os
assistentes quanto perante a sua própria consciência. O fenômeno que se chama
repercussão é coisa muito séria em relação ao equilíbrio do próprio médium. A
experiência nos faz compreender que todo trabalho de caráter sério busca na
ciência e nos fatos compreensão profunda do seu exercício, para que não
venhamos a ser cegos conduzindo cegos, ambos caindo nos despenhadeiros.
A posição do
médium deve ser correta, de modo a ampliar todos os conhecimentos estudados com
as experiências oriundas de seus próprios exercícios espirituais.
Nunca te
enveredes por caminhos escolhidos afoitamente. Lembra-te de que muitas cabeças
poderão formar diretrizes com maiores possibilidades de acertar. Uma das coisas
essenciais para o medianeiro, em qualquer função espiritual, é a humildade, sem
que esse gesto se transforme em fraqueza. A modéstia deve ser enriquecida com
os valores da compreensão.
Os assistentes
de uma reunião mediúnica formam sempre uma heterogenia no campo mental. Os
pensamentos, nas suas variações, guardam mais afinidades com o médium ou a ele
se dirigem, por imposição dos participantes. O médium é sempre visado. É bom
que te lembres disso todas as vezes em que praticares a mediunidade. A
atmosfera que acompanha o intermediário dos Espíritos é de alta sensibilidade e
sempre cede à sua vontade. Se essa vontade é educada, criará defesas naturais,
perdendo a afinidade com o mal e estabelecendo a harmonia, de modo a assegurar
o equilíbrio do instrumento dos Espíritos.
O que chamamos
de repercussão são pensamentos de tonalidades diferentes nascidos em muitas
mentes e encaminhados para a mente do médium que, em seguida, sofre os
desajustes dos mesmos na sua câmara sensível de fluidos imponderáveis.
Certamente os Espíritos benfeitores ajudam, mas nem sempre o necessário, pois
existe a parte do médium, que só ele deve fazer. Esse médium pode ser levado ao
desgaste, tanto físico quanto emocional. As energias que circulam nos centros
de forças distribuídas e redistribuídas em todo o corpo, podem sofrer perda com
a repercussão, às vezes de modo irreparável. Os pensamentos dos assistentes são
forças virgens que podem ajudar ou destruir, conforme a educação de cada um.
Eis porque aconselhamos, em todos os tipos de reuniões, leituras elevadas, de
cunho evangélico, acompanhadas de comentários feitos por pessoas que saibam
lidar com as palavras nas áreas que constróem, alertam, educam e despertam
esperança naqueles que ali se reúnem à procura do Senhor.
A posição do
médium é delicada. Ele está sempre no meio das trevas, procurando fazer luz. Os
sofredores são muitos a buscarem conforto. O médium sem Cristo é ambiente sem
paz. Aquele que não deseja educar-se, não serve para servir. A doutrina dos
Espíritos é uma escola que veio com a missão de mostrar aos novos seguidores do
Senhor um caminho bem melhor que tantos outros em evidência no mundo: o caminho
do amor.
Podes
ouvir e conversar com as pessoas que procuram conforto e saúde, porém não deves
alimentar o mesmo desequilíbrio nas tuas emoções. Certamente não é preciso
responder-lhes com aspereza, porque a caridade educa a tonalidade da voz e é
força disciplinadora dos próprios gestos. O bom senso deve ser a tônica de
todas as conversações. Seja qual for a situação dos nossos irmãos que sofrem,
não devemos sofrer com eles. Bastam-nos os nossos fardos; se os levarmos sem
reclamações, já teremos cumprido um dever que alivia a consciência.
O médium que já
se candidatou a discípulo de Jesus não fere o companheiro. Procura esclarecer,
se não pela palavra, pelo exemplo. Perdoa sem condições, sem anunciar o perdão
e abençoa pelo que faz, sem desejar recompensa. O transe mediúnico é ato muito
sério, que nos compete analisar. A nossa mente se abre em flor em busca do que
desejamos fazer, auxiliando. E o que vem de fora, encontrando sintonia no que
está dentro, acasala-se na conjunção da própria natureza, formando algo que nos
ajuda ou nos perturba. O médium deve ser reto, nas suas qualidades de pensar,
de saber e de sentir. Os sentimentos são forças que se irradiam em todas as direções
que indicamos e que reclamam os iguais, retornando à fonte de onde surgiram
para se multiplicarem, desfazendo-se na própria personalidade como energias
gastas, alimentadoras de desequilíbrios, ou como fluidos imponderáveis da
natureza divina, que fortificam a alma para a libertação.
A mediunidade é
dom generalizado em todas as criaturas, à espera de educação e disciplina. Sem
certas regras orientadas pelo Cristo, ela é apenas um instrumento de satisfação
pessoal ou meio de vida na pauta dos negócios. Há muita diferença entre o
médium da luz e o das trevas, entre a faculdade divina e a faculdade humana. A
posição do sensitivo ante sua mediunidade é que sua língua deve perder a força
de ferir, suas mãos a força de revidar e suas idéias, a força de contrariar as
leis de Deus.
Todos os médiuns são testados por meios
variados. Por onde não se espera é que o inimigo chega. O defeito que
insistimos em apontar nos outros é o que temos com mais saliência. A casa do
vizinho está sempre alterada, quando analisada pela razão em distúrbio.
Se tiveres que
chorar por alguém que errou, chora por ti mesmo. Se tiveres de alterar a voz
com irmãos que julgaste incursos em erro, altera a voz contigo mesmo. Se
tiveres de anunciar alguma virtude que não possuis, fala das qualidades dos
companheiros e dos esforços que eles fazem para melhorar.
A posição do
médium no lugar em que foi chamado a trabalhar é a de servir de instrumento
para o bem em todas as direções da vida. Quando vamos trabalhar na caridade,
recebemos de Deus uma cota de luz divina, mas não podemos esquecer que tal cota
é para ser doada, e se ela se transforma fielmente no que nós desejamos que ela
seja, torna-se uma carta com endereço certo.
Eis a posição do
médium diante da consciência.
Livro:
“SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª
edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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