SEGURANÇA MEDIÚNICA
PREFÁCIO.
A caridade tomou
uma feição diferente, principalmente no Brasil, graças ao Espiritismo, que usa
os canais da mediunidade para expressar o amor em várias modalidades. Com a
Doutrina dos Espíritos, muitas coisas mudaram de rumo, despertando as
claridades que se encontravam encobertas. A letra deixou de ser letra para ser
luz, e a luz inspirou muitas criaturas para a disseminação do bem imortal.
Quanto tempo se
passou de Jesus a Allan Kardec, enquanto Evangelho era escondido cada vez mais
pela ignorância! No século dezesseis, ele eclodiu com Martinho Lutero,
procurando ser difundido como a promessa do Divino Mestre. No entanto, foi logo
distorcido nos seus mais puros fundamentos, porque a violência não pode
conviver com o amor, e a caridade sem obras, oriunda do egoísmo, é morta. As
guerras religiosas devastavam o planeta, a fome de esperança aniquilava todas
as comunidades da Terra e a paz fugia dos corações humanos. A humanidade sofria
e a dor começava a passar dos limites, transformando-se em oração. Como no
mundo a situação era de desespero, a Terra agonizava pela brutalidade. Era
necessário usar a lei dos semelhantes que curam os semelhantes, e foi aí que o
remédio veio pelos processos da revolução francesa.
Vejamos como a
mediunidade ocupa lugares variados. O filósofo Emmanuel Kant serviu de
instrumento mediúnico, prevendo o nascimento do Consolador prometido pelo
Cristo, quando afirmou, lembrando-se da figura histórica de Simeão no
Evangelho: "Agora, Senhor,
despede-Te em paz do Teu servo, segundo a Tua palavra, porque os meus olhos já
viram a salvação". E, de fato, quem libertou o pensamento das entranhas da
prepotência para fazer surgir a Doutrina Espírita foi a revolução francesa,
cujas aspirações deveriam ter sido consolidadas por Napoleão Bonaparte.
Kant despediu-se da Terra, com grande
tranqüilidade, no ano de 1804 e, nesse mesmo ano, nasceu em Lyon o futuro
instrumento das forças espirituais para consolidar as promessas de Jesus e
fazer reviver o Cristianismo primitivo do Senhor, abrindo caminho na amplitude
de Seu desejo, para educação dos povos.
A mediunidade
passou a ser, então, canal de respeito entre os homens porque, por ela, surgiu
a terceira revelação, que não é estática como as outras, mas progressiva, de
modo a acompanhar a marcha de ascensão dos seres humanos.
A Doutrina dos
Espíritos vem mostrando, em toda a sua volumosa literatura, que a função
mediúnica se apresenta a todos os povos, como a todas as organizações humanas.
Basta que prestemos atenção nos fatos, para encontrarmos essa verdade. O
Espiritismo está empenhado em abrir escolas para a educação dessa faculdade
inerente aos homens, de modo que ela seja dominada pelo amor e guiada pela
caridade, porque dentro dessa atmosfera santificante, sempre falará o Cristo,
como Pastor de todo o rebanho da Terra.
E, pelo que
vemos na postura dos políticos modernos e no comportamento dos homens em geral,
parece que a dor passa dos limites dos fardos a serem carregados e começa a se
transformar em rogativa ao Senhor novamente. E, se acontecer o que estamos
prevendo (e que não desejamos que aconteça), a revolução francesa e as grandes
guerras não terão passado de simples avisos do que poderá advir pela
imprudência dos povos.
Os demônios da
devastação foram criados pelas mentes brutalizadas dos homens por lhes faltar o
Cristo no coração. Mesmo assim, pedimos a Deus para abençoar a humanidade e não
deixar acontecer o máximo merecido. Apelamos à misericórdia do Senhor para que
deixe acontecer, se assim for preciso, o mínimo.
E é sempre a
mediunidade que dará nascimento aos movimentos de paz e de guerra, dependendo
da sintonia espiritual do médium-líder de um grupo social. Mas, como não
devemos pensar em destruição, ocupemo-nos da mediunidade traçada por Allan
Kardec, e ampliada pelos Espíritos superiores, para que possamos fazer nascer a
paz dentro de nós mesmos, porque essa paz, com as mãos do tempo e a vontade de
Deus, irá avançar e atingir toda a Terra, todas as criaturas.
Graças à
Doutrina Espírita na Terra, principalmente no Brasil, será aliviado o
apocalipse do fim dos tempos, pois ela é como um anjo de paz, com a força de
Deus e sob o comando do Cristo. Rogamos a Deus que, depois dessa festa de fogo,
os homens saiam livres da agressão cármica e os seus corações batam sob o ritmo
do universo, onde o amor é a tônica da vida.
Estamos
trabalhando - e somos uma legião - para que a mediunidade exerça uma posição de
luz e desperte os seres humanos para o verdadeiro objetivo da vida, para que
não se esqueçam de, passo a passo, se transformarem pela boa vontade para o
empenho no Evangelho, porque o homem evangelizado constitui a promessa do reino
de Deus, do paraíso perdido por esquecimento do amor.
Este livro -
Segurança Mediúnica - vem dar-nos alguns toques de como proceder diante das
faculdades afloradas. Eis que estão sendo tocados os últimos clarins da
espiritualidade. Convém atendê-los, para que não aconteçam conosco coisas
piores. Oremos juntos, meus irmãos, agradecendo a Deus por tantas bênçãos
vindas no meio de tantas aflições. Usai vossos talentos, multiplicando as obras
de beneficência e não enterreis os valores que Deus depositou em vossas mãos.
Abençoai o tempo e aproveitai as horas, tirando as nuvens das incompreensões
que possam empanar o sol da caridade, para que ele vos guie e vos salve das
imprudências tramadas pelo orgulho e pelo egoísmo.
Saudemos este
esforço desse irmão em Cristo neste trabalho, e que ele possa despertar alguém
para a realidade. E que esse alguém veja o Mestre à sua frente chamando-o,
nestes termos: "Segue-me, eu sou o caminho".
Bezerra
Menezes,
Belo Horizonte, 23/11/83.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado
por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG,
- 1998..
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