O ESPÍRITA NA MULTIDÃO.
O espírita cristão, porque busca
realmente compreender Jesus e raciocinar no Evangelho, é alguém sob regime de
fiscalização permanente. Daí procedem as múltiplas contradições nas críticas
que recebe.
Habitualmente, se é generoso, a
multidão em torno dirá dele: “é perdulário”. Se economiza: é avarento”. Se
mantém a disciplina: “é ditador”. Se não observa condições e horários: é
irresponsável”. Se diligência renovar as normas conhecidas: “é revolucionário”.
Se conserva os padrões de hábito: “é inerte”. Se usa fraqueza: “é descaridoso”.
Se contemporiza: “é hipócrita”. Se brinca: “é irreverente”. Se chora: “ é
obsesso. Se comunicativo: “é estouvado”. Se discreto: é orgulhoso”. Se estuda
intensivamente: “é afetado”. Se estuda menos: “é ignorante”. Se colabora com a
afinco na assistência social: “é santarrão”. Se coopera menos na beneficência
de ordem material: “é preguiçoso”. Se revela ardente fervor nas convicções: é
fanático”. Se analisa, como é necessário, as instruções em andamento: é um
céptico”. Se trabalha com grande número de pessoas: “è demagogo”. Se trabalha
em ambiente restrito: “é insociável”.
Efetivamente, a multidão é nossa
família e nada justificaria qualquer propósito de nos distanciarmos dela, a
pretexto de superioridade individual. Somos claramente chamados a servi-la. Com
ela e por ela, é que também nos despojaremos das imperfeições que nos marcam a
vida. Ainda assim, conquanto amando-a e abençoando-a, não nos seria lícito
esquecer que ela própria, um dia preferiu Barrabás a Jesus, em lamentável
engano. Atentos a isso, onde estiveres e como estiveres, coloca-te acima das
opiniões humanas, à seara do bem o que fores e o que tiveres de melhor.
EMMANUEL.
Fonte: Livro “PAZ E RENOVAÇÃO”, -
autores Espíritos Diversos, - Psicografia Francisco Cândido Xavier, - 3 ª. edição,
- Editora CEC, UBERABA, MG. – 1972.
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