MEDIUNIDADE
E DOENTES.
Reunião pública de 12/9/1960 Questão nº 176 Parágrafos 1º 2º e 3º
No que se refere aos doentes, os cientistas ateus apenas enxergam
o corpo na alma e os religiosos extremistas apenas enxergam a alma no corpo; as
inteligências sensatas, porém, observam uma e outro, conjugando bondade e medicação
nos processos de cura.
Os cientistas ateus, ao modo de técnicos puros, quase sempre
entregam exclusivamente ao laboratório toda a orientação terapêutica,
interpretando a moléstia como sendo mero caso orgânico de curso previsto, qual
se o corpo fosse aparelho frio, de comportamento pré-calculado, esquecendo-se de
que os corpúsculos brancos do sangue fabricam antitoxinas sem haverem
frequentado qualquer aula de química.
Os religiosos extremistas, à feição de místicos intransigentes,
quase sempre entregam exclusivamente à oração todo o trabalho socorrista,
interpretando a moléstia como sendo simples ato expiatório da criatura, qual se
a alma encarnada fosse entidade onipotente na própria defensiva, olvidando que
os vírus não interrompem o assalto infeccioso diante dessa ou daquela preleção
de moral.
As inteligências sensatas, no entanto, percebem que o corpo se
move à custa da alma, sabendo, porém, que a alma, no plano físico, precisa do
corpo para
manifestar-se,
embora reconheçam que toda reação substancial procede do interior para o
exterior, razão pela qual, em todos os tratamentos, como ação supletiva, será lícito
recorrer às forças inesgotáveis do espírito.
*
Na mediunidade curativa, portanto, suprime a enfermidade, quanto possível,
com o amparo da medicina criteriosa, mas ungete de amor para socorrer o doente.
A solidariedade ergue o índice da confiança e a confiança mobiliza
instintivamente os recursos da Natureza.
Pronuncia a prece que reconforte e estende o passe magnético que
restaure, como se fossem pedaços de teu próprio coração em forma de auxílio.
Sobretudo, não envenenes o ânimo de quem sofre.
Ainda mesmo diante dos criminosos e viciados que a doença arruína,
levanta a voz e alonga os braços, sem qualquer nota de azedia ou censura, recordando
que possivelmente estaríamos nós no lugar deles se tivéssemos padecido as
provas e tentações nas quais sucumbiram, agoniados.
Seja quem for o doente do qual te aproximes, compadece-te quantas
vezes se fizerem necessárias, entendendo que é preciso aprender a ajudar o
necessitado, de maneira que o necessitado aprenda a ajudar a si mesmo.
Somente assim descobrirás, tanto em ti quanto nos outros, o
surpreendente poder curativo que dimana, ilimitado e constante, do amor de
Deus.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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