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segunda-feira, 10 de julho de 2017

- APRENDENDO COM CHICO XAVIER. - N º. 203. - CHICO XAVIER PERFIL BIOGRÁFICO. - UMA VIDA COM AMOR I - UBIRATAN MACHADO..


CHICO XAVIER PERFIL BIOGRÁFICO.

                 UMA VIDA COM AMOR I
                                                          
                                                     UBIRATAN MACHADO.

                        COM O DIABO NO CORPO.

            O povo era cordial e conservador. E alheio às imensas mudanças éticas e sociais que aceleravam em todo o mundo. Comia seu feijão tropeiro, seu angu com couve, pitava, procriava e ia à missa. Que todos eram católicos, reverentes ao senhor vigário, rebanho dócil, que encarava qualquer manifestação do maravilhoso como travessura do capeta.
            Alguma coisa aconteceria com a chegada do trem, saudado com foguetório, cachaçada e banda de música, ao melhor estilo do interior; Era a velha maria-fumaça, então literalmente a todo vapor. O fato era tão importante que em 1901 Cachoeira das Três Moças trocava seu nome por Pedro Leopoldo. Homenagem justa, se bem que de péssimo gosto poético, ao engenheiro que estenderia a linha da Central do Brasil até aquela zona metalúrgica, boca do sertão mineiro.
            Nesta época, morava ali um casal humilde, como tantos outros casais do interior. Ele, João Cândido Xavier, operário de profissão, vendedor de bilhetes nos momentos de aperto. Isto é, durante o ano inteiro,. Sua mulher, dona Maria João de Deus, de prendas domésticas. Mãe de família na velha tradição mineira. Dedicada ao lar, paparicando os filhos, ensinando-os a rezar de mãos postas. Ambos católicos. Por educação e fé. Viviam cheios de filhos, de pobreza e harmonia, numa pequena casa térrea. Foi ali que, em dois de abril de 1910, nasceu um menino, que na pia batismal recebeu o nome de Francisco. Na certa em homenagem ao humílimo e pobrezinho santo de Assis.
            A vida Ada família seguia serena. Os filhos, agora, já eram nove. Chico crescia como qualquer moleque do interior. Corria pelo quintal, brincava e subia em árvores, de pés descalços, peito nu, aguçando os ouvidos quando o apito estridente da maria-fumaça ecoava por aquelas lonjuras. Livre como os pássaros. Estava com cinco anos e como qualquer criança normal dessa idade, sentia-se irresponsavelmente feliz.
            Então, surgiu o inesperado: dona Maria João de Deus adoece. A princípio, parecia coisa passageira. A doença, porém, progrediu rapidamente, e ela já pressentia o toque frio da foice da morte. Como a família viveria? João Cândido, inveterado sonhador, achava-se desempregado. Sobrevivia apenas as custas dos bilhetes de loteria. A praça era pobre e ele arriscou-se pelas cidades maiores da redondeza. Sabará, Conceição do Mato Dentro, Curvelo.
            Preocupada, dona Maria João decidiu distribuir os filhos por parentes e amigos, que se dispuseram a criá-los.
            “Eu estava de pé, no pé da cama, e o queixo encostado na madeira. Na cabeceira do leito, minha mãe me olhava. E eu lhe disse palavras muito duras para um menino. Por que a senhora, mamãe, esta dando seus filhos para os outros? Não quer mais seus filhos, é isso?”(Chico Xavier)
            Dona Maria respondeu que ia para o hospital. E disse uma frase que impressionou o menino: “Se qualquer pessoa falar que morri, é mentira. Não acredite. Vou ficar quieta, dormindo, não responderei a ninguém, mas não vou morrer”. E no dia seguinte a este diabólico, em 29 de setembro de 1915, ela morreu.

            Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São Paulo, SP, - Outubro de 1994.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
 

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