REFORMA ÍNTIMA.
Reunião
pública de 9/12/1960. - Questão nº 350.
Quando a espiritualidade sublime te clareou por dentro, passaste a
mentalizar perfeição nas atitudes alheias. Entretanto, buscando, aqui e ali,
padrões ideais de comportamento, nada mais recolheste que necessidades e
negações.
Irmãos que te pareciam sustentáculos da coragem tombaram no
desânimo, em dificuldades nascentes; criaturas que supunhas destinadas à missão
da bênção, pela música de carinho que lhes vibrava na boca, amaldiçoaram leves
espinhos que lhes roçaram a vestimenta; companheiros que se afiguravam troncos
na fé resvalaram facilmente nos atoleiros da dúvida, e almas que julgavas
modelos de fidelidade e ternura abandonaram-te o clima de esperança, nas
primeiras horas da luta incerta.
Sofres, exiges, indagas, desarvoraste...
Trilhando o caminho da renovação que te eleva, solicitas
circunstâncias e companhias em que te escores para seguir adiante; contudo, se
estivesses no plano dos amigos perfeitos, não respirarias na escola do
burilamento moral.
O Universo é governado por leis infalíveis.
“Dai e dar-se-vos-á” - ensinou Jesus.
Possuímos, desse modo, tão somente aquilo que damos.
Se aspiras a receber a simpatia e a abnegação do próximo, começa distribuindo
simpatia e abnegação.
O entendimento na Doutrina Espírita esclarece-nos a cada um que é
loucura reclamar a santificação compulsória e, sim, que é dever simples de
nossa parte operar a própria transformação para o bem, a fim de que sejamos
para os outros, ainda hoje, o que desejamos sejam eles para nós amanhã.
É possível estejas atravessando a estrada longa da incompreensão, pedregosa
e obscura.
Façamos, porém, suficiente luz no próprio íntimo, e a noite, por
mais espessa, será sempre sombra a fugir de nós.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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