EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO VII.
Bem-aventurados
os pobres de espírito
Instruções
dos Espíritos
O
orgulho e a humildade
Locardaire –
Constantina, 1863.
11.
d) E tu, donzela, pobre criança lançada
ao trabalho, às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que choras?
Dirige a Deus, piedoso e sereno, o teu olhar: Ele dá alimento aos passarinhos;
tem-lhe confiança: Ele não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres do
mundo, faz bater-te o coração; também desejaras adornar de flores os teus
cabelos e misturar-te com os venturosos da Terra. Dizes de ti para contigo que,
como essas mulheres que vês passar, despreocupadas e risonhas, também poderias
ser rica. Oh! cala-te, criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores
inomináveis se ocultam sob esses vestidos recamados, quantos soluços são
abafados pelos sons dessa orquestra rumorosa, preferirias o teu humilde retiro
e a tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu
anjo guardião para o seu seio volte, cobrindo o semblante com as suas brancas asas
e deixando-te com os teus remorsos, sem guia, sem amparo, neste mundo, onde
ficarias perdida, a aguardar a punição no outro. Todos vós que dos homens
sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos,
ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade,
mas é igualmente humildade. Se sofreis pelas calúnias, abaixai a cabeça sob
essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder,
não pode Deus vô-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens
é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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