EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO VII.
Bem-aventurados
os pobres de espírito
Instruções
dos Espíritos
O
orgulho e a humildade
Locardaire –
Constantina, 1863.
11.
b) Ó rico! Enquanto dormes sob dourados
tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos
teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao
ouvires isso, bem o sei, revolta-se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma
esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. “Pois quê! dirás, eu,
de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos!
Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado
tão baixo e a mim tão alto?” É exato que as vossas vestes não se assemelham; mas
despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a
química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um
grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante
que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também
não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a esse mesmo a quem hoje
desprezas? São eternas as riquezas? Não desaparecem quando se extingue o corpo,
envoltório perecível do teu Espírito? Ah! lança sobre ti um pouco de humildade!
Põe os olhos, afinal, na realidade das coisas deste mundo, sobre o que dá lugar
ao engrandecimento e ao rebaixamento no outro; lembra-te de que a morte não te
poupará, como a nenhum homem; que os teus títulos não te preservarão do seu
golpe; que ela te poderá ferir amanhã, hoje, a qualquer hora. Se te enterras no
teu orgulho, oh! quanto então te lamento, pois bem digno de compaixão serás.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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