UNAMO-NOS.
“O Espiritismo deveria ser uma salvaguarda contra o Espírito de
discórdia e de dissensão; mas esse Espírito tem, em todos os tempos, derramado
elemento de discórdia sobre os humanos, porque tem inveja da felicidade que
proporcionam a paz e a união.” (Cap. XXXI – Segunda Parte – Item XXVI)
A História registra que as
discórdias e as dissensões sempre foram os maiores adversários das causas mais
nobres.
O Cristianismo, desde o princípio,
mesmo quando Jesus estava na Terra, sofreu com as desavenças entre os seus
adeptos.
Assim que se viram livres das
perseguições de três séculos, os cristãos começaram a disputar entre si,
permitindo que o espírito de competição lhes prejudicasse as tarefas.
Em suas famosas epístolas às
comunidades nascentes do Cristianismo, Paulo as concita à fraternidade
legítima, afastando-se do personalismo que tantos estragos provocaria em suas
fileiras.
Observamos hoje na Doutrina
Espírita, passado o período das perseguições que lhe foram movidas fora dos
seus muros, uma tendência de se repetir os equívocos do Cristianismo, logo que
Constantino o declarou religião oficial do Estado
Infelizmente, dados a polêmicas
acirradas, a pretexto de defender o Espiritismo, os espíritas tem se esquecido
de preservar a paz do movimento doutrinário a que se encontram engajados.
Sem respeito mútuo não existe união
eficaz.
Transformando os seus periódicos em
“praças de guerra” de opiniões, atacam-se uns aos outros, esquecidos certamente
da advertência de Jesus quando afirmou que uma casa subdividida não consegue se
manter em pé...
O nosso apelo é no sentido de que os
companheiros de ideal espírita cristão procurem efetivamente se unir, como
integrantes de uma única e mesma família.
Que olvidem possíveis divergências
doutrinárias para que o movimento não se enfraqueça e não apresente brechas ao
ataque das Trevas...
Que os médiuns sintam a
responsabilidade que lhes pesa sobre os ombros e guardem vigilância redobrada
contra os Espíritos incendiários, aqueles que alimentam o fogo da desavença nos
corações.
A Timóteo, em sua 1ª carta, Paulo
assevera no Cap. 6, versículos 3 a 5: “Se alguém ensinar uma outra doutrina e
não concordar com as sãs palavras de nosso senhor Jesus Cristo e com a doutrina
conforme a piedade, é porque é cego, nada entende, é um doente à procura de
controvérsias e discussões de palavras. Daí nascem invejas, brigas, blasfêmias,
más suposições, alterações intermináveis entre homens de espírito corrupto e
desprovidos de verdade...”
Sempre que tenhamos de nos dirigir
uns aos outros, façamo-lo fraternalmente.
Evitemos ataques pessoais, a
pretexto de defender a Verdade.
Que os médiuns não se invejem
mutuamente. Que os grupos permutem experiências com humildade. Que o movimento
espírita se mostre coeso, na certeza de que maiores desafios ainda estão por
vir...
A maior luta da Doutrina, num futuro
não muito distante será para manter-se livre dos movimentos espiritualistas
paralelos que se multiplicam, em todo o mundo, na atualidade. Admitindo alguns
de seus postulados, como a reencarnação e a mediunidade, esses espiritualismos
modernos, todavia, não se encontram vinculados ao Cristo e, se disseminam
ensinamentos esotéricos, não sustentam nenhuma proposta mais séria de renovação
íntima.
Que o Espiritismo permaneça fiel ao
evangelho e sobreviverá doutrinariamente a essa verdadeira “avalanche” de
seitas orientalizadas que têm arrebanhado milhões e milhões de seguidores em
toda parte. Mas para que a Doutrina Espírita triunfe com a bandeira do
Evangelho, necessita que os seus adeptos falem a mesma língua, não
transformando-a, pelas suas discórdias, numa moderna “torre de Babel”...
Os Espíritos mais diretamente
responsáveis pelos rumos do movimento espírita têm revelado essa preocupação
constante e, sempre que possível, solicitam-nos concitar os confrades à
tolerância, á compreensão, à perseverança, à renúncia e, sobretudo, à boa
vontade de uns para com os outros.
Unamo-nos, pois.
Não nos transformemos em “pedras de
tropeço” do que nos é tão caro!
Não sejamos obstáculos à propagação
da Doutrina que tem sido a razão de ser de nossas vidas.
“Muito se pedirá a quem muito
recebeu”...
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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