SONETOS
III.
Sirva-vos de escarmento
a dor que trago
Na minhalma infeliz e
sofredora,
Este padecimento com que
pago
O desvio da estrada
sofredora.
Aqui somente me
ampara-me esse vago
Pressentimento de uma
boa aurora,
Quando terei os bens, o
brando afago
Da Luz, que está na dor
depuradora.
Agora, sim! Depois de
tantos anos
De tormentos, em meio
aos desenganos,
Espero o sol de novas
alvoradas
De existências de pranto
e de miséria,
Para beber no cálix da
matéria
As essências das dores
renegadas!
BATISTA
CEPELOS.
Poeta paulista, desencarnou no Rio
de Janeiro, em 1915, atribuindo-se a suicídio o encontro do seu corpo entre
pedras de uma rocha, na rua Pedro Américo. Esta versão parece confirmar-se
agora nestes sonetos. Olavo Bilac, ao prefaciar-lhe Os Bandeirantes, exalta-lhe
o estro espontâneo, original e simples.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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