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domingo, 7 de abril de 2013

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA Nº. 17. - MÉDIUNS E MEDIUNIDADE. - ANEXO Nº. 68. - PSICOGRAFIA. - ODILON FERNADES. (CARLOS A. BACCELLI)


                                   XIX – PSICOGRAFIA.

                        “Se não é dado ao médium ser exclusivista mecânico, todas as tentativas para obter esse resultado serão infrutíferas, e estaria errado em se crer deserdado por isso; se não está dotado senão da mediunidade intuitiva, é preciso que com ela se contente, e não deixará de propiciar-lhe grandes serviços, se sabe aproveitá-la, e se não a repele”. (O Livro dos Médiuns – segunda Parte – Cap. XVII)

            A mediunidade mecânica, ou inconsciente, é rara.
            De maneira geral, os médiuns de psicografia têm consciência do que escrevem.
            A mediunidade consciente confunde-se com a intuição.
            A falta de compreensão da mediunidade leva muita gente a desistir do seu exercício.
            Não vamos, aqui, alongar-nos em considerações que já tivemos oportunidade de tecer nos capítulos precedentes, mas repetimos com Kardec que “não deve o médium hesitar em escrever o prieiro pensamento que lhe for sugerido, sem se importar se lhe vem dele próprio ou de uma fonte estranha...”
            A orientação acima é válida também para os médiuns de psicofonia.
            Um exemplo patente de mediunidade consciente, no campo da psicografia, é o dos poetas, mesmo quando eles se mostram agnósticos, o que vem provar que “a fé do médium novato não é uma condição rigorosa...”
            Um dos mais célebres poetas da língua portuguesa, Fernando Pessoa, era claramente médium. Ele próprio acreditava nisto, embora não tenha assumido a mediunidade e considerasse as entidades comunicantes como simples heterônimos seus, isto é, diferentes nomes seus...
            Ser médium não exclui o valor pessoal de ninguém que seja médium. Não tivesse Fernando Pessoa a bagagem literária que possuía, os Espíritos buscariam inspirá-los em vão. Aliás, ser médium, é até mais difícil do que ser Espírito mensageiro... quase sempre o médium tem que ser um instrumento maleável para os mais diferentes tipos de comunicados. Não existem os que recebem os músicos, os pintores, os filósofos, os poetas?
            O médium que questiona em excesso a autenticidade da mensagem acaba por anular-se. Se as idéias que grafa no papel são elevadas, deve seguir em frente.
            Todo o Bem verte, originalmente de Deus. Nós próprios, os Espíritos comunicantes, por nossa vez, assimilamos as correntes de pensamento daquelas entidades que habitam planos superiores aos nossos.
            Se pudéssemos colocar a mediunidade numa equação matemática, teríamos: Pensamento do Espírito manifestante + Pensamento do médium = Mensagem. Evidentemente que tanto no pensamento do Espírito manifestante, quanto no pensamento do médium, existem um sem-número de outros pensamentos interferindo. Um livro ou um autor que o médium tenha lido pode interferir no contexto da mensagem que recebe. Um diálogo que tenha tido,uma conversa familiar, uma preocupação com determinado assunto e assim por diante. Esperar do médium que ele se subtraia totalmente do meio em que vive é esperar o impossível!
            O médium psicógrafo consciente, ou semi consciente não deve permitir que a dúvida lhe prejudique o trabalho. Decida entre querer ser médium ou não ser. É desnecessário que se atormente a vida inteira, como existem médiuns que vivem mergulhados numa eterna luta contra si mesmos. Se não confiam na própria mediunidade, podem trabalhar noutro campo; a seara é imensa e podem dar-se ao luxo de escolher...
            Agora, o médium disciplinado precisa ter controle sobre as comunicações que recebe. Pior do que descrer é acreditar cegamente em tudo! Falar, no caso da psicofonia, ou escrever, no caso da psicografia, o primeiro pensamento que aparece, mesmo por mais absurdo e incoerente que seja, é colaborar com a obsessão. Não se tome a palavra de Kardec no sentido literal.
            Por isso o médium que se preza deve estudar a doutrina, para aprender a discernir..

Fonte: Livro Mediunidade e Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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