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segunda-feira, 22 de abril de 2013

- ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS. - CAPÍTULO IV. - SISTEMAS. - 46. Continuação. – Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco. - ALLAN KARDEC.



                                               CAPÍTULO IV.

                                                      SISTEMAS.

        46. Continuação. – Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco.

            Cremos que certas pessoas professaram essa doutrina de boa fé; mas cremos, também, que outras o fizeram unicamente para evitarem de se ocupar com essas coisas, por causa das más comunicações a que estão expostos a receber; dizendo que só o diabo se manifesta, quiseram assustar, mais ou menos como quando se diz a uma criança; não toques nisto, porque isso queima. A intenção pode ser boa, mas o fim é errado; porque a proibição só excita a curiosidade, e o medo do diabo retém a bem pouca gente; se quer vê-lo, seja apenas para ver como é feito, e se fica muito admirado de não encontrá-lo tão negro como se havia acreditado.
            Não se poderia ver também um outro motivo nessa teoria do diabo? Há pessoas que acham que todos os que não são de sua opinião estão errados, ora, os que pretendem que todas as comunicações são obra do demônio, não estariam movidas pelo medo de não se acharem os Espíritos de acordo com eles em todos os pontos, mais ainda sobre os que tocam os interesses deste mundo mais do que do outro? Não podendo negar os fatos, quiseram apresentá-los de maneira apavorante; mas esse meio não impediu o avanço mais do que os outros. Onde o medo do ridículo é impotente, é preciso resignar-se a deixar passar as coisas.
            Um muçulmano que ouvisse um Espírito falar contra certas leis do Corão pensaria, certamente, que este era um mau Espírito; o mesmo seria com um judeu no que concerne a certas práticas da lei de Moisés. Quanto aos católicos, ouvimos um deles afirmar que o Espírito que se comunicava não podia ser senão o do diabo, porque se havia permitido pensar de outro modo que ele sobre o poder temporal, ainda que não houvesse, de resto, pregado senão a caridade, a tolerância, o amor ao próximo, e a abnegação das coisas deste mundo, máximas ensinadas pelo Cristo.
            Os Espíritos, não sendo outros que as almas dos homens, e os homens não sendo pereitos, disso resulta que há Espíritos igualmente imperfeitos e cujo caráter se reflete nas suas comunicações. É um fato incontestável que há maus, astuciosos, profundamente hipócritas, e contra os quais é preciso manter-se em guarda; mas, porque se encontram no mundo homens perversos, não é uma razão para se fugir de toda a sociedade. Deus nos deu a razão e o juízo para apreciar os Espíritos, assim como os homens. O melhor meio de se presumir contra os inconvenientes que pode apresentar a prática do Espiritismo, não é o interditá-lo, mas o de fazê-lo compreender. Um medo imaginário não impressiona senão um instante e não afeta todo mundo, a realidade, claramente demonstrada, é compreendida por todos.

            Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição - Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.                     

                                   RHEDAM.(rrhedam@gmail.com)

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