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terça-feira, 30 de abril de 2013

- VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.- Nº. 37. - 25 ª. PARTE. - SILVIO BRITO SOARES.


  VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.

            25 º. Parte. “Já era muito para o coração paterno saber que aquelas agonias mortais da filha amada foram por ela mesma pedidas quando veio a encarnar, e com sublime alegria as recebia. Mas isto não dava descanso às suas preocupações sobre o futuro, sobre a sorte que a esperava além desta vida.
            “Ainda aqui se manifestou mais misericordioso O Deus de infinito amor, permitindo que um dos mais excelsos Espíritos, um Espírito que nunca falta onde há uma dor, Romualdo, o ex-arcebispo da Bahia, tão conhecido de todos os grupos espíritas, lhe viesse dizer essas animadoras palavras:
            “Está prestes a se realizar a parábola do filho pródigo.
            “Este, porem, não é o filho que volta simplesmente arrependido, e para festejar a vinda do qual o pai mandou matar o carneiro.
            “Este vem regenerado, é o carneiro já morto, e o banquete aparelhado, e os amigos convidados.
            “Felizes os que entram, limpos, pela porta franca da regeneração, pela qual lhes era velado entrar com os trajos de trânsfugas.
            “Vesti-vos, pois, de galas, o homens que credes na regeneração do espírito, pois que não é justo chorar na Terra, quando se folga no Céu”.
            “Foi a sentença de morte, que dissipou as fagueiras esperanças de um restabelecimento ainda julgado possível, mas foi ao mesmo tempo o arco-íris prenúncio de bonança, aurora graciosa de um dia sem noite para o amado Espírito que se debatias com as agonias de cruel moléstia, ao qual aquele amigo, que disse ser ele “fruto maduro”, se aplicou este conceito:
            “A transfiguração do Cristo foi precedida de suas agonias.”
            “Como chorar por ver partir o mais amado ente quando se sabe que vai para uma festa no céu?
            “Max bem sabe que não tem merecimento para tamanha graça, a da revelação do futuro, mas sabe também que amor, amor espiritual, é o elo que liga todas as almas, e explica o fato pela intervenção dos bons Espíritos, que se condoeram de suas mágoas, efeito de puro e santo amor.
            ‘Como quer que seja, o pai, a família, todos os que amavam a enferma e acreditavam no Espiritismo, ficaram sobranceiros às fraquezas da Carne, e assistiram, dando louvores a Deus, à transformação de larva de borboleta de asas iriadas ao sol da liberdade, do amor, e do progresso realizado.
            “E a enferma, espírita convicta, ciente e consciente de que o Espírito, se não galga de uma vez as cumeadas, que são o alvo de seus esforços, lá chegará, mediante novas tentativas; a enferma encarava, tranqüila em sua fé e animada pela esperança, a aproximação do momento, que é pavoroso para os quem têm diante de si o nada, ou a perspectiva do inferno.
            “Com o riso nos lábios, disse que era chegada a sua hora, pediu a benção ao pai.”
            Contou-nos também que certo dia conversava com alguns amigos, asseverando que, com Jesus, todos os nossos sofrimentos são aliviados, e aludido ao decesso de sua filha, afirmava que os verdadeiros crentes na vida eterna pouco ou quase nada sofrem na hora da desencarnação.
            Nesse ínterim, um dos presentes, médium psicógrafo, deu passividade, de maneira a que ela pudesse transmitir sua mensagem, e, a seguir, passou-a às mãos de Bezerra. Tratava-se de comunicação de sua filha, mensagem esta que ele também reproduziu em uma de suas crônicas domingueiras e que está vazada nestes termos: - A passagem da vida para a morte, ou antes, da morte para a vida, é apenas uma síncope de cujo despertar se leva mais tempo.
            “Agora compreendo que a agonia dos moribundos é apenas sofrimento do Espírito, que não do corpo.
            “É o Espírito que receia cair no báratro incompreensível do nada, se em coisa alguma acredita.
            É o Espírito que só reconhece o que vê e o que apalpa, e, não tendo mais o corpo material, julga-se perdido.
            “Eu, graças a Deus e a ti, sofri apenas o ligeiro abalo que me atirou à outra vida, e parece-me que um escuro véu se rasgou imediatamente de meus olhos, e senti-me nova personalidade.
            “achei-me nos braços de criaturas que jamais julguei poder ver, tão afastada estava delas, por sua elevada hierarquia!
            “Encontrei-me entre os que amaste, e que também por mim foram amados desde remotas eras.
            “Descobri uma nova família, ou antes, a continuação sucessiva e ininterrompida da que me ficou na Terra.
            “Bendita a santa verdade, tão tarde revelada e por tantos escarnecidas!
            “Loucos divinos são os que a ensinam.
            “Bendito seja o Senhor.”

            Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”  - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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