UMA SESSÃO ESPÍRITA COM CHICO XAVIER.
O que, a seguir, vai relatado
ocorreu na Comunhão Espírita-Cristã, numa das muitas reuniões das segundas e
sextas feiras, que freqüentei, ali colaborando nos comentários evangélicos.
18:45 horas – Entramos na sala de
reunião pública, acompanhando o Chico, que, havendo necessidade, fazia alguns
apontamentos com respeito à orientação dos trabalhos.
19:00 horas – Abriram-se as portas
para o público.
Começando do médium, que, solícito,
atendia de pé, num canto mesa, pessoas procedentes de todas as camadas sócias, formou-se
enorme fila a se estender muito além do local da reunião. Esse atendimento
verbal durou uma hora.
No outro lado da mesa, Da Elza e Da.
Elite (irmã, esta, de Eurípedes Barsanulfo) recolhiam nomes de pessoas que
solicitavam receitas e orientações por via mediúnica. Naquela época, tais
pedidos atingiam o expressivo número de duas, três ou mais centenas.
20:00 horas – Encerrou-se o
atendimento à fila. Sentou-se o médium a cabeceira da mesa, ao lado da
presidente dos trabalhos, Da. Dalva Borges.
Tomando do “Evangelho Segundo O
Espiritismo” e do “Livro dos Espíritos, abriu-os ao acaso, folheando-os até
encontra um trecho que lhe agradasse. Foram extraídas uma mensagem do “Evangelho”
e uma pergunta do “Livro dos Espíritos”, como base para os comentários a serem
feitos.
Nesse instante, a diretoria,
auxiliada pelo Chico, nomeou os comentaristas, os quais foram chamados para
formarem a mesa. Sempre notamos que os primeiros a usarem da palavra eram
indicados pelo médium.
Composta a mesa, Da. Dalva proferiu
a prece inicial, fazendo, logo em seguida, a leitura dos textos escolhidos, em
voz alta.
20:10 horas – O médium ausenta-se da
sala pública e, acompanhado do casal weaker e Da. Zilda, isola-se em pequeno
compartimento destinado ao receituário psicográfico.
São iniciados os comentários, os
quais se estendem até que o médium retorne do receituário.
Noutro pequeno cômodo, abre-se a
câmara de passes para o público. Observei que os médiuns passistas ali se
reuniam, para a preparação, uns vinte minutos antes do atendimento. Após o
passe, cada paciente recebe pequeno copinho com água fluidificada. Inúmeras garrafas
de água foram ali colocadas para serem fluidificadas.
21:00 horas. – As primeiras receitas
saíram porta do cômodo onde o Chico psicografava e, depois de serem dobradas
pelas mesmas senhoras que sentadas à mesa, haviam recolhido os nomes dos
interessados, eram entregues a alguém que, no exterior do recinto, as
distribuía.
22:30 horas – Prosseguiam os
comentários. Outro leva de receitas e orientações foi distribuída.
23:30 horas – Novo pacote com receitas
foi enviado pelos auxiliares do médium.
0:30 horas – Surge o Chico, trazendo nas mãos o restante dos pedidos de
orientação mediúnica. Encerram-se os comentários evangélicos da noite.
A presidente releu os textos que
haviam sido escolhidos para as explanações, após o que pediu a todos os presentes
alguns momentos mais de silêncio, meditação e prece, até que a reunião
atingisse o seu final.
O Chico, mediunizado, começou a
psicografar mensagens de Benfeitores Espirituais, incluindo uma comunicação
familiar.
2:00 horas – Finda-se o interrupto
serviço psicográfico.
O Chico, ainda mediunizado, toma uma
folha, dobra-a pelo meio e Emmanuel grafa pequena frase de agradecimento nos
seguintes termos: “Meu filho, podemos encerrar a reunião, com as bençãos de
Jesus”. Esse bilhete é entregue à presidente dos trabalhos, que solicita de
alguém a prece de encerramento.
Usando a palavra, depois de tanto
tempo exclusivamente dedicado à psicografia, o Chico pede que se chame os
familiares presentes do comunicante da noite e, com permissão deles, lê a
mensagem de público, entregando-a depois, em seus originais, a quem de direito.
Em seguida, é lida uma mensagem evangélica dada por Emmanuel.
2:30 horas – O movimento em torno do
médium faz-se intenso e, assim, ele atende informalmente muitíssimas pessoas,
dedica livros que lhe são apresentados, conta casos, ouve casos, ri e conversa,
orientando indiretamente muita gente.
3:30 horas – a convite do Chico,
todos que ali ainda se encontram vão para as dependências da cozinha, e em
grandes bules são servidos chá e café acompanhados de pequenas fatias de pão e
rosca.
Em momento algum o Chico deixa de
estar rodeado por amigos solicitantes.
4:00 – No portão de saída, já no
passeio da Rua Eurípedes Barsanulfo, presencie ainda muita conversa edificante
e descontraída. O Chico despede-se com muito carinho de um por um, com beijos
na face e abraços.
4:30 – eu formava parte do pequeno
grupo de retardatários, os últimos a deixarem o médium na calçada da Comunhão.
Retirando-nos, ainda pude observar o dedicado irmão a nos acenar, desejando-nos
uma boa noite.
- Vão com Deus... – dizia. Vão com
Deus...
Fonte: Livro “ENCONTROS COM CHICO XAVIER” - autor
CESAR CARNEIRO DE SOUZA - 1a. Edição. - UBERABA, MG. - 1986.