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domingo, 10 de março de 2013

- ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS. - CAPÍTULO IV. - SISTEMAS. - 43. Sistema do Reflexo. - ALLAN KARDEC.


                                                 CAPÍTULO IV.

                                                     SISTEMAS.

            43. Sistema do reflexo. A ação inteligente, uma vez reconhecida, restava saber qual era a fonte dessa inteligência. Pensou-se que poderia ser a do médium ou dos assistentes, que se refletiam como a luz ou os raios sonoros. Isso era possível: só a experiência poderia dizer a última palavra. Mas, primeiro, notemos que este sistema já se afasta completamente da ideia puramente materialista; para que a inteligência dos assistentes pudesse se reproduzir por via indireta, era necessário admitir, no homem, um princípio fora do organismo.
            Se o pensamento manifesto tivesse sido sempre dos assistentes, a teoria da reflexão teria sido confirmada; ora, o fenômeno, mesmo reduzido a esta proporção, não era do mais alto interesse? O pensamento, repercutindo em um corpo inerte e se traduzindo pelo movimento e pelo ruído, não era uma coisa bem notável? Não havia aí o que excitar a curiosidade dos sábios? Por que, pois, o desdenharam, eles que se casaram à procura de uma fibra nervosa?
            Só a experiência, dissemos, podia negar ou dar razão a essa teoria, e a experiência a negou, por que demonstra a cada instante, e por fatos os mais positivos, que o pensamento manifestado pode ser não somente estranho aos assistentes, mas frequentemente, lhe é inteiramente contrário; que vem contraditar todas as ideias pré-concebidas, frustar todas as previsões; com efeito, quando penso branco e me responde preto, me é difícil crer que a resposta vem de mim. Apoie-se em alguns casos de identidade entre o pensamento análogo ao vosso, direis, por isso, que ele veio de vós? Bastam alguns exemplos contrários bem constatados para provar que essa teoria não pode ser absoluta. De que forma, aliás, explicar, pela reflexão do pensamento, a escrita produzida por pessoas que não sabem escrever, as respostas da mais alta importância filosófica obtidas por pessoas iletradas, as que são dadas a perguntas mentais ou numa língua desconhecida do médium, e milhares de outros fatos que não deixam dúvida sobre a independência da inteligência que se manifesta? A opinião contrária não pode ser senão o resultado de um defeito de observação.
            Se a presença de uma inteligência estranha está provada moralmente pela natureza das respostas, o está materialmente pelo fato da escrita direta, quer dizer, escrita obtida espontaneamente, sem caneta nem lápis, sem contato, e não obstante todas as precauções tomadas para se garantir de todo subterfúgio. O Caráter inteligente do fenômeno não poderia ser posto em dúvida: portanto, a outra coisa além da ação fluídica. Demais disso, a espontaneidade do pensamento manifestado fora de toda a expectativa, de toda pergunta proposta, não permite ver nele um reflexo do pensamentos dos assistentes.
            O sistema do reflexo é bastante descortês em certos casos; quando, em uma reunião da pessoas honestas, sobrevém, inopinadamente, uma dessa comunicações revoltantes de grosseria, isso seria fazer um muito mau juízo dos assistentes, pretendendo que ela provém de um deles, e é provável que cada um se apressaria em repudiá-la. ( Ver O livro dos Espíritos, Introdução, 16.)

            Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição - Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.                     

                                   RHEDAM.(rrhedam@gmail.com)

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