SEGURANÇA MEDIÚNICA
Pode-se dizer que a escola de médiuns foi fundada pelo respeitável preceptor Allan Kardec, quando descobriu essa faculdade transcendental em todos os povos. E os Espíritos lhe falaram que a mediunidade, de certo modo, se enraizava em pontos sensíveis do complexo humano. Era, pois, uma bênção de Deus para todas as criaturas.
As comunicações com os Espíritos deram-se em todas as nações do mundo, principalmente na formação das filosofias religiosas. Moisés recebeu os fundamentos do judaísmo no Monte Sinai, colocando em função a mediunidade. Maomé ouvia as vozes dos anjos a lhe ditarem o Alcorão, cujos textos escrevia em couros de animais. Buda era cercado por entidades luminosas a lhe transmitirem altos ensinamentos, que retransmitia, para a anotação dos discípulos que o seguiam. Sócrates ouvia sempre um Espírito que lhe soprava aos ouvidos a filosofia que o mundo conheceu e admirou, marcando sua personalidade como um dos maiores sábios do mundo, precursor do próprio cristianismo. Cristo, o maior de todos, era o médium de Deus. Francisco de Assis, o poverello famoso, fundou as ordens, ouvindo a voz de Jesus. Lutero ouvia vozes que o ajudavam a interpretar os difíceis textos bíblicos. E o próprio Loiola, homem mais guerreiro que santo, ouviu, meditando em um templo, uma voz que ele supôs ser do Mestre, ou de Paulo, que dizia: "Em Roma, eu te favorecerei"; e fundou a Companhia de Jesus, para defender Roma, se necessário pela espada. E centenas de outros homens famosos serviram-se de médiuns, mudando o esquema humano, para as diretrizes divinas.
No entanto, todos fizeram parte da escola disciplinar dos sentimentos. Ouvir vozes, muitos podem ouvir, mas é necessário saber a que tipo de conversa deveremos dar atenção. E quem nos ajuda a qualificar os chamados é Nosso Senhor Jesus Cristo, através do maior código educativo do mundo: o Evangelho. Será de grande proveito, para nós, andar com Jesus e compreendê-Lo, nas Suas diretrizes. Os chamados são muitos, diz-nos o Cristo, mas os escolhidos são poucos. A escolha é feita pelo aperfeiçoamento interno, onde participa o coração e trabalha a inteligência, em altos exercícios de educação.
A doutrina dos Espíritos abriu a escola para todos os médiuns que queiram se educar, na disciplina que o bom senso descobriu. No entanto, essa escola exterior desaparece quando o médium está pronto, favorecendo o surgimento do Cristo de Deus no seu universo interno, a guiá-lo por todos os caminhos, sem que os pés tropecem nos emaranhados roteiros das sombras. Os médiuns devem seguir os passos que lhes são traçados nas escolas da doutrina codificada por Kardec, ate se tornarem livres por conhecerem a verdade, pois é a verdade que nos guia, a todos, de acordo com a nossa posição evolutiva na ascensão para Deus.
É necessário que observes as escolas do mundo, até certo ponto, no preparo do aprendiz. É imprescindível que fiques dependente, para depois abrires os braços para o infinito e te tomares consciente dos próprios atos. As repetições nos bancos escolares forçam a inteligência a abrir a intuição, de maneira que cada um seja guiado por seu Cristo interno, na divina função de ser livre entre os homens, mas sempre ouvindo o grande Soberano do Universo.
O Espírito, na profunda filosofia espiritual, nada aprende. Tudo o que ouvimos dos outros e tudo o que vemos nos livros, incluindo outros métodos de aprendizagem, visa somente a nos acordar, despertar o que existe dentro da consciência, porque Deus, sendo a suprema perfeição, nada iria fazer imperfeito. Nós não temos somente seis ou sete sentidos. São muitos os nossos dons. Os outros escapam ainda ao progresso humano. Depois de desenvolvidos ou despertados, no alvorecer do tempo e nas bênçãos de Deus, passaremos a entrar no que podemos chamar de "todo da conscientização, da sabedoria e do amor", em face do que o nosso mundo comporta na sua escala evolutiva.
A doutrina dos Espíritos somente cumprirá seu dever, ante as promessas estabelecidas com o Cristo para a revivência do Cristianismo no mundo moderno, se os espíritas se derem as mãos no que tange a esses dois movimentos: educar e instruir. De outra forma, não haverá solução para a paz, na Terra.
Todos somos médiuns, quem não sabe disto? Mas não basta sermos medianeiros dos Espíritos. É preciso verificarmos a lei de atração, que rege e sustenta todos os mundos.
Atrais, para teus canais mediúnicos, o que és, nos caminhos de cada dia. O "diz-me com quem andas, que te direi quem és" é muito importante para os médiuns e mais importante ainda é o "diz-me o que és, que te direi com quem andas".
O primeiro passo do sensitivo é a reforma dos costumes. Tudo na vida deve buscar a harmonia, em primeira instância, pois a harmonia é a tônica do amor. O mundo inteiro já foi palco de milhões de médiuns de Espíritos das sombras. Faz-se necessário que eles, agora educados e iluminados, sejam médiuns dos benfeitores da luz, cabendo a maior parte dessa educação e espiritualização às escolas espíritas, desde que elas não se esquecem do Mestre dos mestres, que subiu para os altiplanos, mas deixou a lição, na Terra.
Todos nós somos herdeiros divinos do Senhor. Quando alguém bater às portas do Templo, com os dons aflorados, na posição dada por Allan Kardec, como médium, não te esqueças das primeiras lições ao iniciando, porque, no amanhã, ele vai fazer da mediunidade o que o teu exemplo indicar hoje. Inicia o companheiro, no trabalho da caridade, que ela é a melhor e a mais bem orientada escola de Jesus. O próximo é sempre a nossa extensão. Examina os impulsos dos irmãos que desejam comunicar-se com os Espíritos e mostra-lhes os perigos que correm, sem o preparo dos sentimentos. A direção de uma reunião espírita é de muita responsabilidade, diante dos freqüentadores. Nós todos mostramos por fora o que somos por dentro. A escola de médiuns é muito necessária, porque ela vai ajudar a ti mesmo te libertares das condições humanas, seguindo a intuição divina.
O Cristo somente nasce no coração, quando o amor nos liberta das barreiras estabelecidas pelas religiões do mundo.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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