CHICO XAVIER POR ELE
MESMO.
UMA
VIDA COM AMOR XXIV.
UBERABA,
A CAPITAL DO ESPIRITISMO VI.
UBIRATAN
MACHADO.
Uma rotina que, trabalho mediúnico à parte, não difere de
milhões de brasileiros. Uma rotina que começa cedo na pequena casa cheia de
rosas e bichos. A um repórter que certa vez lhe indagou se gostava de rosas,
Chico explicou:
“Os espíritos me pediram que plantasse, ao redor da casa, um
certo número de flores. Como gosto de rosas, plantei rosas. Os espíritos
explcam que as flores têm um corpo dinâmico que vai até o perfume, embora só
vejamos as pétalas. O perfume, cria uma atmosfera balsâmica, propiciando mais
recursos para a permanência dos espíritos em nosso meio”.
Cachorros, gatos e coelhos fazem parte da realidade cotidiana
de Chico, que muito os estima. Quem se interessa pela doutrina de Kardec sabe
que os espíritos acreditam que os animais têm uma alma. Não tão complexa quanto
a do bicho-homem, é lógico. Mas destinada também a ascender numa escala infinita
de progresso.
Se assim for o cachorro Lorde, que Chico possuía ainda em
Pedro Leopoldo, tinha uma alma muito especial. Dizia-se que ele, como seu dono,
“possuía até dons mediúnicos”. Bastava olhar as pessoas qe visitavam Chico para
saber quais os aproveitadores, os sinceros e os simples curiosos. De acordo com
o caso, latia com insistência ou abanava a cauda.
Chico dizia que, na hora da oração matinal, Lorde era seu
companheiro infalível. Punha as patas dianteiras em cima da mesa, abaixava a
cabeça, parecendo rezar em estado de profunda concentração. Nos momentos de
prece mais ardente, o cão olhava para Chico com indisfarçada ternura e chegava
a chorar.
Houve um outro cachorro,também em Pedro Leopoldo, que deixou
muita saudade ao médium. Chamava-se Dom Negrito. Era pretinho, peludo,
charmoso, Vira-lata espiritualizado, freqüentava o Centro São Luiz Gonzaga, nas
noites de sessão, das oito da noite às duas da madrugada. Nunca faltava, ar
concentrado, respeitoso, como se fosse também rezar.
Em certa ocasião, um repórter encontrou em sua casa um
coelho. Conversa vai, conversa vem, Chico demonstrando seu fino humor mineiro,
sem malícia e sem grosseria, disse ao jornalista.
“Este coelho não é muito honrado. Outro da, dois de meus
gatos vieram denunciá-lo. Arranharam-me as mãos, praticamente me puxaram até o
seu canto. Fui. O coelho estava comendo a ração de carne. Os coelhos são
herbívoros Mas este, estragado pela escravidão, virou carnívoro”.
Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele
Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São
Paulo, SP, - Outubro de 1994.
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