EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO XII.
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS.
OS INIMIGOS DESENCARNADOS.
5.
Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos.
Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens;
que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se
corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se
tornará bom.
Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu
inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver
deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto
que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de
uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da
experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo
invisível, que a expressão: extinguir
o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue
alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma
razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do
Cristo: Amai os vossos inimigos.
Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível
ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo
pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e
depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a
Justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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