MEDIUNIDADE E EVANGELHO.
OS LUGARES ASSOMBRADOS.
“10. Os lugares assombrados o são sempre por antigos habitantes dessas
residências?
Algumas vezes, mas nem sempre, porque
se o antigo habitante é um Espírito elevado, não se ligará mais a sua morada
terrestre que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos lugares,
freqüentemente, não têm outro motivo que a capricho, a menos que sejam para aí
atraídos pela sua simpatia por certas pessoas.” (Cap. IX – Segunda Parte – item
132)
Quase às portas do Terceiro Milênio,
os chamados “lugares assombrados” pelas “almas penadas” ainda existem na Terra, demonstrando que, apesar de todo o
avanço da inteligência, o primitivismo espiritual é ainda uma realidade
inconteste, seja no mundo físico ou nos círculos espirituais imediatamente
próximo a ela.
Espírito aguilhoados pelo remorso,
pelo desejo de vingança ou mentalmente presos à posses que foram constrangidos
a deixar pela morte, permanecem, às vezes séculos, acorrentados às paixões das
quais não conseguem se libertar.
Temendo seguir caminho além do
túmulo, muitos receosos de enfrentar a si mesmos, preferem permanecer à
retaguarda, como aves que se recusam a abandonar o próprio ninho...
Quando vêem os objetos que lhe
pertenceram passar a mãos estranhas, ou quando assistem, contrafeitos, à
demolição de suas antigas propriedades, procuram intervir manejando os recursos
de que possam dispor... atiram pedras, provocam estranhos ruídos, arrastam
correntes, fazem levitar objetos, chamam pelo nome das pessoas, ateiam fogo a
roupas e móveis, choram, acedem e apagam as luzes de forma intermitente...
Para que ajam de maneira tão
ostensiva, evidentemente carecem de contar com o concurso de um médium que,
quase sempre, reside no próprio local onde os fenômenos acontecem, ou nas
circunvizinhanças.
Quando essa avalanche de fenômenos,
físicos acontece num determinado lugar, qualquer fórmula de exorcismo é
inoperante, porque os Espíritos, em sua grande maioria, não se deixam
influenciar por fórmulas e rituais. Dizemos em sua grande maioria porque, de
fato, existem aqueles que também por aqui se conservam supersticiosos; daí o
sucesso isolado de um e de outro caso de exorcismo, é claro, a autoridade moral
do exorcista que, em última análise, é o que verdadeiramente exerce influência
sobre os Espíritos.
Normalmente, porém, com os fenômenos
que provocam, os Espíritos nada mais querem do que chamar atenção sobre si...
Se não se der ao caso maior importância que o caso merece, em breve tempo os
fenômenos cessam por si mesmos. Assim ignorados, os Espíritos se retiram para
outros lugares, mais predispostos a aceitar a própria condição de desencarnados
e o amparo dos Benfeitores que permanecem na expectativa de auxiliá-los.
Espíritos vagando dentro de casa, “sombras”
que se percebem nos quartos de dormir, vultos que se aproximam do leito, não
devem atemorizar ninguém. Quase sempre é um familiar desencarnado ou um amigo
necessitado de paz e de oração, quando não seja portador de uma mensagem de
esperança de dias melhores.
Não há necessidade que se encomende
nenhum “trabalho” especial para afastar os Espíritos, cuja presença esteja
causando algum transtorno, seja no apartamento da grande cidade ou na fazenda
do interior... Não há, neste sentido, o que a prece sincera não possa resolver
porque, a prece, além de tranqüilizar e fortalecer quem a profere e de
sensibilizar o Espírito por quem se ora, atrai a presença dos Benfeitores
Espirituais que se encarregam de solucionar o problema.
Pode ser também que o fenômeno
esteja, como diz Kardec, sendo provocado por Espíritos simpáticos às pessoas
envolvidas, desejosos de encaminhá-las à fé, de alertá-las na iminência de um
perigo ou de adverti-las por um erro cometido.
Enfim, não se deve temer os
Espíritos mais do que se deve temer os homens. Por mais que se esforcem, a ação
dos Espíritos sobre a matéria é sempre limitada. Os obsessores mais implacáveis
procuram o domínio mental de suas vítimas, agindo de forma subreptícia, e não
consideram boa tática à colimação de seus infelizes propósitos revelarem a sua
presença por fenômenos que despertem atenção.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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