MEDIUNIDADE
E EVANGELHO.
PSICOFONIA E TRANSFIGURAÇÕES.
“Uma jovem de uns quinze anos
desfrutava da singular faculdade de se
transfigurar, quer dizer, a de tomar, em certos momentos dados, todas as
aparências de certas pessoas mortas (...)” (cap. VII – segunda Parte – item
122)
De todas as faculdades medianímicas,
a que mais se presta ao fenômeno da transfiguração anímica, qual a que ocorreu
com o próprio Cristo no Monte Tabor. Referimo-nos a verdadeira “metamorfose”
por que passa o corpo do médium psicofonico, quando mergulhado em transe
profundo.
A faculdade de transfiguração,
entretanto, é rara; rara porque há necessidade que o Espírito como que “domine”
o medianeiro, sobrepondo-se ao seu corpo espiritual ou, então, quase que nem
processo de hipnose, o induza a assumir a sua própria forma. Não é fácil
traduzir isto em palavras.
A licantropia não pode ser considera
uma transfiguração mediúnica genuína. Os Espíritos quando assumem determinada
forma por ação da própria vontade, ou da vontade de terceiros, estão sob um
processo de sugestão anímica; não importa que seja uma forma sublime, a de uma
estrela por exemplo, ou de ordem inferior...
Se levarmos em conta que o fato é
autêntico, quando Jesus foi batizado as margens do Rio Jordão, o Espírito Santo
que desceu sobre Ele transfigurou-se numa pomba, símbolo da pureza e da
candura; na festa de Pentecostes, os Espíritos que mediunizaram os apóstolos
transfiguraram-se em flamas, levando-os a falar em diversos idiomas.
Quando em êxtase na prece, inúmeros
místicos transfigurar-se, tornado suas faces resplandecentes...
Mas a transfiguração mediúnica
propriamente dita, com alterações no timbre de voz do medianeiro, gestos,
fisionomia e, às vezes, até do volume e tamanho do corpo, é, de fato, um
fenômeno impressionante raramente observável.
No exemplo da jovem referido por
Kardec, ele acrescenta que médico “teve a idéia de pesar a moça no seu estado
normal, depois no estado de transfiguração, quando tinha a aparência de seu
irmão de vinte e poucos anos de idade, que era maior e mais forte. Pois bem!
Ele constatou que neste último estado o peso era quase o dobro>”
A transfiguração mediúnica pode ser
parcial ou total, dependendo da maleabilidade do médium e da força de indução
hipnótica do Espírito manifestante.
Com a preocupação de não nos
perdermos em detalhes e sem a pretensão de esgotarmos o assunto, dizemos ainda
que, em alguns casos, o fenômeno transfiguração está associado ao de
materialização. Explicamo-nos. O Espírito, principalmente sobre a face do médium,
pode por uma “mascara ectoplásmica” que lhe retrate o próprio rosto e, sobre o
órgão fonador do medianeiro, pode construir uma “garganta ectoplásmica” que lhe
permita comunicar-se quase que por vós direta.
Os médiuns psicofonicos não devem se preocupar
com o fenômeno da transfiguração mediúnica; ele não é indício de faculdade mais
desenvolvida é assim que os mais patentes casos de transfiguração são
encontrados nos processos obsessivos de
longo curso, quando a vontade dos obsidiados encontra-se completamente a mercê
da vontade dos Espíritos obsessores.
A transfiguração mediúnica deve
ocorrer naturalmente, e ocorre quando tem uma razão de ser para que ocorra.
A mudança do timbre de voz numa
comunicação é ate um fato corriqueiro, embora, a rigor, isto não tenha uma
importância maior do que a mensagem em si; é como a mudança da caligrafia numa
comunicação escrita que não deve significar mais do que o seu conteúdo, porque
é através do seu pensamento que identificamos a natureza Espírito comunicante.
Timbres de voz e tipo de letra podem
ser imitados, mas o plágio das idéias e, sobretudo, de emoções, é muito mais
difícil.
Transfigurar as próprias almas para
o Bem e para verdade, eis o fenômeno sublime a que todos os medianeiros devem
se consagrar à luz do Evangelho, redivivo na Doutrina Espírita.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o. Edição
- Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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