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domingo, 14 de abril de 2013

- ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS. - CAPÍTULO IV. - SISTEMAS. - 46. – Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco. - ALLAN KARDEC.


                                                CAPÍTULO IV.

                                                      SISTEMAS.

                46. – Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco.

            Aqui entramos em outra ordem de idéias. Estando contatada a interferência de uma inteligência estranha, tratava-se de saber qual era a natureza dessa inteligência. O meio mais simples era, sem dúvida, o de perguntar-lhes; mas certas pessoas não encontravam nisso uma garantia suficiente, e não quiseram ver, em todas as manifestações, senão uma obra diabólica; segundo eles, só o diabo ou os demônios podiam se comunicar. Embora esse sistema encontre pouco eco hoje, não deixou de gozar, por momentos, de algum crédito, pelo caráter daqueles que procuram fazê-lo prevalecer. Fomos notar, todavia, que os partidários do sistema demoníaco não devem ser colocados entre os adversários do Espiritismo, bem ao contrário. Que os seres que se comunicam sejam demônios ou anjos, são sempre seres incorpóreos; ora, admitir a manifestação dos demônios, é sempre admitir a possibilidade de comunicar com o mundo invisível, ou, pelo menos, com uma parte desse mundo.
            A crença na comunicação exclusiva dos demônios, por irracional que seja, podia não parecer impossível quando se consideravam os Espíritos como seres criados fora da Humanidade; mas, desde que se sabe que os Espíritos não são outra coisa que as almas que viveram, perdeu todo o seu prestígio e, pode-se dizer, toda a sua verossimilhança; porque se seguiria que todas essas almas são demônios, fosse eles de um pai, de um filho, de um amigo, e que nós mesmos, morrendo, nos tornamos demônios, doutrina pouco lisonjeira e pouco consoladora para muita gente. Será bem difícil de persuadir a uma mãe de que o filho querido que ela perdeu e que vem lhe dar, depois da sua morte, provas da sua afeição e de sua identidade, seja um agente de satanás. É verdade que, entre os Espíritos, há os que são maus e não valem mais do que aqueles a que chamam demônios, por uma razão bem simples, a de que há homens muito maus aos quais a morte não torna irremediavelmente melhores; a questão é saber se estes são os únicos que podem se comunicar. Àqueles que assim pensam, endereçamos as seguintes questões:

            1 ª. Há bons e maus Espíritos?

            2 ª. Deus é mais poderoso do que os maus Espíritos ou demônios, se quereis chamá-lo assim?

            3 ª. Afirmar que só os maus se comunicam, é dizer que os bons não podem fazê-lo; se assim é, de duas uma; isto se passa pela vontade, é que os maus Espíritos são mais poderosos do que Ele; se é por uma questão de vontade, por que, em sua bondade, não o permitiria aos bons, para contrabalançar a influência dos outros?

            4 ª. Que provas podeis dar da impossibilidade dos bons Espíritos em se comunicar?

            5 ª. Quando se vos opões a sabedoria de certas comunicações, respondeis que o demônio torna todas as máscaras para melhor seduzir. Sabemos, com efeito, que há Espíritos hipócritas que dão à sua linguagem um falso verniz de sabedoria; mas admitis que a ignorância possa imitar o verdadeiro saber, e uma natureza má imitar a verdadeira virtude, sem deixar nada perceber que pudesse revelar a fraude?

            6 ª. Se só o demônio se comunica, pois que é inimigo de deus e dos homens, por que recomenda orar a Deus, se submeter à sua vontade, sofrer sem murmurar as tribulações da vida, não ambicionar nem as honras e nem as riquezas, praticar a caridade e todas as máximas do Cristo; em uma palavra, fazer tudo o que é necessário para destruir o se um império? Se é o demônio que dá tais conselhos, é preciso convir que, por astuto que seja, é bem inábil para prover armas contra si mesmos. ( Ler em O Livro dos Espíritos questão nº. 128 e seguintes.)

            7 ª. Se os Espíritos se comunicam é porque Deus o permite; vendo as boas e  más comunicações, não é mais lógico pensar que Deus permite umas par nos experimentar,  e outras para nos aconselhar o bem?

            8 ª. Que pensaríeis de um pai que deixasse seu filho à merce de exemplos e conselhos  perniciosos, que o afastasse de si, e que lhe proibisse ver as pessoas que o pudessem desviá-los do mal? O que um bom pai não faria, deve-se pensar que Deus, que é a bondade por excelência, fizesse menos do que faria um homem?

            9 ª. A igreja reconhece como autênticas certas manifestações da Virgem e outros santos, nas aspirações, visões, comunicações orais, etc; esta crença não é contraditória com a doutrina da comunicação exclusiva dos demônios?

            Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição - Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.                     

                                   RHEDAM.(rhedam@gmail.com)

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