Humberto de Campos Veras
- (Como Espírito usou o
Pseudônimo de Irmão X): grande literato e aplaudido jornalista. Nasceu em
Mritiba MA, em 25 de Outubro de 1886, antes de completar sete anos, já órfão
de pai seguiu para Parnaíba Piauí, fazendo ai os estudos primários. Seguindo as
boas virtudes de sua mãe de e resignação e muito amor ao trabalho, exerceu as
atividades de caixeiro, (passou o século XIX para o XX numa firma de secos e
molhados) e tipógrafo.
Em sua época, a legendaria Amazônia atraia todos quantos
desejassem fortuna ligeira, dirigiu-se para lá, fixando-se em Belém do Para,
atuando logo em seus jornalismo, um dos melhores do País em sua época. Além do
jornalismo cultivava a poesia e em 1911, publicou seus versos no livro título “ Poeiras” (1 º Série). em 1912, aos
26 anos de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro, prosseguiu no
jornalismo, iniciando-se no jornal O Imparcial. Em 1917 lança seu segundo livro
de poesias (“Poeiras - 2 ª. Série), e dois anos
depois ingressa a Academia Brasileira de Letras.
Para suprir e vencer as necessidades de sua vida ,
empreendeu uma grande luta na capital Federal. escrevia para muitos jornais,
dizia ele que vendia o miolo (da cabeça) a fim de comprar o miolo (do pão de
cada dia) assim provendo o seu sustento e de sua família. Muitas vezes sentiu
saudades da sua terra natal, onde estava plantado um cajueiro , companheiro seu
de infância de tão gratas recordações. Diante da aspereza da vida na cidade do
Rio de Janeiro, dizia que na escola primária aprendera a fazer contas de somar.
Adolescente, ia somando: Um e um, dois... Dois e um, três... Três e um,
quatro... quando adulto, aprendera a faze-la diminuir: Quatro menos um, três...
Três menos um, dois... Dois menos um, um ... Um menos um, zero! Nada! Quer
dizer.Antes somava sonhos, esperanças, planos e ilusões... Agora, apenas
tristezas, angústias, lutas, desilusão! Participou da política, como Deputado
Federal pelo Maranhão. Na ocasião encontrou-se com uma professora da escola
elementar. Ela lhe indaga que fazia na cidade grande. E ele responde a sorrir:
- Nada. Sou político! ...
Escreveu vários livros, podemos citar alguns: Críticas (3
séries), “Os
Párias”, “Sombras
que sofrem”, “Os
gansos do Capitólio”, “ Um
Sonho de Pobre”, “Sepultando
os meus mortos”, “Lagartos
e Libélulas”, “Destinos
“, etc. A maior repercussão foi com as suas “Memórias” ( parte I e II em dois
volumes), segundo Moreira Lélis encontramos a sinceridade de um grande desabafo
e a ternura de uma sentida confissão, porque está o relato à altura de todas as
inteligências na simplicidade muito cativante de um autor que se coloca irmão
de todas as almas pelo sentimento humano de todos os episódios ali relatados.
No ano de 1932 a FEB lança o Livro “Parnaso de Além Túmulo” livro de poesias ditados
por poetas brasileiros e portugueses psicografado por Francisco Cândido Xavier,
jovem, médium mineiro de Pedro Leopoldo. Causou sensação tal livro. Humberto de
Campos , na época, era presidente da Academia Brasileira de Letras, através do “Diário Carioca” de julho do mesmo ano,
reconhece publicamente a veracidade das mensagens mediúnicas ali expressas: “Eu faltaria caso dever que me é imposto pela consciência,
se não confessasse que, fazendo versos pela pena do Sr. Francisco Cândido
Xavier, os poetas de que ele é intérprete apresentam as mesmas características
de inspiração e de expressão que os identificam neste planeta” - são palavras do crítico literário, do poeta e do
jornalista H de Campos.
Vítima de uma atroz acromegalia (hipertrofia das extremidades
por hiperfunção da glândula hipófise) desencarna
no dia 4 de dezembro de 1934 com câncer na língua. O Brasil
entristeceu-se, pois ele era muito conhecido e querido.
O sofrimento do seu mal, ao que tudo indica, somado ao
patrimônio espiritual, deu-lhe condições para refazer-se da crise da morte.
Pouco tempo depois, em 27 de março de 1935 ( três meses e meio depois da
morte), através de Chico Xavier, manda a sua primeira mensagem do Grande Além.
Com o prefácio datado de 1937, é lançado “Cronicas de Além Túmulo”. Inicia-se uma nova forma de divulgação da Doutrina
Espírita, pois, ele, se vale das mesmas formas que fazia como homem, da
crônica, do conto, do apólogo, da carta a fim de espalhar as bases espíritas em
estilo claro, objetivo, atraente, atual, capaz de ser entendido, assimilado por
todas as inteligências. Outros livros vieram: “Lázaro
Redivivo”, “Reportagens
de Além Túmulo”, “Novas
Mensagens”, Brasil Coração do Mundo, Pátria
do Evangelho”, “Boa
Nova “. Esses livros despertaram grande
interesse junto ao público leitor. Em 1944, surgiu um questão judicial contra o
médium e a editora. A viúva e alguns familiares desejavam cobrar indenização da
FEB por usar o nome do escritor morto, à guisa de direitos autorais, se
possível tentando impedir a edição de novos livros, já que todos ali
reconheciam sem duvida alguma a presença de Humberto de campos.
O Dr Miguel Triponi, defendeu o Médium e a FEB, foi
ajudado anonimamente pelo Dr. Carlos Imbassahy. E por fim pelo jurista Dr
Nélson Hungria, pôs fim ao caso alegando que o caso estava fora da justiça pois
enveredava pelo terreno do Espírito. O incidente ajudou em muito a divulgação
para os livros de Humberto de Campos com isso a propaganda do Espiritismo. Como
sempre, a perseguição representa
propaganda.
Para evitar problemas futuros o Espírito resolveu adotar
um pseudônimo, Irmão X. Pois, quando em vida carnal usava o pseudônimo de
Conselheiro XX. Como Irmão X, escreveu os seguintes livros: “Luz Acima”, “ Cartas e Crônicas “, “Contos Desta e de Outras Vidas”, e Estante da Vida”, etc.
Fonte : Celso Martins - O Reformador 1865 - Páginas 9,10,e 11- Ano 102 -
Agosto de 1984.